por Victor Kingma
No início da década de 60, o Palmeiras, que na época possuía um dos maiores times do Brasil, foi fazer um amistoso no interior de São Paulo. O juiz, por exigência da equipe esmeraldina, veio da capital, mas os auxiliares eram locais, com destaque para o bandeirinha João Gaguinho. Olho de lince, não perdia um lance. O problema era que possuía uma gagueira incontrolável, principalmente quando ficava nervoso.
Antes da partida festiva ocorreram todas aquelas solenidades de praxe, com discursos de autoridades e troca de flâmulas, costumes muito comuns na época. Entretanto, bastou a bola rolar para o clima amistoso do jogo acabar, e várias jogadas violentas iam se sucedendo de ambos os lados.
Numa jogada envolvendo vários jogadores, o zagueiro do time local foi atingido por uma cotovelada e o árbitro não viu. João Gaguinho, que como sempre acompanhava o lance de perto, levantou a bandeira.
Enquanto o atleta local era atendido, o juiz, alertado pelos demais jogadores, se dirigiu ao bandeirinha.
– Quem foi o agressor?
– Foi o Va…vá! , o Va… vá!, o Va… vá!
Incontinente, o árbitro expulsa de campo Vavá, o leão das Copas de 58 e 62.
Enquanto o jogador palmeirense, sem entender nada, deixa rapidamente o campo, João Gaguinho, muito nervoso e agitando sem parar a bandeira, invade a cancha correndo em direção ao juiz:
– Nâââ… não fo… foi o Va vá! Nãâã…não fo…foi o Va vá!
– Quem foi então?
– O Vá… vá , o Va…. vá , o Va… vá…
O Va…. Val… de… mar…. Caara… bi..na !
(Valdemar Carabina, vigoroso lateral do Palmeiras)
Tarde demais…