por Eliezer Cunha
Vejamos: normas e regras. Todas homologadas por artigos, portarias, emendas, leis e aplicadas por órgãos competentes e validadas normalmente, espontaneamente e obrigatoriamente por condutas públicas, sociais, trabalhistas e esportivas. São criadas para regulamentar as atitudes na vida pública, privada, esportista, entre outros. Devem ser aplicadas e respeitadas sem questionamentos momentâneos e sim periódicos. Competições esportivas não fogem a essas regras. Padrões de atitudes e comportamentos são definidos antecipadamente para zelar pela lisura esportiva e, para que a real e total competência dos resultados sejam preservados, estimulados e salvaguardados permanentemente.
No âmbito futebolístico, vejo que as normas, determinações e regras não são explicitamente aplicadas conforme determinado, tanto pelos jogadores, quanto e, principalmente, pelos juízes. Não sou especialista em regras que determinam as boas condutas e práticas durante uma partida, mas vejo e ouço comentários e parto do princípio do bom senso, da ética e da coerência para com os deuses de qualquer esporte.
Impedir uma jogada propositalmente do adversário, seja ela objetiva ou não, é erro grave e deve ser punido com cartão amarelo ou vermelho. Na prática, no Brasil não observamos isso. A intensão do ato nunca é de fato preservado, punido e levado em consideração. Jogadores abusam das agressividades, das faltas com a nítida intenção de parar uma jogada e impedir a realização esportiva de um belo lance ou a conclusão de uma arte final: o gol. O objetivo primordial de uma partida é a bola na rede e é isso que nos movem e nos empolgam a estancar 90 minutos de nossas vidas para assistir a um espetáculo e quando isso não ocorre nos constrangem profundamente.
Assistimos juízes oprimidos e coagidos em praticar as verdadeiras regras e exercer sua missão. Interromper uma jogada com as mãos, voar nas pernas por trás ou pela frente e obstruir uma passagem são fatos nítidos de antijogo, como o próprio termo diz “Não deve fazer parte do jogo” e deveriam ser punidas com cartões seja ele amarelo ou vermelho sumariamente.
Ainda cabe lembrar que, quando o juiz se omite de punir uma jogada desleal e severa, ele está fomentando outra oportunidade durante o jogo de ocorrer algo mais trágico como interromper uma carreira de um belo jogador, parar uma linda jogada, tirar o mérito de uma equipe ou, olhando de outro lado, impedir que um trabalhador de carteira assinada utilize seu trabalho para sustentar a própria família. Uma aposentadoria precoce. Digo isso tomando como referência a prática esportiva no Brasil. No mercado exterior vemos uma aplicação mais justas das regras pelos juízes, revertendo desta forma numa melhor, e mais profissional, partida de futebol.
Entendo que nossos juízes precisam ser mais enérgicos, comprometidos e determinados na aplicação das regras, sem medos ou receio de retaliações. Desta forma, estarão contribuindo com sua parte para a nobreza e a excelência de uma partida de futebol e o refino disciplinar e comportamental de nossos jogadores.