por Zé Roberto Padilha
O tempo, e toda a sua carreira, seja nos 17 anos como atleta, mais 8 como treinador, nos mostrou que a diferença entre os homens que vão ser profissionais, e os meninos que não passarão dos amadores, num país que todos jogam bola, e bem, é a personalidade.
Você pode jogar mais que o menino que vai fazer o teste ao seu lado em Xerém, no Ninho do Urubu, mas se a alma sentir a pressão daquela “entrevista”, o corpo não vai acertar os passes.
Quem irá seguir é aquele que mais tarde vai encontrar um Maracanã cheio e vai jogar como se estivesse batendo pelada no quintal da sua casa.
Personalidade. Transformar a pressão em motivação. Quem não consegue, fica sentado no vaso enquanto o time o espera para entrar atrasado em campo.
Neste fundamental quesito para a formação de um atleta profissional, encontramos a mais nova revelação tricolor: Gabriel Teixeira. O Biel.
Desde o estadual, estamos observando que da gloriosa camisa que vestiu, ele retirou, com toda a categoria, pedalando como fazia nos juvenis, chutando a gol como batia nos juniores, todo o peso e responsabilidade.
E acrescentou talento, juventude e disposição tática.
Contra o Bragantino, quando recebeu do Fred para chutar a gol, fez todos os movimentos para concluir, a ponto dos dois zagueiros fecharem sobre ele, o que o marcava e o que vinha na cobertura. E como se estivesse no Aterro do Flamengo, virou o olho para um lado e devolveu para o Fred, livre, abrir a contagem.
Nesse momento bacana que o Fluminense está passando, de reconstrução profissional, montando boas equipes e trazendo seu torcedor de volta, é importante ressaltar o sério trabalho das suas divisões de base.
Foi lá que essa nova promessa foi lapidada. Na minha opinião, Gabriel Teixeira é, hoje, ao lado do Fred, o melhor jogador do Fluminense.