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Diego Ribas

OBRIGADO, DIEGO

por Zé Roberto Padilha

Em nome da profissão que abraçamos, de atleta profissional de futebol, gostaria de lhe agradecer pelo seu exemplo. As novas gerações precisavam ter em quem se espelhar.

Você e o Nenê, com sua postura, não apenas elevaram a expectativa de vida alcançada por um atleta profissional, como subiram o conceito do jogador de futebol junto a nossa sociedade.

Lembro bem, nos anos 70/80 em que joguei, de entrar no avião junto a delegação e as aeromoças se contorcerem: “Lá vem aquela cambada!”. Era constrangedor. E era merecido pela bagunça que fazíamos.

Aos 17 anos, você e Robinho iniciaram a saga dos Garotos da Vila. Uma fábrica de craques que seguiu revelando Ganso, Neymar, Gabigol, Gustavo Henrique, Thiago Maia. E daquele time mágico, campeão brasileiro de 2002 , só você permaneceu em cena.

Elano ja virou treinador e Robinho seguiu o roteiro da maioria dos que ficam pelo caminho: anexar os prazeres que rondam a profissão, como a caça às Marias Chuteiras, baladas, pagodes e bebidas ao seus deveres profissionais.

Não é fácil resistir aos encantos que se apresentam aos que passam, aos 20 anos, de uma ajuda de custo amadora para um alto salário profissional. Vem o carro, o apartamento, os “novos amigos” e.. lá se foi uma promessa perdida em meio à farra.

Ao assistir seu desempenho contra o Coritiba, o jogo que precedeu sua última partida, contra o Avaí, percebi o quanto de seriedade, garra e sabedoria você tem passado para essa saga de Matheuszinhos.

É bom eles saberem que sob o manto sagrado em que Bruno foi condenado, Adriano viu seu império vir abaixo e Ronaldinho ser aprisionado, também vestiu a camisa do Flamengo jogadores do seu nível.

Que a dignificaram do começo ao fim.

10VALORIZADO

por Marcos Vinicius Cabral


Diego chegou ao Flamengo em 2016, após a vergonhosa eliminação para o Fortaleza na segunda fase da Copa do Brasil.

Com status de craque e não como bom jogador que era, caiu nas graças da torcida.

Boa pinta, virou “sex symbol” entre as torcedoras que se aglomeravam nas arquibancadas dos treinos para vê-lo.

Acostumado a vestir a 10, o meia não pôde vesti-la quando chegou por já pertencer a Éderson e preferiu a 35 – em alusão às idades de Matteo e Davi, seus filhos – que foi um sucesso de vendas.

Dois dias após o anúncio da contratação, assinatura de contrato e apresentação, a foto do jogador já com o Manto teve mais de 100 mil acessos, ficando nos “Trending Topics” do Twitter – que são os assuntos mais comentados na rede social em todo o mundo – durante todo o dia.

Passou a vestir, então, a 10 de Zico, Deus Rubro-Negro, e segundo o portal Globoesporte, o seu número é a segunda camisa mais vendida, perdendo atualmente apenas para a 9 do atacante Gabriel, o Gabigol.

Diego – que entrou para a história do futebol apenas com o primeiro nome, mas hoje carrega o Ribas no sobrenome – foi Campeão Brasileiro de 2002, aos 16 anos, ao lado de Robinho.

Capitão e camisa 10, virou símbolo de um Flamengo claudicante.


Tirando o estadual, obrigação pela grandeza do Flamengo, o meia teve exibições decepcionantes em momentos decisivos do Brasileirão, Libertadores, mas principalmente na Copa do Brasi, onde ficou marcado.

Em 2017, desperdiçou a sua cobrança na final perdida para o Cruzeiro, esteve apagado na derrota da semifinal para o Corinthians no ano passado e, nesta quarta-feira, 17, escreveu o seu pior capítulo no livro dessa (sabe-se lá quando?) passagem pelo Rubro-Negro contra o Athletico-PR, nas quartas de final.

Foi um pênalti.

Mas não um pênalti qualquer, cobrado com força ou colocado, bem ou mal batido, mas displicente, tão sem vontade, que significou falta de respeito às cores do clube, à camisa, à história, aos companheiros de time, e à torcida, personificada em quase 70 mil no Maracanã e os milhões à frente da TV.

Um pedido de desculpas por parte do jogador seria o mínimo, não porque atenuaria a culpabilidade única e exclusivamente sua (Vitinho e Éverton perderam também suas cobranças), mas a Nação, que sustenta tudo isso, merece uma satisfação.

CRAQUE DA SEMANA

De lavada!! No duelo de laterais, Roberto Carlos superou Marcelo com facilidade e foi eleito o craque da semana!! Além da força física e a facilidade para cobrar faltas, pesou o fato do ex-jogador ter disputado três Copas do Mundo, tendo vencido uma!