Carlos Alberto Torres faria 77 anos neste dia 17 de julho. Muita saudade do nosso capitão do “Tri”, em 1970, que amava jogar peladas mais que tudo. Talvez até mais que a Jules Rimet que levantara no México
por André Felipe de Lima
“Quem é que não gostava ou não gosta de disputar uma peladinha, que é uma coisa que já nasce com a gente?”. Carlos Alberto Torres, que faria anos nesta terça-feira (17), foi um dos craques da Copa de 70 que mais amava as origens do futebol nas peladas que disputava na Vila da penha, bairro do subúrbio carioca em que viveu boa parte da juventude.
Torres foi um verdadeiro fominha, e sem eufemismos. Não dispensava peladas. Quando começou a carreira profissional, no Fluminense, teve uma vontade enorme de abandonar a concentração para disputar o antigo torneio de peladas, no Aterro do Flamengo. Isso lá no começo da década de 1960.
Confessou a tentação ao Jornal dos Sports, durante entrevista realizada meses antes da Copa de 70. “É na pelada que o torcedor de futebol se distrai. Depois de uma semana de trabalho, ele tem a oportunidade de ver na pelada jogadores que amanhã ou depois poderão estar na seleção brasileira”, disse o saudoso Capita, que lamentou profundamente ao repórter não poder participar do campeonato de peladas patrocinado pelo próprio JS, em novembro de 1969.
Vontade de largar o escrete para cair dentro dos campos do Aterro não faltou ao querido Carlos Alberto, que foi, inegavelmente, um gênio dos gramados, mas, acima de tudo, ostentando nas entranhas da alma um peladeiro convicto e inabalável. Sem essa alma peladeira, jamais seria um craque, jamais conquistaria a humildade e sabedoria comuns aos verdadeiros ídolos do futebol.