Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Copa do Mundo

ROMÁRIO E A COPA DO MUNDO DE 2002

por Luis Filipe Chateaubriand


Passados quase 20 anos, a dúvida ainda persiste: afinal, por que Romário não foi convocado para a Copa do Mundo de 2002? 

A resposta me parece muito mais prosaica do que muitos imaginam: meu xará Luiz Felipe Scolari não contava com Romário para ser titular e, se o colocasse na reserva, temia que o Baixinho tumultuasse o ambiente. 

Parece claro que meu xará queria o trio ofensivo composto por Rivaldo e pelos dois Ronaldos. 

Confiava na recuperação clínica do Fenômeno para tal. 

Não passava pela cabeça do Felipão ter um quarteto ofensivo, formado por Rivaldo, Romário e os dois Ronaldos, no time titular – na visão do treinador, tal quarteto desequilibraria a escalação. 

Então, se convocasse Romário, seu destino seria o banco de reservas. 

E aí, o problema: Scolari temeu que Romário, jogador de forte personalidade, não aceitasse a reserva, criasse conflitos, desunisse o grupo. 

Preferiu não correr esse risco. 

Este signatário acha que seu xará agiu erradamente.

Mas o quê importa? 

Ganhamos o título, e o trio Rivaldo e Ronaldos deu “banho de bola’. 

Valeu, Felipão!

Hoje, você é superado. 

Naquela época, foi muito bem.

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!

COPA DE 78: O MAIOR ROUBO DE TODOS OS TEMPOS

por André Luiz Pereira Nunes


Já se passaram mais de 40 anos e a goleada da Argentina sobre o Peru, válida pela Copa do Mundo de 1978, segue polêmica. Os anfitriões precisavam vencer a partida por pelo menos quatro gols de diferença para ir à final, caso contrário, o finalista seria o Brasil. Porém, fizeram sem muito esforço 6 a 0, levantando sérias suspeitas de que aquele Mundial foi totalmente manipulado em meio ao auge de uma sangrenta ditadura no país. 

O Brasil retornaria com o honroso terceiro lugar, invicto e com a qualificação, aliás muito justa, de campeão moral. De acordo com o escritor argentino Edgardo Martolio, autor de “A Glória Roubada”, em todo esse lamentável episódio esteve presente a mão da ditadura argentina, além da complacência total da FIFA, então dirigida pelo brasileiro João Havelange. A versão é totalmente corroborada pelo atacante Gil, integrante do selecionado brasileiro, em depoimento ao MUSEU DA PELADA. Ele qualifica aquele torneio como a “Copa do roubo”. Segundo Búfalo Gil, os atletas brasileiros ao serem recepcionados no aeroporto por Havelange, teriam ouvido do dirigente que agradecia a todos pelo empenho, mas que desejava que o Brasil não fosse campeão, fato este que causou tremendo estranhamento e constrangimento por parte dos jogadores. Ele ainda recorda que na estreia contra a Suécia, o juiz anulou um gol legítimo de Zico ao final da partida, alegando que o tempo regulamentar havia terminado. Eram prenuncios de que algo não estaria legal.

Uma das maiores suspeitas de que houve realmente armação por parte dos generais argentinos com o total beneplácito de Havelange decorre que, em cima da hora e desrespeitando totalmente o regulamento, a FIFA arbitrariamente mudou o horário da primeira partida da semifinal, fazendo com que o Brasil tivesse que enfrentar a Polônia três horas antes do jogo da Argentina contra o Peru. Os selecionados se igualavam em pontos. Caso ambos triunfassem, a classificação se daria por saldo de gols. Como o Brasil atuaria antes, os argentinos saberiam exatamente quantos gols precisariam fazer no Peru para chegar à decisão contra a Holanda. 

Vale ressaltar que a CBF, sentindo-se prejudicada, apresentou protesto junto à comissão organizadora, mas o mesmo foi imediatamente rejeitado. O Brasil, portanto, bateria os poloneses por 3 a 1, esticando em três gols a vantagem sobre a Argentina. Esta teria que vencer o Peru, já desclassificado, por mais de três gols. Só que durante o torneio os argentinos não haviam batido nenhum adversário por essa diferença. O placar de 4 a 0 seria suficiente, mas e se o Peru fizesse um gol? Afinal de contas, aquela era uma geração composta por grandes jogadores como Oblitas e Cubillas. 


Em seu livro “Como eles roubaram o jogo”, o jornalista britânico David Anthony Yallop relata que o general Jorge Videla chamou o capitão da Marinha argentina Carlos Alberto Lacoste e lhe deu uma ordem taxativa: “garanta o resultado contra o Peru!” Lacoste, que teria em torno de duas horas para cumprir a sua missão, contatou três oficiais que acompanhavam a seleção peruana e ofereceu entre 30 e 50 milhões de grãos de toneladas de trigo da ótima colheita que a Argentina fizera naquele ano. Coincidentemente, o Peru também vivia sob uma ditadura comandada por Francisco Morales Bermúdez. Isso foi fundamental para o acerto imediato. Para o mandatário peruano o trigo era muito mais importante do que um jogo no qual a sua seleção já estava desclassificada. O resultado, portanto, não mudaria em nada o destino dos peruanos na Copa do Mundo. Lacoste então informou a Videla que tudo estava concluído. É importante frisar que os jogadores argentinos não tomaram parte da combinação, já que de todo modo teriam mesmo que fazer a maior quantidade possível de gols. 

Segundo Edgardo Martolio, Videla também fez algo que nunca fizera antes de algum jogo. Visitou  na companhia do secretário de estado americano, Henry Kissinger, o vestiário da equipe peruana antes do cotejo. Era a senha de que tudo estava realmente acertado em altas esferas. Conta-se que o próprio presidente da nação andina também teria feito telefonemas para o vestiário de seus atletas para dar “algumas orientações”. No livro “Fuimos campeones”, o jornalista portenho Ricardo Gotta escreveu que um craque peruano teria dito, referindo-se aos militares de seu país: “turma de merda. Pelo menos distribuam o dinheiro entre nós, jogadores.”

Em março de 2018, em entrevista ao jornal peruano “Trome”, José Velásquez, ex-jogador da seleção peruana, declarou que seis companheiros “se venderam” naquela partida. Um dos acusados foi o goleiro Ramón Quiroga, coincidentemente argentino de nascimento e naturalizado peruano.

– Seis de nós nos reunimos um dia antes com o treinador, Calderón, para pedir que Quiroga não jogasse por ser argentino. Ele aceitou. Mas no dia seguinte mudou de ideia. O que eu devo pensar, que se vendeu ou não? – questionou. 

Coube ao Brasil decidir a terceira colocação da Copa do Mundo contra a Itália, sua futura carrasca no mundial posterior, na Espanha. Os comandados de Cláudio Coutinho venceram por 2 a 1, com gols de Nelinho e Dirceu, e voltaram para casa com o honroso título de campeão moral invicto. 

ESPECIAL 70 ANOS DA COPA DE 1950: OBRIGADO, HERÓIS BRASILEIROS!

por Marco Antonio Rocha


Quanto custa o bilhete de entrada para a galeria dos grandes do futebol? Se a resposta for a conquista de uma Copa do Mundo, então veremos Lionel Messi e Cristiano Ronaldo barrados na porta… E o que falar de Cruyff, Puskas e uma infinidade de outros gênios que encantaram multidões com seu talento? Durante a publicação da série especial sobre os 70 anos da Copa do Mundo de 1950, alguns amigos seguidores do Museu da Pelada questionaram por que não falamos dos brasileiros que formaram aquele time dos sonhos. Seria um pesadelo momentâneo capaz de perturbar seu sono durante anos, no caso de Barbosa até a morte, o mais indefensável dos chutes?

Não fosse a virada na decisão, aquele Brasil que pulverizou marcas e triturou adversários teria entrado para a história do futebol como uma das seleções de campanha mais irretocável de todos os tempos: 4 a 0 no México; 2 a 2 com a Suíça; 2 a 0 na Iugoslávia; 7 a 1 na Suécia (numa época em que esse placar não era sinônimo de vergonha para nós); e 6 a 1 na Espanha, com direito ao Maracanã cantando em uníssono “Touradas de Madri”, de Braguinha e Alberto Ribeiro – um carnaval fora de época, espécie de catarse pós Segunda Guerra Mundial que havia cancelado as Copas de 1942 e 1946.  

Coube a Ademir Marques de Menezes, craque do Vasco, o papel de artilheiro do Mundial, com nove gols em apenas seis jogos. Habilidoso e dono de um chute que beirava a perfeição, Queixada teve na Seleção a companhia de outros colegas de Expresso da Vitória, alguns deles que haviam, dois anos antes, conquistado o inédito Sul-Americano. Entre eles o mítico Barbosa, goleiro que ainda acumulou seis Cariocas e um Rio-São Paulo pelo clube. A lista de destaques brasileiros é extensa, com jogadores épicos como Jair Rosa Pinto, Chico e Zizinho.

Ex-Flamengo e São Paulo e, na época, jogador do Bangu, Zizinho atribuía aos bastidores grande parte da culpa pela derrota para o Uruguai. Tudo porque a delegação, a seis dias da final, trocou a tranquilidade da concentração no Joá pelo tumulto de São Januário.

– Era uma desconcentração, ninguém tinha tempo para nada. São Januário vivia cheio de gente. Não aguentava mais tanta bagunça. Eu quis largar aquilo na véspera da decisão! – revelou o ídolo:

– Em meses aconteceria a eleição presidencial. Entrava um político e saía outro. Era muita gente pedindo autógrafo, querendo tirar foto. Minutos antes da final, o prefeito Mendes de Moraes ainda discursou, dizendo que havia feito um estádio para nós e que exigia a vitória.

Outra passagem contada por Zizinho mostra como os jogadores, na verdade, foram vítimas, não vilões:

– Eu estava com o joelho inchado e eles nem cuidavam de mim. Depois do empate com a Suíça em São Paulo, o (técnico) Flávio Costa me disse que precisaria de mim, que eu teria de fazer um teste. Meu Deus, que teste? Mal podia andar… Puseram um remédio no meu joelho e lá fui eu. Segundo Augusto, nosso capitão, era um remédio para cavalos. Mas eu não acredito que fosse, porque um cavalo não aguentaria aquilo, não.

O ex-atacante jamais se furtou de recordar a decisão contra os uruguaios, mas preferia falar de samba, em especial da amizade com Wilson Batista, Ataulfo Alves e Walter Alfaiate. É de Alfaiate uma letra que, por linhas tortas, simboliza aquele jogo que começou na tarde de 16 de julho de 1950, mas parece não ter acabado: 

“Olha aí, toda a minha gente reunida; Parece que está bem decidida e que atingiu o seu ideal; Olha aí, veja a euforia como é grande; Note como o pessoal se expande, num gesto tão humilde e leal; Cante com vontade, minha gente, porque hoje já é carnaval; Em cada bloco havia um estandarte, em cada estandarte um dizer; Simbolizando que, nesses três dias, ninguém se lembraria como é o sofrer; Após a batucada pela rua, quarta-feira a vida continua”.

Obrigado, Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bigode; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico!

O CARRASCO DE UMA GERAÇÃO VITORIOSA

por André Luiz Pereira Nunes


Em 1989, durante a segunda edição da Copa Pelé, um mundialito de seleções compostas por atletas veteranos disputado em São Paulo, ocorreu uma situação bastante inusitada. Foi só chegar ao país que Paolo Rossi, o carrasco do Brasil na Copa de 82, se deu conta de como era odiado em terras tupiniquins: “Em São Paulo, ao pegar um táxi, o motorista não parava de me olhar pelo retrovisor e, ao me reconhecer, parou o carro e me fez descer”. Durante uma partida do mesmo torneio, disputada no estádio do Canindé, resolveu por bem não atuar no segundo tempo após receber dos 25 mil espectadores, não só olhares ameaçadores, como também cascas de banana, amendoins e moedas das arquibancadas quando se aproximava da linha lateral. Consta ainda que “batizou” uma epidemia de gripe algum tempo depois da famigerada Copa em que eliminou o Brasil.

Nascido em Prato, uma comuna na região da Toscana, o atacante transitaria por diversos times pequenos até chegar às categorias de base da Juventus, em 1972. Por causa de algumas lesões, as quais o obrigou a passar por três cirurgias em um período de dois anos, acabaria emprestado ao modesto Como pelo qual passaria despercebido. Em 1976, já com 20 anos, foi contratado ao Vicenza, se tornando peça fundamental na ascensão da pequena equipe à Série A, com o bom desempenho de 21 gols em 36 jogos. Espantosamente, na temporada seguinte, a de 1977/78, por pouco não conduziu a agremiação do Vêneto ao título italiano, sagrando-se artilheiro e vice-campeão da competição, atrás apenas da Juventus, com a incrível marca de 24 gols em 30 jogos. A excelente performance o conduziria à Seleção Italiana, em 1977 e, por conseguinte, à Copa do Mundo de 1978, na Argentina.

A ótima fase seria reconhecida por Enzo Bearzot, o treinador da Azzurra, o qual se tornaria um dos maiores fãs e incentivadores do seu talento, chegando a convocá-lo ainda para mais dois mundiais. Em 1978, Rossi fez 3 gols, ajudando a Itália a chegar na quarta colocação. Mas essa ainda não seria a sua Copa do Mundo. O certame que o destacou sob os holofotes de todo o mundo e o projetaria para a galeria dos maiores carrascos da Seleção Canarinho, ao lado de Ghiggia e Zidane, foi mesmo a Copa de 1982, disputada na Espanha.


O Brasil, sob o comando de Telê Santana, chegava com ares de favorito, pois contava com craques de indiscutível qualidade como Zico, Falcão, Júnior e Sócrates. A Itália, por sua vez, mantinha a sua força no sistema defensivo, com Zoff, Scirea, Colovatti e Gentile. Porém, na parte ofensiva era uma verdadeira incógnita. Graziani não estava em boa fase e o artilheiro Roberto Bettega veio a se contundir há poucos meses da convocação, sendo cortado. Paolo Rossi, por seu turno, estava completamente à margem, visto que acabara de voltar de uma suspensão por um suposto envolvimento em um esquema de armação de resultados da loteria esportiva italiana que o impediu de jogar futebol por dois anos. Nem a imprensa tampouco a torcida eram favoráveis à sua convocação, mas Bearzot resolveria mesmo fazer a sua aposta individual. Mesmo com a punição, o atacante viria a ser contratado pelo clube onde iniciara a carreira, a Juventus. Posteriormente um de seus acusadores admitiria que as provas contra ele eram forjadas. Felizmente para Rossi e para a Itália, mas não para o Brasil, a pena terminaria a um mês do início da Copa da qual sairia campeão, artilheiro e consagrado como melhor jogador. 

Sem atuar por quase dois anos e tendo jogado apenas três partidas pela Juventus, Rossi parecia contar apenas com o apoio do técnico. O meia Gabriele Oriali, também convocado à competição, disse pouco antes de a delegação rumar à Espanha: “Com Paolo Rossi no ataque, nossas chances de vencer ficam reduzidas”. E realmente assim foi na primeira fase, onde a parte ofensiva passou em branco nas partidas contra Polônia, Peru e Camarões.

Contudo, os deuses do futebol têm as suas artimanhas e os seus próprios desígnios. Quiseram eles que as seleções do Brasil e da Itália caíssem no mesmo grupo da segunda fase que contava ainda com a campeã Argentina. Contra o Brasil não demoraria para que Paolo Rossi mostrasse o seu cartão de visitas. Logo aos cinco minutos, ele abriu o placar com uma cabeçada fulminante após um cruzamento de Cabrini. Todavia, o Brasil não se abateria com o revés, chegando à igualdade aos 12. Entretanto, aos 25, Rossi aproveitaria uma falha clamorosa de Toninho Cerezo e, com o seu costumeiro oportunismo, colocou novamente a Itália à frente do placar. Na segunda etapa, o Brasil pressionaria até encontrar o gol, com um belo voleio de Falcão. Com o empate, parecia que o escrete canarinho viraria o marcador, mas novamente ele deu o golpe de misericórdia. Aos 30 minutos, livre de marcação, desviou  na pequena área, marcando o gol da vitória. O Brasil não conseguiu superar o baque e, graças a Rossi, a Itália estava classificada para as semifinais. Foi o autor dos três gols da vitória naquela que ficou conhecida como a Tragédia do Sarriá. O atacante ainda deixaria a sua marca duas vezes contra a Polônia, na semifinal, e uma vez contra a Alemanha, na decisão, conquistando a Chuteira de Ouro da competição, com seis gols. Naquele ano, também arrematou a Bola de Ouro, da revista France Football, se tornando o terceiro italiano a ganhar o prêmio após Gianni Rivera e Omar Sivori.


No que tange a clubes, sua melhor passagem ocorreu realmente pela Juventus, ainda que pontuada por altos e baixos. O atacante nunca conseguiu estabelecer um relacionamento muito amigável com a torcida, o treinador Giovanni Trapattoni e o presidente Giampero Boniperti. Se queixava constantemente ao ser substituído. De qualquer forma, junto a Platini e Boniek, veio a conquistar diversos títulos com a Velha Senhora, entre os quais, os de 1982 e 1984, além da Copa dos Campeões da Europa, de 1985. Sua melhor temporada foi a segunda, na qual contribuiu com 13 gols para o scudetto.

Em 1985, ao ser contratado pelo Milan, não conseguiria render o que seria esperado de um legítimo matador por conta dos velhos problemas de joelho. Marcaria apenas dois gols com a camisa rubro-negra. No ano seguinte, Bearzot o chamaria para a sua terceira e última Copa do Mundo, possivelmente em uma espécie de homenagem, pois Rossi, em péssimas condições físicas, não atuou em nenhuma partida. Após o torneio, encerraria a sua prestigiosa carreira no Verona, marcando quatro gols em vinte jogos. 

Em 2002, no vigésimo aniversário do Mundial, publicou uma autobiografia, de nome bastante sugestivo: “Eu fiz o Brasil chorar”. Atualmente, é comentarista do canal italiano Sky Sports, presidente honorário do Prato, a equipe de sua cidade natal, e ainda dirige uma agência imobiliária em Vicenza.

LAPSO

por Eliezer Cunha


Algo me soa estranho. Algo não me parece normal. Algo ficou para trás. Algo foge à regra histórica do nosso futebol. Agora me pergunto e exclamo, o que será? Já não sinto mais o clamor popular para a conquista de mais uma Copa do Mundo. Não mais percebo do povo essa necessidade de superação através do futebol, onde, no passado, era algo atenuante para os nossos problemas diários. Da mídia futebolística percebo acanhamento e conformismo, dos dirigentes uma inoperância absoluta com os atuais resultados. E lá se vão anos sem uma conquista do mundial de seleções, parece que 2002 foi ontem? É, o tempo passa muito rápido.

Quando estávamos prestes a conquistar o mundial de 94, após longos 24 anos sem título, parecia uma eternidade obscura. Haviam cobranças vindas de todas as partes, principalmente por parte da mídia pelo vácuo de 24 anos sem tal conquista. Perguntávamos sempre, por que e como?  Até que em 1994 Romário, Bebeto e CIA conquistaram o feito. Na Copa seguinte. 1998, logramos novamente a final e acabamos perdendo para a anfitriã França e para o inusitado acontecimento com nossa maior estrela. Veio 2002 e com uma equipe muito bem armada e com valores individuais culminando em seus respectivos auges da carreira conquistamos novamente a taça.

Subsequente vem à geração dos “meninos promissores” possíveis arrebatadores de nosso futebol arte, endeusados pelas mídias nacionais e, assistimos Kaká, Robinho, Luís Fabiano, etc., inoperantes frente a tal expressivo evento mundial e suas respectivas seleções, até que culminou com o escândalo maior que nosso futebol podia ter registrado, inacreditável há algumas décadas atrás, uma goleada estrondosa numa Copa, dentro de nossa própria casa.

Teria sido a pá de cal que nos faltava para percebermos que estamos muito atrás das médias seleções, teria sido a forma mais eloquente de nos mostrarmos que precisamos agir fazer algo?

Aos torcedores esperança, as tradições respeito, a mídia análise imparcial e aos comandantes a honra verde e amarela.