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Copa do Mundo

O DIA EM QUE “A SELEÇÃO” MORREU

por Rodrigo Ancillotti 

(Atenção: esse texto pode ferir suscetibilidades!!)


Quando Abraham Klein, por volta das 19 horas daquele 5 de julho de 1982 ainda de sol forte em Barcelona, apitou o final de Brasil 2 x 3 Itália pela Segunda Fase da Copa do Mundo da Espanha, ele não apenas deu números finais num dos jogos mais dramáticos e surpreendentes (para os desavisados) da História das Copas, ou simplesmente confirmou a eliminação do Brasil naquela que seria conhecida como Tragédia de Sarriá (nome do antigo estádio do Espanyol). Ele assinou o atestado de óbito da Seleção Brasileira de Futebol.

Sim, senhores!! Naquele dia, “A Seleção” deu seu último suspiro e encerrou um ciclo de 24 anos de hegemonia, brilho e técnica que encantaram o mundo. Mais exatamente 24 anos e 20 dias após seu nascimento, no dia 15 de junho de 1958, quando Mané Garrincha, Pelé e Vavá assombraram o mundo no Estádio Nya Ullevi, Gotemburgo. Nesse dia, o Brasil venceu a temida União Soviética por 2×0, gols de Vavá, e jogou o que ficou conhecido como “os três minutos iniciais mais espetaculares da história do futebol”.

Poderia ter nascido antes, é verdade. Talvez em 1925, quando o Clube Atlético Paulistano de Arthur Friedenreich encantou a Europa na primeira excursão internacional de um time brasileiro, quando chegaram a ser apelidados de “Les Rois du Football” pela imprensa francesa.

Ou quem sabe em 1938, quando Leônidas da Silva bailou nos campos da mesma França e só não classificou o Brasil para sua primeira final de Copa por estar contundido e fora da semifinal contra a Itália, sem esquecer a arbitragem criminosa pró-europeus. Talvez em 1950, nada mais justo se tivéssemos vencido aquela final contra o Uruguai no Maracanazo.


Não, amigos. Foi mesmo naquela partida brilhante contra os soviéticos, ainda mais que foi a estreia em Copas da dupla mais sensacional já vista em qualquer campo gramado: Mané Garricha e Pelé, que nunca perderam quando juntos pela Seleção. A partir daquele jogo, e do subsequente título contra a Suécia, o Brasil deixava o famoso “complexo de vira-latas” de Nélson Rodrigues para trás e assumia o protagonismo mundial no futebol. Os títulos internacionais do Santos de Pelé, Coutinho e cia e do Botafogo de Garrincha, Didi, Zagallo, etc só abrilhantavam ainda mais nossa Fase de Ouro, assim como a Academia do Palmeiras, o Cruzeiro de Tostão e Piazza, dentre tantos outros.

Em 24 anos, em 6 Copas disputadas, levantamos 3 canecos e ficamos com a Taça Jules Rimet em definitivo (até ser derretida por ladrões em 1983, já na ressaca do Sarriá). Fomos bicampeões em 1962 coroando Mané Garricha como melhor do mundo e, se sucumbimos ao futebol-força em 1966 (fruto da preparação mal feita e da violência dos adversários), vencemos no México dando mais uma aula de futebol com o melhor time/seleção da história.

Mesmo após dois Mundiais complicados seguidos, quando perdemos ora para nosso próprio pragmatismo (em 1974), ora nos bastidores (em 1978), nunca deixamos de ser respeitados e temidos em Copas do Mundo, e a Copa da Espanha seria nossa consagração. Jogávamos o futebol mais bonito do mundo desde o ano anterior, e o Mundial seria só proforma: apesar de adversários fortes como Alemanha Ocidental, França, Polônia, Inglaterra e Argentina, a Taça estava no papo, como bem dizia o Pacheco a todo momento na TV.

Até que tudo ruiu numa tarde infeliz contra uma seleção desacreditada mas muito bem armada que, apesar dos resultados ruins na primeira fase (quando só se classificou pelos gols marcados), tinha tudo para deslanchar de acordo com Seo Zezé Moreira, observador da CBF. 


E na tarde em que Paolo Rossi surgiria como nosso algoz com seus três gols, A Seleção morreu!! Nunca mais seríamos os mesmos, pois a eterna dúvida sempre martelaria: jogar feio e vencer ou jogar bonito e perder?? Pragmatismo ou beleza?? E mesmo nas duas Copas que vencemos desde 1982, apesar dos espasmos de bom futebol, o pragmatismo sempre levou vantagem: primeiro garantir lá atrás, pra só depois pensar em dar espetáculo. Continuamos entrando como favoritos em todas as competições, mas deixamos a fantasia pra trás.

O espetáculo nunca mais veio, meus amigos. A chama apagou naquele 5 de julho de 1982.

A SELEÇÃO BRASILEIRA DE 82

por Luis Filipe Chateaubriand


Cantada em prosa e verso como uma das maiores seleções de futebol que o mundo já viu, a Seleção Brasileira de 1982 tinha imperfeições que muitas vezes não são notadas.

O técnico Telê Santana, notório adepto do futebol bem jogado, perdeu a oportunidade ímpar de fazer do Flamengo da época seu time base. Tivesse o feito, tendo o Flamengo como time base, teria ainda maiores chances de ganhar aquela Copa do Mundo do que de fato aconteceu.

Leão; Leandro, Oscar, Edinho e Júnior; Andrade, Falcão e Zico; Tita, Sócrates e Adílio. Seria um time titular com a base rubro-negra – ou seja, técnica, tática e conjunto – aliado à genialidade de Sócrates e Falcão, à experiência de Leão (o melhor goleiro do país de então), à segurança de Oscar e à agilidade de Edinho (que Luisinho não tinha, apesar da técnica).


O banco de reservas, à época composto por cinco jogadores, poderia ter Raul, Luisinho, o excelente Toninho Cerezo, o gênio Reinaldo (que não foi convocado pelo conservadorismo pessoal do técnico) e o versátil Lico (que não foi convocado sabe-se lá por que).

Vamos convir: se assim fosse, o escrete canarinho teria muito mais chances de êxito do que mesmo aquele timaço que foi montado à época teve.

Times como o Flamengo de 1981 e 1982 aparecem muito raramente em nosso futebol. Desperdiçar a chance de torná-lo base de nossa seleção foi enorme desperdício.

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há 40 anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email:luisfilipechateaubriand@gmail.com.

ADÍLIO

por Serginho 5Bocas


Adílio foi um dos meus ídolos da infância. Jogava de meia-direita e muitas vezes de falso ponta caindo pela extrema esquerda.

Jogava muita bola, apesar do chute não ser tão bom. Não batia com precisão em direção ao gol, mas seu passe era sensacional e seus dribles uma arma desconcertante e imprescindível para aquele time do Flamengo. Zico que o diga, quantas assistências do neguinho da cruzada, o galinho converteu em gol.

Adílio parecia flutuar em campo tal era a leveza de suas passadas elegantes, tinha futebol de craque e se impunha pela habilidade. A bola quando conduzida por Adílio parecia não ter peso, nunca vi ninguém tirá-la de seus pés, como protegia a redonda, aliás, uma das principais armas do Flamengo quando a vitória estava apertada era mandar a bola para ele gastar o tempo, sem contar os gols e passes em jogos altamente decisivos. Além de tudo, fazia gols em jogos importas como na final do Brasileiro de 1983 e na final do mundial interclubes em Tóquio. No total, ele fez 129 gols em sua carreira, quase todos pelo Flamengo,


Tanto talento e intimidade com a bola não foram suficientes para se firmar na seleção e jogar uma Copa do Mundo. Adílio jogou com a amarelinha apenas duas partidas: uma pela seleção de novos em 1979 e outra pela seleção principal quando vivia sua melhor fase. Ironia do destino foi justamente quando estávamos próximos da Copa de 1982 que aconteceu o jogo de sua vida. A dois meses da Copa, teve sua grande e última (única) chance: enfrentaria a Alemanha Ocidental no Maracanã.

Naquele dia ele fez uma partida memorável, comandando as ações do meio de campo e dando um passe primoroso e suave para Junior marcar o único gol daquele jogaço contra os campeões europeus de 1980 e vice mundial da Copa que estava por vir. Se alguém tivesse visto aquela partida e depois soubesse que ele não foi convocado para a Copa da Espanha, teria dificuldades para entender o porquê dele não estar na relação final dos convocados. Fico me perguntando até hoje, por que o Telê fez aquilo com o Adílio e com a Copa, será que nem entre os reservas ele poderia ser chamado?


Adílio, ainda jovem, jogava como um veterano, mandava na cancha, gastava a bola. Apesar da alegria de menino no olhar e no bailar, era futebol de gente grande mesmo, coisa de craque, futebol de encher os olhos.

Adílio nunca foi a uma Copa do Mundo, uma pena!

Pena para Adílio, para a Copa, para nós que amamos a bola e para o futebol.

Na época não entendi nada e hoje muito menos.

Alguém poderia me explicar?

CONVOCADO POR ENGANO

por Victor Kingma


A mais desorganizada seleção brasileira de todos os tempos foi, seguramente, aquela que disputou o mundial da Inglaterra, em 1966.

Durante  os quase quatro meses de preparação para a Copa, foram formadas nada menos que quatro seleções para os treinamentos. Astros consagrados como Pelé e Garrincha disputavam espaço com outros, muitas vezes desconhecidos do público, selecionados por questões políticas.

Alguns jogadores famosos, mas já em final de carreira, eram convocados apenas para agradar ao público por onde a seleção passava.

O técnico Vicente Feola, com tanta interferência em seu trabalho, passou o tempo todo tentando armar um time base e, apesar do longo tempo de preparação, chegou à Inglaterra sem saber qual era a melhor escalação.

O fato mais marcante da desorganização daquela seleção foi o incrível episódio em que um jogador foi convocado por engano.


Numa das listas divulgada pela CBD, saiu o nome de Gilberto Freitas Nascimento, o Ditão, vigoroso zagueiro do Flamengo. Na verdade, o selecionado deveria ser o outro Ditão, seu irmão mais velho, Geraldo Freitas Nascimento, que após se destacar na Portuguesa de Desportos havia sido contratado pelo Corinthians, time pelo qual brilhou por muitos anos.

Surpreso com a convocação, o Ditão caçula se apresentou à seleção e foi incorporado ao grupo para os treinamentos.

Constrangidos, os cartolas acabaram mantendo a convocação. O raçudo zagueiro rubro-negro, posteriormente, acabou sendo cortado.

Apesar de tantos desacertos, o Brasil ainda foi para a Copa com um grupo muito forte, uma mescla de craques consagrados com jovens promessas.

Mas, como não poderia resistir a tanta bagunça, a seleção acabou desclassificada ainda na primeira fase do mundial. Estreou vencendo a Bulgária por 2 x 0, com gols de Pelé e Garrincha, ambos de falta, na última partida em que os dois gênios da bola jogaram juntos. Entretanto, nos dois jogos seguintes, o Brasil foi derrotado pela Hungria e por Portugal, do grande astro Eusébio, pelo mesmo placar de 3 x 1.  O então garoto Tostão, contra os húngaros, e o lateral esquerdo Rildo, contra os portugueses, assinalaram os gols brasileiros.

Nas três partidas que disputou, o Brasil atuou com escalações diferentes e nada menos que 20 jogadores foram utilizados. Apenas o volante Zito, contundido,  e o ponteiro Edu, que era muito jovem, pois foi convocado com apenas dezesseis anos, não atuaram. O meia Lima e o ponteiro Jairzinho foram os únicos que participaram dos três jogos.


O grande fracasso acabou valendo como lição. Quatro anos mais tarde, na Copa do México, agora com uma organização ímpar, vários destes jogadores, como Brito, Gerson, Jairzinho, Tostão e Pelé, além do reserva Edu, deram a volta por cima e encantaram o mundo na conquista do tricampeonato, fazendo parte daquela seleção mágica.

Jogadores   brasileiros que foram à Copa da Inglaterra:

Goleiros: Gilmar (Santos) e Manga (Botafogo).

Laterais: Djalma Santos (Palmeiras, Fidelis (Bangu), Rildo (Santos) e Paulo Henrique (Flamengo).

Zagueiros: Brito (Vasco), Belini (São Paulo), Orlando (Santos) e Altair (Fluminense).

Meio Campo: Denílson (Fluminense), Zito (Santos) Lima (Santos) e Gerson (Botafogo).

Atacantes: Jairzinho (Botafogo), Garrincha (Corinthians), Alcindo (Gremio), Tostão (Cruzeiro), Silva (Flamengo), Pelé (Santos) Edu (Santos) e Paraná (São Paulo).

Victor Kingma – www.historiasdofutebol.com.br

OS GRANDES PERDEDORES

por Serginho 5Bocas

ZIZINHO 


Quando menino, meu pai (tricolor) dizia que Pelé havia sido o maior jogador de futebol que tinha visto jogar, mas que não tinha toda a certeza disso porque houve um jogador chamado Zizinho, que por sinal era o ídolo do rei Pelé e de muita gente boa. Meu pai dizia que Zizinho, ou Mestre Ziza, era um eterno condenado e sem prescrição da pena, ele, ao lado do goleiro Barbosa, eram os líderes de toda uma geração de condenados, os “perdedores” da Copa de 50. 

Mestre Ziza foi um gênio de futebol, entretanto carregou o gosto amargo da derrota em casa na final da Copa de 1950. O pior é que depois disso, ainda teve que pagar um alto preço por liderar um protesto, que culminou com seu afastamento de novas convocações do escrete canarinho, mas talvez a seleção do Brasil tenha se saído pior nesta história, pois abrir mão de um talento como aquele tem muito a ver com a insensatez que reinava e ainda reina nos meandros do poder do futebol brasileiro.

Assim, fez falta demais na Copa de 1954, pois com ele certamente teríamos mais munição para enfrentar os temíveis húngaros, fazer o quê?

Já no final de carreira quando jogava no Bangu, foi contratado pelo São Paulo e aos 37 anos, liderou o time rumo ao título do Campeonato Paulista, um feito e tanto se considerarmos a idade e a qualidade dos jogadores da época.

Em entrevista anos depois, ele disse que após a convocação de todos os jogadores para a Copa de 1958, ligaram para ele e fizeram um convite para que ele fosse a Copa da Suécia comandar a seleção em campo, mas educadamente ele recusou, disse não achar justo tirar a vaga de alguém que já estava sonhando com a participação na Copa, o jovem Moacir.

Justo, ético e humano, só mesmo um gênio para praticar um gesto de nobreza e altruísmo como esse, algo raríssimo nos dias de hoje, coisas de uma época mais romântica do futebol.

Zizinho foi considerado o melhor jogador da Copa de 1950 e um dos maiores de todos os tempos.

PUSKAS 


O major galopante foi o grande líder do grande time do Honved e da seleção húngara, a inesquecível e quase invencível “magiar”.

Um time quase perfeito que tocava a bola com rapidez e objetividade impressionante. Muitos dizem que foram eles que inventaram o aquecimento antes das partidas, e que por isso entravam em campo a 1000 por hora e decidiam as partidas nos minutos iniciais, pois enquanto os adversários precisavam de um tempo para aquecer, eles já entravam em ponto de ebulição e isso fazia uma enorme diferença.

Ficaram por longos anos invictos e foram perder justamente na final da Copa do Mundo de 1954, ficando com o vice após derrota por 3×2 para os alemães ocidentais, num jogo que ficou conhecido como a “batalha de berna”, pela sua dramaticidade.

Puskas sofreu uma entrada violenta no segundo jogo da Copa, justamente contra os mesmos alemães ocidentais, ainda na primeira fase, quando venceram por 8×3. Essa contusão tirou-o de quase toda a Copa, só retornando na final, em que marcou o primeiro gol e “quase” fez o que seria o gol de empate (3×3) e que foi infelizmente anulado pelo árbitro.

Puskas ainda fez muito sucesso no futebol, desfilando sua enorme categoria e precisão, jogando pelo Real Madrid na Espanha, também deu ares de sua graça atuando pela fúria espanhola após ter se naturalizado, em razão de problemas políticos internos e gravíssimos no levante que ocorreu na Hungria que o obrigou a se asilar em outro país.

O canhotinha foi um dos maiores jogadores de todos os tempos e possui um recorde que nem Pelé tem, o de maior artilheiro de seleções nacionais em jogos oficiais com 84 gols em 85 jogos.

Puskas é o melhor jogador húngaro de todos os tempos e é considerado um dos maiores jogadores de futebol do mundo de todos os tempos.

CRUYFF  


Foi o revolucionário do futebol, o maestro da laranja mecânica, nome dado ao time holandês durante a Copa de 1974. Uma equipe que mudou conceitos futebolísticos e que nunca mais o mundo viu nada parecido.

Cruyff era jogador de todo o campo, buscava a bola lá atrás e a levava até a outra área com enorme facilidade. Era difícil definir em que posição Cruyff jogava, tal sua impressionante movimentação por todos os espaços e sua capacidade de executar funções distintas.

Corpo esguio e elegante, se destacava num grupo de virtuosos, no meio de várias feras ele era a “FERA” das feras.

Cruyff colocou, juntamente com seus companheiros, a Holanda no mapa do futebol, nunca antes nem depois se formou uma equipe nas terras baixas com tamanha qualidade e capacidade de enfeitiçar os torcedores.

Cruyff não venceu a única Copa em que participou, pois perdeu a final para a Alemanha ocidental, mas ninguém que presenciou aqueles sete jogos dos laranjas irá esquecê-lo. Uma pena que ele não quis participar da Copa de 1978, dizem que por motivos políticos, pois era totalmente avesso ao regime ditatorial do general Videla que presidia a Argentina na época.

Aquele início arrasador na final da Copa de 1974, em que a Holanda deu a saída de bola e ficou com ela por mais de um minuto, só parando no pênalti cometido por Volks em Cruyff, ficou na antologia do futebol, coisa de almanaque.

Ele ainda jogou e reinou no Barcelona e nos Estados Unidos, de volta para a Holanda encerrou a carreira passando pelo Ajax e Feyernood.

Cruyff foi o maior jogador holandês de todos os tempos e um dos melhores do mundo. 

ZICO  


Foi o craque da melhor seleção pós 70 (era Pelé), aquela que encantou o mundo na Copa da Espanha em 1982. Seleção que ficou conhecida pelo jogo bonito e envolvente, de movimentação constante, posse de bola e belíssimos gols, uma pequena amostra do que se convencionou chamar de futebol arte.

Zico era craque, arco e flecha, aquele que arma no meio de campo e corre até a área para concluir com perfeição.

Zico tinha a facilidade do drible, uma visão privilegiada do campo e do jogo, a capacidade de conclusão apurada e o passe como suas maiores qualidades. Apesar de ser um artilheiro mortal, ele não esquecia dos companheiros e não se cansava de dar passes milimétricos para que marcassem seus gols.

Zico foi cidadão do futebol no mundo, sendo rei na Itália e Deus no Japão, ídolo do esporte e pessoa admirada pelo futebol e pelo caráter fora das quatro linhas.

O futebol foi sua forma de se expressar, de mostrar ao mundo todo o seu talento e seu profissionalismo.

Zico foi o maior artilheiro do Flamengo e do Maracanã e para muitos o melhor jogador de futebol brasileiro pós Pelé e um dos maiores do mundo.

PLATINI 


Foi o comandante da maior geração de futebol francês de todos os tempos. Capitaneava um grupo que tinha ninguém menos do que Giresse e Tigana como companheiros e coadjuvantes.

Esse grupo apresentava um futebol refinado e de toques precisos e de alta categoria. Pareciam não fazer esforço para jogar bola. Apesar de não terem vencido uma Copa do Mundo, não há como esquecer as lindas apresentações que fizeram principalmente em 1982. Pena não termos presenciado uma final entre a França e o Brasil naquela Copa, a de 1982, seria uma ode ao futebol arte.

Platini tinha extrema classe e categoria que era demonstrada quando se relacionava com a bola. Simplificava o que aparentemente era dificílimo no jogo e o fazia com tal qualidade que fazia parecer a coisa mais simples e possível a qualquer mortal.

Jogou 3 Copas do Mundo e encantou nas de 82 e 86, apesar de ter sido eliminado pela mesma Alemanha nas duas ocasiões, mas nada disso foi capaz de apagar seu brilho.

Comandou a maior vitória de seu país até então, a Copa Europeia de Seleções de 1984, sendo também o artilheiro da competição.

Iluminou os gramados italianos quando comandou a Juventus e foi eleito o melhor jogador europeu por três vezes consecutivas.

Foi sem sombra de dúvidas o maior jogador da França de todos os tempos com sobras e um dos mais clássicos do mundo.  

O que todos estes supercraques tiveram em comum? 

Todos foram mestres da coletividade sem abandonar e exprimir suas potencialidades individuais.

Todos eles foram legítimos representantes do futebol arte; 

Todos eram os líderes incontestáveis de suas equipes.

O futebol bem jogado por eles está acima de qualquer suspeita e que nem mesmo o título de campeão do mundo que eles tanto desejaram e não conquistaram apagou todo o legado que eles deixaram para o futebol ao redor do mundo. 

O mais intrigante disto tudo é que todos eles são mais lembrados do que muitos vencedores de Copa e são respeitados em todo o mundo como grandes do futebol mesmo sem ter alcançado a sua maior glória.

Pena da Copa do Mundo!