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O DIA EM QUE PAULINHO PERDEU O MEDO

por André Felipe de Lima 


Botafogo e Fluminense estavam a três dias da decisão do Campeonato Carioca de 1957. Entrariam no sagrado gramado do Maracanã no dia 22 de dezembro. Havia um clima de muita ansiedade. Um dos protagonistas do embate oque se avizinhava já estava devidamente confirmado. Era o craque Didi. Haveria outro, mas isso ninguém jamais suspeitava. Falava-se em Nilton Santos, em Garrincha. Mas Didi, sim, com sua inigualável clarividência de fazer inveja a um Zaratustra ou a um Houdini já sabia quem deveria ser coroado com ele no domingo.

Naquela tarde da antevéspera do jogo, Didi disse o seguinte à esposa Guiomar: “Esse menino, no dia em que perder o medo, e não quero dizer medo no sentido de covardia, falo melhor, no dia em que ganhar confiança em si, vai ser uma parada. Tem tudo para ser um bom jogador. Seu chute é uma pedrada”. Didi falava reservadamente sobre o rapaz “Paulinho” que os aguardava na sala de jantar. O convidado em questão chamava-se Paulo Ângelo Valentim, que frequentemente visitava o casal. Didi e Paulinho — como era carinhosamente chamado pelos amigos — jogavam juntos no Botafogo, que não conquistava títulos desde aquela polêmica final contra o Vasco, em 1948. Por isso a ansiedade, a magia que cercava aquele jogo. Afinal, seria a primeira decisão do Didi contra seu ex-clube, que deixara para trás com uma dose cavalar de mágoa na alma e no coração.


A superstição estava em alta em General Severiano. O letreiro do clube inexplicavelmente estava sem todas as letras “e”. Quem por ali passava, lia: “Botafogo d FutbolRgatas”. Um cenário simplesmente nonsense que só mesmo o Alvinegro carioca para promovê-lo. Durante um papo com o amigo Rafael Casé, autor, entre outros, do maravilhoso “O artilheiro que não sorria”, uma sedutora biografia do artilheiro Quarentinha, e de “Somos todos Carlito”, sobre o impagável cartola botafoguense Carlito Rocha, ele recordou que a história certamente teria começado com Carlito, figura notória pela superstição com tudo e todos. Dias após nossa conversa sobre o episódio, Casé enviou uma nota de um jornal de 57, confirmando que o dirigente foi a um pai de santo nas vésperas do jogo. Carlito se benzeu, mas também pediu para que a macumba “amarrasse” os pés dos tricolores. O religioso foi enfático: “Retire todos os “es” do letreiro no portão do estádio”. Missão dada, missão cumprida.

Mas o que, afinal, tanto assustava Paulinho? Guiomar foi incisiva e perguntou o que mais o atemorizava. Ele respondeu que estava inseguro por ter custado tanto ao Botafogo e que as vaias também o importunavam. Sentia-se desvalorizado e sem ânimo para continuar jogando futebol e não descartava a possibilidade de não entrar em campo no domingo, contra o Fluminense. Ou, talvez, nunca mais.

O sábio Didi, o mais efetivo “psicólogo histórico” do futebol brasileiro, procurava levantar o moral do Paulinho, dizendo a ele que também sentia temor, e que isso era normal. Tanto que até promessas fez para cumpri-las em caso de vitória na final. A primeira seria estender a camisa do jogo no altar da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador, mas Didi — como é público e notório — só a cumpriria no ano seguinte, após o Brasil levantar o caneco mundial na Suécia; para cumprir a segunda, a mais complicada, teria de caminhar do Maracanã até General Severiano logo após o jogo, e com o uniforme completo, da chuteira à camisa: “Deixa isso para lá, rapaz, você tem jogo para muito tempo. Você leva jeito para o negócio. Precisa sair um pouco mais, aprender a desmarcar-se. O resto é fácil. Deixa que eu dou na frente.”

Mais calmo após o papo com Didi e Guiomar, Paulinho confessara que desejava jogar de meia e não de centroavante, como o escalara João Saldanha: “Já falei com Saldanha. No jogo de domingo contra o Fluminense eu vou tirar fotografia na posição de meia. Tenho certeza que isso dará sorte. Eu tenho minhas manias.”

O tempero da Guiomar e a “psicologia” do Didi injetaram no rapaz uma vontade incontrolável de brilhar, de ser a representação mais esfuziante da estrela solitária. Naquele dia 22 de dezembro de 1957, a “mandiga” do Paulinho, o letreiro louco de General Severiano, as promessas do Didi e os conselhos que o jovem ponta-de-lança recebeu do próprio Didi e da Guiomar funcionaram.


Botafogo e Fluminense entraram em campo diante de cerca de 100 mil torcedores. Após o apito final do juiz Alberto da Gama Malcher, estava lá, no placar do estádio: Botafogo 6, Fluminense 2, com cinco gols do renascido Paulinho Valentim.

No vestiário, Guiomar beijou calorosamente o marido Didi. “Tudo que sou devo a você, Guiomar, e à nossa Rebequinha (a filha do casal)”. Após as entrevistas, Didi cumpre a primeira das duas promessas e, vestido ainda com o uniforme alvinegro completo, caminha do Maracanã até sua residência cercado de uma multidão incrivelmente feliz em preto e branco.

Quanto ao Paulinho, foi amar — com todas as cores possíveis — sua querida Hilda.

UM CARIOCA DE POUCAS NOVIDADES

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


O Campeonato Carioca prepara-se para mais uma nova edição e as novidades são pouquíssimas. Para mim, o Fluminense trazendo Ganso será o clube que melhor contratou, incluindo nesse pacote o técnico Fernando Diniz, de quem sou fã. E por que sou fã do trabalho dele? Porque é bom ver jogar os times que ele monta. É nítido que os jogadores têm liberdade para driblar, ousar e o toque de bola é de qualidade. Também é nítido seu foco no treinamento dos principais fundamentos do futebol. Parece óbvio, mas não é. Por isso, ele deu aval para a contratação de Paulo Henrique Ganso. Os outros professores devem considerá-lo lento, antiquado.

Peguem os melhores momentos de Ganso e verão lances maravilhosos. O problema é a turma que o cerca e talvez Fernando Diniz tenha esse problema no Fluminense. Mas acredito no seu trabalho, principalmente se a diretoria entender a sua filosofia. Também acredito que ele aproveitará muito a base de Xerém. Basta lembrarmos do time mais comentado do final da temporada: Athlético Paranaense. Ele iniciou esse trabalho.

Ainda sobre o Fluminense, estava saindo de uma pelada com o Delei e vimos uma faixa da escolinha do Fluminense: “Formando Guerreirinhos e Guerreirinhas”. Acho esse marketing de péssimo gosto, afinal queremos craques e não gladiadores.

Por outro lado, li que o Fluminense está criando um núcleo forte de futebol feminino. Sempre torci para que todos os clubes fizessem isso. Tenho visto muita menina boa de bola! Mas também ouvi outro dia a jornalista Lu Castro explicando que agora o certo é chamar futebol de mulheres e não feminino. Seguirei!


As contratações do Flamengo, sinceramente, não me encheram os olhos. Para mim, trouxeram três jogadores que os seus clubes estavam torcendo por uma proposta. Nenhum era titular. Claro que o Arrascaeta é bom de bola, mas não mantém uma constância e a torcida do Flamengo é impaciente. Costumam chamá-lo de vaga-lume justamente por sumir do jogo em algumas ocasiões. Mas o Flamengo está com caixa e pode se aventurar. Mas, insisto, a base não deve ser esquecida e um time milionário como o Flamengo não pode ser desclassificado da Copinha tão rapidamente.

O Botafogo me assusta porque, além de vender Igor Rabello e Matheus Fernandes, fez contratações pífias. O Vasco está caminhando como consegue. Vamos ver se o Ribamar deslancha, mas trazer novamente o Felippe Bastos é dose. Dizem que o Bruno César está acima do peso.

Torci muito para o América subir, mas ainda não foi dessa vez. Ainda não consegui entender o regulamento da Segunda Divisão, mas também nem vou tentar.

Olha, assino essa coluna há alguns anos e baterei novamente nessa tecla. Para o Carioca esses times resolvem porque o campeonato não trará maiores desafios. Minha preocupação é com o Brasileiro, torneio longo e com sério risco de arrastar alguns cariocas para a Segunda Divisão.

O Vasco, por exemplo, escapou da degola na última rodada. O Fluminense passou perto e o Botafogo salvou-se por uma sequência de três bons resultados. É muito pouco. Os clubes cariocas precisam honrar suas histórias e principalmente o bordão “respeito é bom e eu gosto!”.

MUITO PRAZER, CARLOS ROBERTO!

por Walter Duarte


Manhã de sol de um Sábado de final de inverno no Rio de Janeiro. Céu azul e aquela paisagem deslumbrante da Zona Sul Carioca. Lá vou eu com a família visitar o Forte Copacabana e conhecer de perto toda aquela rica história de um Brasil do passado e as relíquias do Museu ali muito bem preservadas.

Recebo uma ligação do Amigo Carlos Fernando “Caca” para um “bate bola” em Ipanema no tradicional Botequim Popeye, e de pronto respondo baixinho:

– Aguarda um pouco, vou desenrolar com esposa e te encontro aí pelo meio dia.

“Liberado”, vou a pé mesmo pelo Arpoador aproveitando todo aquele visual nestas curtas visitas ao Rio. Chegando lá encontro com outros Campistas radicados no Rio como o Marcos Vergalhão e Jorge “PC”, um grande motivo para boa resenha de futebol e um chopp, é claro.


Apesar de tantas coisas ruins acontecendo no país, motivos de grandes embates, incluindo os ideológicos, passamos bons momentos e discutimos também os caminhos e descaminhos do futebol brasileiro. Papo vai, papo vem, eis que adentra ao recinto um Senhor sorridente e que eu conhecia de algum lugar. O Caca me apresenta.

– Waltinho, você sabe quem é esse aí?

Respondo:

– Rapaz, acho que sim, mas não sei se é…

Ele responde:

– Muito prazer, Carlos Roberto! 

A partir daí, passei a conhecer uma figura de rara simpatia e evidentemente muita bagagem no futebol. Falamos do “futebol clássico”, da sua experiência como volante do Botafogo campeão de 67/68 e de tantos momentos vividos por ele ao lado de lendas do futebol. Recordamos também de suas experiências como treinador, sendo campeão carioca em 2006 pelo Botafogo, sua passagem positiva no Americano de Campos em 85 e a admiração de jogadores de lá, em especial o incansável volante Índio.

Perguntei a ele das dificuldades que qualquer jovem jogador teria para pleitear uma vaga no Botafogo daquela época. Ele respondeu com a sabedoria de quem passou pelo crivo de grandes treinadores:

– Para se dar bem aqui você não pode errar passes! 

Certamente essa foi a receita do sucesso do Carlos Roberto. A sua eficiência e regularidade para dar sustentação àquele time mágico que ele recitou como poesia para todos presentes:


– Cao, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Waltencir, Carlos Roberto e Gérson, Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo Cezar Caju.

Nos despedimos e, satisfeito com aquela resenha descontraída, retorno para Copa com um motivo importante para justificar “aquela escapada”. Um dia que foi iniciado com um passeio histórico, terminando com uma aula de futebol de um importante profissional que faz parte de uma era gloriosa do futebol Brasileiro.

Ao decidir escrever estas linhas, retornando a Campos no domingo, fico sabendo do incêndio do Museu Nacional. Tragédia anunciada pelo descaso com a coisa pública. Façamos nossas reflexões de quanto é importante valorizar nossa história, riquezas e identidade enquanto povo.

JOGOS INESQUECÍVEIS

por Mateus Ribeiro


São Paulo x Corinthians (Semifinal do Campeonato Brasileiro 1999).

Clássicos são emocionantes na maioria das vezes. Se o clássico em questão valer algo grande, a tendência é que a emoção alcance níveis estratosféricos. E foi isso que aconteceu no dia 28 de novembro de 1999.

São Paulo e Corinthians se enfrentaram pela primeira partida da semifinal do Campeonato Brasileiro de 1999. De um lado, um São Paulo que vinha de uma década fantástica, com títulos nacionais, continentais e mundiais. Do outro, o Corinthians, que naqueles dias, vivia a melhor fase de sua história. Como se isso não bastasse, grandes nomes do futebol como França, Marcelinho, Rogério Ceni, Rincón, Ricardinho, Raí, Edílson, Jorginho, Dida e muitos outros estavam em campo. Não se poderia esperar algo diferente de um grande jogo.

A partida foi um lá e cá sem fim, do primeiro ao último minuto. Os treinadores deram uma bica na tal da cautela, e ambos os times atacavam sem medo de ser feliz.

O Corinthians saiu na frente, com gol do zagueiro Nenê. Alguns minutos depois, Raí, acostumado a ser carrasco do Corinthians, acertou um chute que nem dois Didas seriam capazes de defender. Eu, que já havia ficado muito chateado pelo tanto que Raí judiou do meu time do coração (acho que já deu pra perceber que torço para o Corinthians) em 1991 e 1998, senti um filme passando pela minha cabeça. Estava prevendo o pior.


Para a minha sorte, dois minutos depois, Ricardinho aproveitou um lançamento e colocou o Corinthians na frente de novo. Meu coração estava um pouco mais aliviado, e eu conseguia respirar. Até que Edmílson tratou de empatar a partida, e jogar um banho de água fria na torcida do Corinthians. O frenético e insano primeiro tempo terminou empatado em dois gols, e com muitas alternativas para ambos os lados. Eu tinha certeza que o segundo tempo seria uma loucura. E realmente foi.

Logo no início, Edílson deixou Wilson na saudade, e caiu dentro da área. Pênalti para o Corinthians. Na batida, o jogador que eu mais amei odiar na minha vida inteira: Marcelinho. Bola de um lado, goleiro do outro, e o Corinthians estava novamente em vantagem.

Alguns minutos depois, pênalti para o São Paulo. De um lado, um dos maiores jogadores da história do São Paulo. Do outro, um goleiro gigantesco, que estava pegando até pensamento em 1999. O Resultado? Nas palavras de Cléber Machado, “…Dida, o rei dos pênaltis, pega mais um…”.

Naquelas alturas, eu já estava quase tendo uma parada cardíaca. Teve bola na trave, bola tirada em cima da linha, e tudo mais que os deuses do futebol poderiam preparar para fazer meu coração parar.


Até que quando o jogo estava se aproximando do fim, mais uma surpresa. Desagradável, é lógico. Mais um pênalti para o São Paulo. Eu já achava que aquilo fosse perseguição. Meu coração, desde sempre, nunca foi de aguentar fortes emoções. Tanto que no segundo pênalti, fiquei de costa para a tevê, sabe se lá o motivo, com meu chinelo na mão. E o chinelo foi um personagem importante, já que o monstruoso Dida defendeu o pênalti do gigante Raí mais uma vez, e eu arremessei meu calçado na árvore de Natal, e destruí o adorno que enfeitava a sala da minha casa.

Antes do apito final, Maurício (que substituiu Dida) ainda fez uma grande defesa, garantindo a vantagem para o jogo de volta.

Um jogo emocionante, que consagrou Dida, e de certa forma, foi uma espécie de vingança minha contra Raí, que em muitas oportunidades me fez chorar. Vale ressaltar que o craque são paulino é o rival que eu mais admirei durante minha vida.

A vitória me deixou feliz, é claro. Porém, além dos três pontos e da vantagem para o jogo da volta, quase uma década depois, o que me deixa feliz (e triste) é ver que naqueles dias as torcidas dividiam o estádio, os times se enfrentavam em pé de igualdade, e os craques ainda passeavam pelos gramados.

Um dos dias mais emocionantes e insanos da minha vida. Agradeço aos grandes jogadores que me fazem lembrar daquele domingo como se fosse ontem. Agradeço também, você que leu até aqui, e dividiu essas lembranças comigo.

Um abraço, e até a próxima!

 

 

 

NELSINHO E CARLINHOS

por Zé Roberto Padilha


Há anos que a FIFA escolhe apenas atacantes, como Messi, Cristiano, Ronaldo, Romário, Rivaldo, como os melhores jogadores de futebol do mundo. São, de fato, os protagonistas dos espetáculos. Fazem gols, são ídolos porque na defesa, e no meio-campo, os espaços começaram a ser ocupados por atletas sem talento.

A Era Dunga, de pouca técnica e muita marcação, transformou a zona de pensamento, de organização de jogadas, em um lugar onde Guiñazü, Edinho e Márcio Araújo sobreviveram correndo mais com a bola, e dando carrinhos, do que realizando por ali grandes jogadas.

A era Nelsinho e Carlinhos, Didi e Zito, e a que mais simbolizou o futebol-arte, Clodoaldo e Gérson, até desaparecerem com Adílio e Andrade, Cléber e Carlos Alberto Pintinho, parecia definitivamente encerrada até que a Croácia, como num lampejo de luz lançado sobre as lentes da Copa do Mundo, redescobre Modric e Rakitic. E o meio-de-campo, cheio de jogadas de rispidez, chutões e bolas trocadas lateral e irritantemente com os zagueiros, passa a ver a bola deslizar suave pela grama. E receber, de novo, lampejos de arte.


Não por acaso, os dois croatas são, há anos, titulares absolutos dos maiores clubes do mundo: Real Madrid e Barcelona. Xavi e Iniesta encontraram em Rakitic sua arte renascer ao lado com um vigor a mais. E o adotaram. E Zidane redescobriu em Modric a lucidez, o toque de bola, que o levou a ser reverenciado mundo afora. Eu, que torço pelo Barcelona, e meus filhos, que torcem pelo Real Madrid, estaremos juntos, domingo, não apenas torcendo pela Croácia, mas para que os exemplos destes dois se irradiem pelas escolinhas de futebol. E alcance os clubes de todo o mundo. A Copa do Mundo sempre foi assim, a nova coleção de Cristian Dior. A partir dos desfiles das 32 seleções, os clubes passarão a adotar o protagonismo vencedor que melhor por ali se apresentou.

Quando o Brasil foi tricampeão no México, o futebol-arte se espalhou pelo mundo. Quando a Alemanha se impôs quatro anos depois, o futebol-força, com o Teste de Cooper, o Circuit Training, Interval Training e as Máquinas Apolos a reboque, saíram distribuindo músculos e velocidades pelos campinhos de todos os planetas. Foi deixado de lado o professor jogador e entrou em cena o professor preparador.


Se a Croácia se consagrar campeã mundial no domingo, aquele menino canhotinho, de Niterói, que se apresentar ao Botafogo e realizar um lançamento de 50 metros na peneira, não mais será mandado de volta para casa. E os novos candidatos a jogarem naquela faixa central, hábeis, frágeis e talentosos que surgirem no Ninho de Urubu, não serão transformados em carniça diante da fúria dos gladiadores de plantão. Darão ao futebol a chance de ter novamente, na sua zona de organização, não mais o fim da arte de bater no bola. Mas toda a lucidez Nelsinho e Carlinhos perdida de volta.