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O QUE NELSON RODRIGUES DIRIA DESSE BOTAFOGO?

por Rodrigo Ancillotti


“Não, senhores!! Não foi Gilvan que marcou o gol de empate e deu sobrevida de alguns instantes ao Botafogo na Copa do Brasil. Se dependesse dele e de sua falta de categoria, ou da ruindade dos seus companheiros com a bola nos pés, aquela bola passaria incólume pela área e morreria tristemente pela lateral do campo. Quem empatou o jogo foi a Estrela Solitária!! Sim, foi Ela que subiu, praticamente carregando o zagueiro alvinegro contra sua vontade e obrigando-o a cabecear a pelota para as redes!! Ela, e somente Ela, honra a camisa alvinegra e não perde nunca sua magia!! Infelizmente, a Gloriosa Estrela Solitária não é capaz de milagres, pois só um milagre daqueles dignos de almanaque seria capaz de salvar o Botafogo da desclassificação na Copa do Brasil. A ruindade do time, do presidente ao porteiro do clube, impede que o Clube mais tradicional do nosso país almeje algo além da permanência na Série B para o ano que vem. Isso, por si só, já será motivo de alívio para a sua torcida.”

Peço licença aos amigos do Museu da Pelada para essa pequena homenagem ao maior cronista/escritor de nosso jornalismo esportivo: o grande Nelson Rodrigues!! Claro que ele escreveria com muitíssimo mais brilho e competência, mas imaginaria um texto semelhante para falar de mais uma eliminação vergonhosa do outrora Glorioso Botafogo na Copa do Brasil. Mais uma humilhação que expõe fortemente que, ao Botafogo, só resta lembrar de seu passado, pois o presente é vergonhoso e o futuro… Que futuro??

Até quando, Botafogo?? :’(

DECADENTES

por Rubens Lemos


Olhávamos para as caras amarradas e o passado atestado na barba imensa. Éramos meninos, eles na faixa entre 30 e 40 anos. Lá estavam os sofredores do Botafogo. Viviam a psicose dos 21 anos sem títulos. Se recusavam a pronunciar a escalação medonha, exceto o craque Mendonça, falecido em 2019.

Os torcedores de outrora repetiam:

– Há coisas que só acontecem ao Botafogo!

Estavam certos. O Botafogo que eles tragavam com prazer acabara em 1968 com Cao, Moreira, Zé Carlos, Sebastião Leônidas e Valtencir; Carlos Roberto e Gerson; Rogério, Jairzinho, Roberto Miranda e Paulo César Caju. Um timaço que não tinha medo do Santos de Pelé. Do Corinthians de Rivelino. Nem do Cruzeiro de Dirceu Lopes e Tostão, muito menos do Flamengo de Silva Batuta.

O Botafogo vendeu Gerson ao São Paulo, Paulo César ao Flamengo, Jairzinho ao futebol francês e, tempos depois, em 1972, passou a contar com a solitária maravilha do potiguar Marinho Chagas.

O Botafogo achava normal empatar com o Olaria, ganhar de 1×0 do São Cristóvão e perder de 3×1 do Bonsucesso, times pequenos e tragados pelos ventos secos da mediocridade.

Nós, os mais novos, ouvíamos histórias contadas nas emoções detalhistas. A final de 1968 (4×0 no Vasco), a busca frenética pelos lançamentos de Gerson, as arrancadas de Jairzinho, o biquinho abusado do estilista Paulo César Caju.

Quando as lendas eram esmiuçadas, o Botafogo era um pobre time montado e envergonhado em doses etílicas. Sua camisa sacra vestia Wecsley, Gaúcho Lima, Tiquinho, Ademir Vicente, namorado da cantora Vanusa, Té, Ataíde, Mirandinha e Lupercínio. Faltava um violão para as canções melosas de Orlando Silva, um dos reis da dor de cotovelo.

Nós, os piedosos com os botafoguenses, variávamos dos 10 aos 15 anos. Parecíamos vascaínos felizes, ainda que apanhássemos do Flamengo de Zico e das arbitragens desavergonhadas.

O Vasco escalava bons times liderados por Roberto Dinamite. Havia Acácio, começando debaixo das traves, Orlando Lelé e suas chuteiras homicídas.

Tínhamos Guina, um meia de quem lembramos pouco, Wilsinho, Zé Mário, senhor volante e reforços pontuais: Jorge Mendonça, meio-campista artilheiro, Paulo César Caju, Elói, estupendo criador, o artilheiro Arthurzinho e um jovem armador que, em torno de si, criou uma época: o Vasco de Geovani.

Envelhecemos empanturrados de troféus: uma Libertadores, quatro Brasileiros, seis Cariocas e presença constante em decisões. Esse era o Vasco quando fomos meninos parecidos com os do Botafogo.

Estamos fartos de mediocridade. Temos Thales Magno, Marrony, Vinícius, Parede, Gustavo Torres, Catatau, Felipe Bastos e um Jardim Zoólogico de leões medrosos, tigres sem dentadura e jacarés preguiçosos. Somos, agora, o que os botafoguenses na faixa dos 60 anos, foram para nós: homens tristes e revoltados.

O Botafogo está na Segunda Divisão. Humilhado, despedaçado, entristecendo o paraíso de Garrincha, Didi e Nilton Santos. O Vasco caiu com seu timeco. Para tristeza eterna de Bellini, Orlando Peçanha e Vasco.

Os três mencionados do Botafogo e o trio do Vasco foram campeões do mundo, titulares da seleção brasileira de 1958. Hoje, rebaixados para a Série B do Brasileirão, Vasco e Botafogo erguem a Taça dos Miseráveis, apogeu da decadência.

BFR – ACABOU O CHORARE

por Leymir Moraes


Quando alguém julga uma Instituição mais que centenária com olhos travados no presente, e em seu passado recente, desconfie!

Quando alguém tentar lhe vender que a historicidade e significância de um clube, é a relação fria entre faturamento X dívida, desconfie!

Um dos maiores ataques do Flamengo alinhava com Zizinho, Pirillo, Jair da Rosa Pinto e Vevé, um dos maiores meio de campo de todos os tempos, alinhava com Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico, se alguém tentar desqualificar algumas dessas linhas, desconfie!

Já de mim desconfie menos, pois antes de entrar propriamente no assunto eu já cometerei sincericídeo. Eu não amo o BFR, e não amei o GRB, muito embora seja eternamente grato aos garotos que o iniciaram e roubavam já em seus primórdios as meninas do bairro vizinho. 

Eu cresci ouvindo meu pai lamentar e admirar a geração de Gerson, PC Caju e Jairzinho, meu avô dizer que entrava no Maracanã para torcer, mas saía de lá rindo, por intermédio do maior de todos os ponteiros que nasceram e nascerão, o excelentíssimo senhor Mané Garrincha, que gostava de andar bem acompanhado por Zagallo, Amarildo, Didi, Manga, Nilton Santos e Quarentinha.


Desconfie muito quando alguém disser, que o BFR se distancia do imaginário popular futebolístico! Poucas são as construções mais impossíveis que essa. Se lamentavelmente confesso que não conseguimos aprender com Mimi Sodré e seu jogo limpo, nossa obsessão pelo improviso e o drible, foi solidificada com o brilhantismo de Garrincha e nenhum clube foi mais importante do que o BFR em 58 e principalmente 62, ao dizimar nosso complexo de vira latas e nos transformar no país do futebol.

Talvez desconfie de mim, porque o primeiro título que me lembro em detalhes foi o de 1989, o cruzamento de Mazolinha, a conclusão de Maurício e as lágrimas do meu amado pai. Eu não tenho nenhum motivo para falar bem do BFR, excetuando-se a verdade e a humildade de reconhecer que o tamanho do meu clube também passa pelo gigantismo de seus rivais, nesse caso o Botafogo.

Quando você, Botafogo, ouvir de um irmão de camisa, que teu clube caminha para seguir os passos de Bangu ou América, (como todo respeito a estes) o repreenda e lembre o orgulho e sorte de torcer para o clube de Carvalho Leite, Heleno de Freitas, Mimi Sodré, Nilton Santos, Didi e Garrincha.


Quando um torcedor rival tentar lhe diminuir, sorria e saiba que é só o infantilismo da rivalidade e do clubismo, nem todos saem da puberdade.

Quando for a imprensa sempre “imparcial”, olhe para o céu e repita “oh pai, eles não sabem o que fazem”

Nada mais posso escrever ou caçam por aí minha carteirinha de Flamengo… Querido torcedor alvinegro, desconfie de mim, desconfie da imprensa, desconfie de tudo e todos, menos da imortalidade do teu Botafogo.

MEU AMIGO MANGA

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


O Brasileirão está em sua reta final e meu Botafogo já garantiu sua vaga na Segunda Divisão. O Vasco deve seguir o mesmo caminho e alguns torcedores, irados, apedrejaram a entrada social de São Januário. O VAR continua gerando dúvida e os estádios não tem previsão de serem abertos ao público. A polêmica da vez foi uma falha no sistema no jogo entre Vasco x Internacional! Os comentaristas continuam me irritando e até quando teremos Leonardo Gaciba como diretor de arbitragem?

O próximo campeão desse campeonato medonho não terá nada de novo para nos apresentar, assim como o campeão da Libertadores não teve. Continuo na torcida por Guardiola, que há anos vem remando contra a maré. Mas não estou com ânimo para falar sobre esse futebol atual, ainda mais depois do sábado especialíssimo que vivi ao reencontrar o lendário goleiro Manga, o maior que vi em toda a minha carreira. Está no Retiro dos Artistas acompanhado de sua mulher, a equatoriana Maria Cecília.

É difícil explicar às novas gerações quem foi Haílton Corrêa de Arruda, o Manga, e todo aquele grupo espetacular do Botafogo, na década de 60, do qual depois, orgulhosamente, fiz parte: Paulistinha, Zé Maria, Nilton Santos, Ayrton Povil, Rildo, Garrincha, Didi, Amarildo, Quarentinha e Zagallo. Meu pai treinou esse timaço. Não quero desmerecer o Botafogo de hoje, mas me entristece demais ver toda essa história soterrada, manchada, tratada com desleixo. Ali, sentado, ouvi Manga reviver várias histórias que nem lembrava mais. Não usava luvas e chegou a jogar com dedos quebrados, cabeça rachada e diversos problemas físicos.

Não me peçam para comentar a vitória do Flamengo, me deixem mirar os dedos retorcidos de Manga e ouvi-lo contar sobre o dia que defendeu um chutaço de Nelinho com apenas uma das mãos. Manga foi campeão no Sport, Botafogo, Nacional, do Uruguai, Internacional, Coritiba, Grêmio e Barcelona, do Equador. É ídolo do Operário, de Mato Grosso. Me deixem pensar em Manga porque ele não dá para ser explicado. História linda, mas pouco reconhecida, o que não é de se admirar no Brasil.

Saí do Retiro com a alma aliviada e fui com os amigos Rodrigues e Leo Russo para o Bar do Helinho, ali perto. Helinho, esse mesmo, ponta ensaboado de Botafogo e Vasco. Pelo celular, falei com Edson, outro ponta do Botafogo. Daqueles que quando pegava a bola a torcida levantava. Por favor, não me peçam para falar do futebol atual, me deem uma trégua e me deixem sonhar.

CHEGA DE PENSAMENTO RETROVISOR

por Fabio Damasceno


Chega de pensamento retrovisor. Já passou do tempo da mentalidade mudar RADICALMENTE. E quem pensa diferente, que fique longe, bem longe. De preferência nem acompanhe mais.

O Botafogo precisa urgentemente de oxigenação. Sangue novo. Ideias novas. Caminhos novos. GENTE NOVA. Os mesmos nomes e as mesmas ideias que há anos prevalecem e ditam o dia a dia do clube NÃO deram certo. Muito pelo contrário, seguem DESTRUINDO o clube mais tradicional do Brasil e um dos mais tradicionais do mundo.

O momento é de se falar, pensar e agir com foco em SOLUÇÕES. Falar de problemas, erros, falhas é chover no molhado. Apenas levará à troca de ofensas e acusações entre pessoas ultrapassadas, arrogantes e vaidosas, que NADA MAIS AGREGAM AO BOTAFOGO. O momento é de olhar para frente. Chega de olhar para trás, chega de viver de passado. Os verdadeiros responsáveis não serão responsabilizados. Temos que conviver com isso. E superar.

Identificar crenças limitantes. Planejar e definir metas claras. Amortizar, prevenir e reduzir passivos. Buscar soluções simples e únicas. Capacitar.

Esse é o pensamento. Do Botafogo gigante. Do Botafogo vencedor. Chorar pelos erros do passado não leva a lugar algum. Chega de mentalidade derrotista, ultrapassada, vitimista, pequena.

“Tem dívida de um bilhão. Não tem receita. É ingovernável.”

BALELA.

Se a dívida chegou a esse ponto a (ir)responsabilidade é INTEGRALMENTE dos que estiveram à frente da gestão do clube nas últimas décadas. Se não tem receita, idem.


Mas, como dito, o momento não é de apontar esses erros. Os que erraram sabem e o que os verdadeiros botafoguenses esperam é o mínimo de decência e humildade desses senhores para assumirem os seus erros, de preferência bem longe do Botafogo. E ainda que não assumam, que ao menos fiquem longe.

Ou querem nos convencer de que um Athletico Paranaense tem mais potencial – em todos os sentidos – do que o BOTAFOGO? Um simples olhar nas finanças, resultados e as conquistas daquele e deste clube. GESTÃO. GESTÃO. E GESTÃO. Apenas para se fazer um breve e singelo comparativo.

Ou profissionaliza do roupeiro ao presidente ou segue-se focado em um glorioso passado cada vez mais distante. É preciso que todos entendam e COLOQUEM ISSO EM PRÁTICA de uma vez por todas. Custe o que custar, haja o que houver.

Qual empresa não gostaria de ter um produto com MILHÕES de consumidores fixos mundo afora, desinteressados em comprar algo da concorrência?

É necessária muita incompetência, descaso ou MÁ-FÉ para se destruir algo com tamanho potencial.

Fazendo um comparativo distante com o mundo pós-guerra, a Alemanha não voltou a ser uma das maiores potências do mundo à toa. Mittelstand.

Estruturas com planos a longo prazo, forte investimento na capacitação pessoal, alto sentimento de responsabilidade social e forte regionalismo reergueram um país destruído, acabado, falido e dominado, tal qual o nosso BOTAFOGO.

Planos a longo prazo são metas claras. Forte investimento da capacitação pessoal é a base da profissionalização. Alto sentimento de responsabilidade social é entender a grandeza deste clube e o que representa geração após geração. Forte regionalismo é investir o quanto for possível nas categorias de base e suas estruturas.

Difícil? Sim. Trabalhoso? Bastante. Impossível? Apenas na cabeça dos fracos e derrotados. E disso o Botafogo já extrapolou a cota entre “gestores”, dirigentes, parceiros, jogadores e comissão técnica nos últimos anos e nas últimas décadas.


Chega de vitimização. Chega de mais do mesmo. BASTA. O Botafogo precisa de uma REVOLUÇÃO. E revoluções jamais serão feitas por gente de mentalidade derrotada e ultrapassada. Uma faxina geral, da calçada de General Severiano até o holofote mais alto do Estádio Nilton Santos.

Enaltecer SIM as conquistas do passado do clube mais tradicional do Brasil. Mas deixar no passado. No museu da sede. Nas faixas ao redor do estádio. Nas histórias que contamos às próximas gerações.

Essencialmente o momento é de agir como HOMENS com MENTALIDADE vencedora. Levantar a cabeça, bater no peito e ter a certeza de que os incompetentes que até então estiveram à frente do clube não serão suficientes para enterrar os sonhos de quem realmente conhece a grandeza do BOTAFOGO e voltará a vê-lo em seu devido lugar.

A hora é essa. Contra tudo e contra todos. Sinto informar a todos os cretinos que o BOTAFOGO não vai acabar, não vai fechar. Longe, muito longe disso. E quem acha isso, das duas uma: Não passa de um derrotado ou um canalha. E quem não compartilhar dessa mentalidade, que mantenha distância deste GIGANTE do futebol mundial. De uma forma ou de outra, este clube vai renascer. De uma forma ou de outra, este clube vai voltar a ser um dos maiores do mundo. Porque o BOTAFOGO não é lugar de covardes. E essa estrela, gostem ou não, não irá se apagar.

Aos bravos, vencedores e valentes: Mãos à obra.

Saudações Alvinegras de um botafoguense de corpo e alma que mantém acesa a esperança de seu filho de 4 anos ainda vestir essa camisa com orgulho.