por Matheus Rocha
Talvez quem não seja de Belo Horizonte não a conheça. Conheci Salomé quando ainda tinha meus 10 anos de idade e jogava futebol de salão – naquele tempo nem se dizia futsal – na escolinha do Cruzeiro no ginásio da sede social do Barro Preto. Ela ia lá no ginásio, cornetava todo mundo e depois ia embora. Mas respeito, Salomé é um patrimônio da torcida do Cruzeiro.
Depois de breve descrição, você ainda deve estar se perguntando: “afinal, quem é Salomé?”.
Salomé é uma torcedora que, no último 22 de outubro, fez 83 anos de idade. Ela está sempre nas imagens do clube, da torcida, acompanhando e torcendo. No passado, era ela e sua boneca na geral do Mineirão – agora ela já está acompanhada de uma raposinha e nas cadeiras do novo estádio reconstruído para a Copa de 2014. Algo da evolução do futebol…
Há cerca de 20 anos, ainda na década de 1990, o Cruzeiro contratou-a para trabalhar na sede do clube no Barro Preto. Reza a lenda que ela era pessoa responsável por limpar e lustrar as taças – que não são poucas.
Ela é uma celebridade em Minas, basta vê-la andando solitária subindo as rampas do Mineirão. Solitária? Claro que não… todo mundo quer ir lá cumprimentá-la, tirar uma selfie. A última vez que trombei com ela no Mineirão foi véspera do título brasileiro de 2014. A última contabilização dela foram 18 jogos sem ver o Cruzeiro no Mineirão, desde sua inauguração em 1965.
Salomé é um ícone, uma torcedora quase mística, que ama o futebol e o Cruzeiro. Salomé é especial e o Cruzeiro pode estar bem ou mal, mas ela sempre estará lá haja o que houver.
Parabéns, Salomé! Que você veja o Cruzeiro ainda muitas vezes campeão!