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Ceará

CONTRA O CEARÁ NÃO DEU

por Rafael Santana


O Rei Pelé jogou entre os anos de 1959 e 1974 contra os times do estado Ceará. Jogou no Estádio Presidente Vargas, jogou no Castelão, contra o quadrado de ouro do Fortaleza Esporte Clube, no Romeirão, e também teve um confronto no Pacaembu.

Em 1959, o já campeão mundial Edson Arantes fez seu primeiro jogo em terras cearenses. Apesar de ter marcado duas vezes, não impediu o empate do Fortaleza, impulsionado por um PV lotado até as tampas em um simples amistoso entre Fortaleza e Santos.

Em 1968, em um ano bem particular, o Santos vistou Fortaleza para fazer a entrega de faixa de campeão cearense invicto do Ferroviário Atlético Clube. O resultado do jogo foi 0x0, mas o que valeu foi a festa.


No dia 3 de dezembro de 1972, o Ceará tinha um timaço!! Campeão cearense, tinha jogadores excelentes como Edmar, Mauro Calixto, Da Costa e por aí vai! Em partida válida pelo Campeonato Brasileiro de 1972, Pelé iria entrar em campo pela milésima vez na carreira, uma expectativa imensa foi criada para essa partida. Seria essa mais um show do rei?

Nesse ano, Pelé já dava indícios que um fim estaria por perto, mas continuava a brilhar com muitos gols e suas jogadas, então, para seu milésimo jogo, acredito que o Brasil inteiro estava de ouvido ligado nessa partida.

Aos 11 minutos do primeiro tempo, o Santos abriu o placar com Pelé, sim o rei marcou e dava indícios de show. Até que o Ceará mostrou sua grandeza virando a partida com Samuel aos 17 e o goleador Da Costa. Foi a primeira vitória de um time cearense sobre o Santos do Rei.

A torcida do Ceará fez o PV tremer tamanha a festa. Assim que acabou o jogo, rolou uma grande invasão de campo e um fã ofecereceu a bagatela de 10 mil cruzeiros pela blusa do Rei. Acuado, ele foi embora reclamando das condições do jogo.


ONZE MESES DEPOIS INAUGURARAM O CASTELÃO

Pelé finalmente jogou no Castelão, e dessa vez não teve motivo algum para reclamar. Em 23 de janeiro de 1974, o Santos enfiou uma goleada de 5×1 no Fortaleza, campeão cearense, com o Rei marcando duas vezes. Dessa forma, ele se despedia dos campos de futebol cearenses sem nunca ter conseguido ganhar do Ceará Sporting Club.

RECEITA DE FUTEBOL QUE VEM LÁ DO CEARÁ

por Nando Antunes


BANDEIRA DO CEARÁ :::: O Ceará está de parabéns porque além de nos passar as receitas maravilhosas de sua culinária, agora também nos dá, de "mão beijada", uma receita otimista do velho e bom futebol brasileiro.

BANDEIRA DO CEARÁ :::: O Ceará está de parabéns porque além de nos passar as receitas maravilhosas de sua culinária, agora também nos dá, de “mão beijada”, uma receita otimista do velho e bom futebol brasileiro.

No final de setembro, participei de palestras em algumas cidades do Ceará, na companhia sempre prazerosa do competente amigo Rondinelli, nosso deus da raça, e de Francisco Ribeiro, grande incentivador do futebol interiorano daquele estado. Percorremos algumas cidades serranas e o nosso ponto de partida era sempre na cidade de Reriutaba. Ali, além de palestras para atletas mirins, entregamos os troféus de campeões e vice-campeões amadores de Reriutaba. É impressionante, mas alguns jogos, à tarde, num dia útil da semana, lotam os estádios. No dia seguinte, fomos a Guaraciaba do Norte, localizada no alto da serra, a 900 metros de altitude. Participamos da solenidade de fundação da liga independente de futebol da cidade, com representantes de mais de 50 clubes. Ao lado do prefeito da cidade tivemos o prazer de ver o presidente de cada clube recebendo o documento legal, com o seu devido CNPJ. Fomos também a Croatá, São Benedito, Ypu e Cariré. Em todas as regiões, fomos muito bem recebidos e ficamos impressionados com a organização crescente no futebol amador do Ceará. Sem dúvida, um caminho a ser seguido para melhorar a nova estrutura de nosso futebol e sair do fundo do poço.

Nestas cidades que citamos acima, a criação da liga independente foi uma grande sacada. Em reriutaba participam do campeonato anual 24 clubes na série A e 24 clubes na série B. Em Guaraciaba do Norte, esse número é superior. Em Ypu, Cariré e São Benedito, a mesma coisa. Nestas seis cidades, se somados, são mais de 340 clubes, todos muito bem estruturados e amadores. Ora, como o nosso país tem mais de 5.000 municípios, pode-se imaginar a imensa quantidade de clubes disputando competições organizadas por ligas independentes e que não precisariam se curvar às federações e muito menos à CBF. Seriam dezenas de milhares de clubes por este Brasilzão, em campeonatos municipais. Com certeza, daí começaria a despontar futuras promessas para o nosso “caidinho” futebol brasileiro.

Receita simples que os municípios do Ceará estão passando para os demais municípios brasileiros. Isto não é uma ideia, mas uma realidade e deve ser copiada.

Fomos felizes testemunhas desta nova emancipação, tão simples e muito motivadora de jovens em seus respectivos municípios. O interior do Ceará está de parabéns porque além de nos passar as receitas maravilhosas de sua culinária, agora também nos dá, de “mão beijada”, uma receita otimista do velho e bom futebol brasileiro já desgarrado do que há de pior no futebol: a perpetuação de falsos donos do futebol. Que outros municípios usem esta receita, simples e eficiente.