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Caixa

LEANDRO ETERNO

Uma das filosofias do Museu da Pelada é dar um passo de cada vez. Após reunir um timaço de colaboradores e abastecê-lo nesse primeiro ano com conteúdo de qualidade chegou o momento do segundo passo. E ele vem carregado de ousadia. A ideia é salvar os acervos pessoais de nossos craques e profissionais ligados ao futebol, como técnicos, árbitros, supervisores e torcedores. O lateral Leandro, do Flamengo, foi o primeiro a ter suas matérias, fotos e recortes digitalizados, restaurados e salvos num cd, além de guardados numa belíssima caixa confeccionada pela encadernadora Chris Lee, da Manufatura. O objetivo é salvar o maior número de acervos, desprezados por clubes e museus físicos, e apresentaremos esse projeto a empresas com perfil para nos ajudar nessa empreitada. Mas, com ou sem patrocínio, seguiremos em frente.


Postamos esse vídeo hoje, justamente no aniversário de 58 anos de Leandro

Vale destacar que a ideia do presente surgiu meses antes – e por acaso -, no dia em que fomos a Cabo Frio entrevistá-lo. Quando o craque apresentou o seu acervo, com fotos, notícias, textos e recortes de jornais de cair o queixo, também chamou a atenção o estado daquelas eternidades, rasgadas, manchadas e desorganizadas.

Como um dos objetivos do Museu é preservar a memória do futebol-arte, propomos revitalizar aquela preciosidade, afinal de contas, um craque da importância do Leandro merecia, ao menos, um acervo digno. Sem pensar duas vezes, o lateral confiou na nossa equipe e nos entregou as bolsas e caixas rasgadas que guardavam todas as suas lembranças do futebol.

O trabalho durou quatro meses, pois foram mais de 1 mil matérias digitalizadas, mas, com certeza, um dos mais prazerosos nesse curto período de existência do Museu da Pelada. O documentarista Guillermo Planel foi o responsável por coordenar essa etapa.

– Não foi fácil, mas ficamos muito orgulhosos de organizar o acervo do Leandro, principalmente por ele ser idolatrado pelas torcidas e ser um ídolo mundial – resumiu Planel.


A segunda etapa, a da restauração, foi assumida pelas mãos mágicas de Chris Lee. Ela removeu as marcas de fita duréx das fotos e reduziu o amarelado das páginas dos jornais usando borracha ralada. Limpou foto por foto, colou todas as páginas rasgadas e guardou tudo em pastas divididas em ordem cronológica.

– No estado em que recebi o acervo não duraria mais de 30 anos – revelou.

Sabemos, no entanto, que essa é a realidade de muitos craques, dirigentes, árbitros, torcedores e personagens ligados ao futebol, que têm o acervo como a única lembrança do passado. Ciente da importância dessas eternidades, que nada mais são do que o resgate da poesia perdida do futebol, a equipe do Museu da Pelada encara esse desafio como uma missão de vida!


Orgulhoso, Leandro posa com o acervo restaurado

Ao receber o acervo restaurado, Leandro espantou-se com o resultado do trabalho.

– Agora sim, minha história eternizada e meus filhos e netos conseguirão levá-la adiante – agradeceu, emocionado.

Mal sabe ele que a restauração foi uma forma de agradecê-lo por tratar a bola com tanto carinho ao longo da sua brilhante carreira, uma façanha que merece ser eternizada!