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andré luiz pereira nunes

DANÇA DAS CADEIRAS DE TREINADORES AGITA FUTEBOL BRASILEIRO

por André Luiz Pereira Nunes


Novamente o mercado da bola se agita com as mudanças no comando técnico dos clubes cariocas que disputam o Campeonato Nacional. O Flamengo, após a polêmica e rumorosa demissão de Rogério Ceni, encontrou em Renato Gaúcho o nome certo para a sua redenção. Já o Botafogo, em péssima fase e com elenco sofrível, dispensou Marcelo Chamusca. Joel Santana deverá ser a bola da vez, enquanto o depauperado Vasco se livrou de Marcelo Cabo e busca em Lisca a solução para o seu fraquíssimo plantel. Não será a primeira vez nessa temporada que o clube de São Januário anseia pelos seus serviços. Na lista que continha Marcelo Cabo, Lisca “Doido” era um dos nomes mais cotados pela direção vascaína.

Nas antigas histórias de investigação, à la Sherlock Holmes, o culpado é sempre o mordomo. Em se tratando de futebol brasileiro é o treinador, pejorativamente chamado de “treineiro” pelos torcedores.

Habitualmente essas mudanças costumam trazer sangue novo. Principalmente quando a relação entre técnico, elenco e torcida já não é das melhores, como ocorreu no Flamengo. Porém, quando a qualidade do time é fraca, caso de Botafogo e Vasco, provavelmente não será um novo nome que fará algum milagre.

O Brasil vivencia uma evidente entressafra de talentos dentro e fora do campo. Há quem considere que trazer treinadores de fora evidenciaria o preconceito ou desprestígio com os profissionais domésticos. Mas, por outro lado, a opção por estrangeiros poderá trazer novos padrões que sejam enriquecedores para combater a mesmice e a previsibilidade que ora assolam o nosso futebol. Afinal de contas, estamos a um ano de uma Copa do Mundo e não temos o que mostrar.

COPA AMÉRICA E EUROCOPA: O ABISMO ENTRE DUAS REALIDADES

por André Luiz Pereira Nunes


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A partir do momento em que a Conmebol decidiu unir o seu calendário ao da Uefa para que os torneios entre suas seleções fossem disputados ao mesmo tempo, as comparações obviamente passaram a ser inevitáveis. É certo que ninguém imaginaria que isso aconteceria justamente durante uma pandemia de dimensão mundial, mas ainda assim, fica muito claro que existe um abismo entre o futebol praticado na Europa e na América do Sul.

Enquanto a Eurocopa é tratada por torcedores, dirigentes e atletas como uma Mini Copa do Mundo, o torneio sul americano é visto apenas como um evento protocolar e obrigatório, sobretudo para os jogadores que preferiam estar de férias. O fato também da pandemia ainda estar em níveis alarmantes no continente e, em especial no Brasil, enterra qualquer crença de que o evento tenha alguma grande importância. Para os treinadores é apenas uma oportunidade para preparar seus elencos para o restante das Eliminatórias para a Copa do Mundo.

Em se tratando da Copa América, não há muitas surpresas. Mesmo sem empolgar, o Brasil passou sem maiores dificuldades por seus adversários. Já Uruguai e Paraguai decepcionaram ao capitularem, respectivamente, diante de Colômbia e Peru. Os argentinos, por seu turno, parecem vivenciar uma entressafra de atletas. Dependem tanto dos lampejos de Messi, como o Brasil precisa de Neymar.

No Velho Mundo as coisas transcorrem de forma bem diferente. A Itália provavelmente não apresentava um futebol tão envolvente há muito tempo. O seu tradicional e irritante defensivismo deu lugar a um padrão bem mais agressivo. A Inglaterra também voltou a figurar no rol das grandes seleções mundiais, relembrando a ótima fase de 1990. A Dinamarca volta a figurar como grande surpresa após participações pífias nos últimos eventos.

Porém, é importante ressaltar que alguns selecionados decepcionaram inteiramente. A Bélgica, primeira colocada no Ranking da Fifa, ficou pelo caminho mais uma vez. Seu padrão desempenhado por essa talentosa geração, nem de longe recorda o praticado pelo excelente plantel, capitaneado por Enzo Scifo, que disputou com grande êxito a Copa de 1986, no México.

Por sua vez, a Holanda, mais uma vez decepcionou torcedores e analistas ao ser despachada pela apenas regular República Tcheca. Portugal, apesar do talento indiscutível de Cristiano Ronaldo, precisa de muito mais para suplantar seus adversários e atingir o topo.

Todavia, quem ainda merece algum reconhecimento é a Suíça por ter conseguido eliminar de forma surpreendente, ainda que nos pênaltis, os franceses. Afinal, trata-se da seleção, não só vencedora da última Euro, como também da Copa do Mundo. Apesar desse surpreendente revés, permanece a sensação de que poderia ter chegado mais longe e, mesmo assim, ainda é forte postulante ao título mundial. A Espanha, embora distante de seu apogeu, também não deve ser desprezada.

Portanto, não há como comparar a qualidade dessas equipes com a desempenhada por Colômbia, Equador, Peru, Brasil, Uruguai, Paraguai ou Argentina.

Não é necessário ser nenhuma pitonisa, oráculo, ou mesmo muito entendido para prever que o vencedor do Mundial do Qatar, em 2022, pertencerá ao continente que hoje pratica o melhor futebol.

CAMISA DO CONFIANÇA DE VILA ISABEL É REVIVIDA POR ESCRITOR

por André Luiz Pereira Nunes


Graças à bela iniciativa do professor Kléber Monteiro, autor da obra “Da Lama à Grama”, de 2019, que versa sobre os bastidores do Campeonato Estadual da Terceira Divisão do Rio de Janeiro, a camisa de um dos clubes mais icônicos da região da Grande Tijuca, infelizmente extinto em 1993, está sendo revivida através de um belo modelo retrô. O empreendimento visa reunir fundos para a publicação de um livro sobre a história do Andaraí Atlético Clube, outra agremiação que honrou com galhardia a história do futebol carioca e da região da qual nasci e vivi por mais de 40 anos de minha existência.

O Confiança Atlético Clube foi fundado em 26 de abril de 1915 por divergência entre os membros do antigo Republicano FC, que mais tarde passou a se chamar Clube Dramático Progresso. Dada a continuidade das diferenças entre seus pares, finalmente foi criado o Confiança, tendo como figuras de destaque Archete Portela, Adelino Sousa e Manuel Gouveia, que representavam a velha guarda. A iniciativa do nome adveio por conta de uma homenagem à antiga fábrica de tecidos, fundada em 1898. A primeira reunião ocorreu na residência de Archete Portela, situada na Rua Maxwell. A fundação do clube foi encarada pelos dirigentes da fábrica mais como uma recreação para o elevado número de operários. Porém, não tardou para que o apoio oficial ocorresse através do Dr. Antonio Lacerda Menezes, que entusiasmado com esse acontecimento, deu tudo de si pelo progresso do novo clube.

Também não podemos deixar de citar outro importante baluarte que lutou em favor do Confiança em seus anos iniciais. O Doutor Braga, pai do aclamado compositor Braguinha, que veio a ser primo do meu avô materno, e cunhado do compositor e parceiro de Noel Rosa, Almirante, também amigo de meu avô até o fim de sua vida.

A sua primeira sede foi instalada na Rua Maxwell, 104, mudando-se posteriormente para a Rua General Silva Teles, 104, na qual permaneceu até a data fatídica de sua extinção. Na fase inicial de poucos recursos figuras de destaque deram a sua decisiva colaboração ao clube como o Sr. Mesquita, Avelino Tomás Pinto, José dos Santos Rodrigues, Archete Portela, Oscar Trindade, Paulo Roquete Pinto, Oscar Narciso da Silva, Aurélio Moisés Rossi e Valdemiro Luís Terra. Até jóias foram empenhadas por esses valentes e abnegados desportistas para fazer frente às inúmeras despesas.


Para quem não sabe, foi o Confiança quem inaugurou o Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Além disso, foi o primeiro campeão da Liga Suburbana, em 1918. No ano anterior vencera a Segunda Divisão da mencionada liga. Em 1924 e 1933 disputou a Primeira Divisão do Campeonato Carioca na fase do amadorismo. Em 1946, obteve outra conquista de reconhecimento, quando atuando na Primeira Divisão da Segunda Categoria da Zona Sul, arrebatou o título. Isso após a extinção da saudosa Federação Atlética Suburbana (FAS), antecessora do histórico Departamento Autônomo (DA), fundado em 1949. Ainda na mesma temporada, já houvera vencido a disputa do Torneio Início. Foi ainda campeão da Taça Disciplina em 1958 e 1959 na categoria infanto-juvenil. Em 1964, foi o vencedor da Série Almir dos Santos, graças a outra ótima campanha. Em 1966, sob o comando do técnico Joaquim, se sagrou campeão do Departamento Autônomo. Após ser vice em 1979 e 1981, perdeu a decisão, em 1983, para o Oriente por 1 a 0, na prorrogação. Finalmente, em 1987, sob o comando do presidente Edgar Felipe dos Santos e do treinador Erinaldo Felipe dos Santos (Mimão), conquistou o seu último título, o de Supercampeão do Departamento de Futebol Amador da Capital (DFAC) ao bater, em Figueira de Melo, o temível Francisco Xavier Imóveis, comandado pelo célebre e veterano treinador Manuel de Almeida.

Em 1990, finalmente se profissionalizou, passando a disputar o Campeonato Estadual da Terceira Divisão. Acabou precocemente eliminado na primeira fase ao ficar em sexto lugar, entre oito participantes. No ano seguinte, passou a integrar a Segunda Divisão, visto que a verdadeira segundona se tornara Módulo “B” da Primeira Divisão. Portanto, a Terceira passou a se auto intitular Segunda Divisão numa das muitas mudanças de nomenclatura feitas até hoje de maneira atabalhoada e incompetente pela Federação. Também foi eliminado na primeira fase ao ficar na quinta posição em sua chave.

Em 1956, a antiga fábrica já havia sido adquirida por uma construtora e os novos donos não tinham o menor interesse na manutenção do clube. Portanto, uma disputa judicial entre o Confiança e os empresários se arrastou por quase 40 anos. Nesse ínterim, a quadra passou a ser alugada à escola de samba Acadêmicos do Salgueiro.

Aos poucos, com o crescimento do samba e a decadência do Confiança, a sede foi passando para as mãos do Salgueiro. No fim, a questão só foi resolvida, em 1993, quando o prefeito César Maia, em decreto, estabeleceu uma Área de Proteção Cultural alternativa ao tombamento. O Confiança, em crise, acabou extinto ao ceder sua filiação na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro ao também já finado Barra da Tijuca Futebol Clube. A sua antiga sede atualmente abriga a Vila Olímpica do Salgueiro e a quadra da escola de samba. A arquibancada de madeira, construída em 1915, uma das primeiras do país, ainda permanece de pé.

A quem desejar obter a camisa do Confiança, inclusive no modelo de mangas compridas, pode contatar o Kléber através do whatszap 21 99791-5589. Graças a ele e a outros abnegados, o legado de históricas agremiações do passado se mantém vivo.

O PIONEIRISMO DO VASCO EM FAVOR DOS PEQUENOS CLUBES

por André Luiz Pereira Nunes


A Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), em 1923, não permitia a inscrição de jogadores que exercessem outra função que não fosse a de atletas de times de futebol e isso incluía até mesmo os que recebessem gorjetas ou fossem praças de pré. Para quem não sabe, um praça de pré, referido ocasionalmente pelo termo arcaico praça de pret, ou simplesmente praça, era um militar pertencente à categoria inferior da hierarquia, como soldados ou cabos.

Os empregados de bares ou restaurantes, barbeiros e demais profissões remuneradas não podiam ser inscritos, de modo algum, como jogadores no ambiente da aristocracia da Liga da Primeira Divisão.

A primeira partida disputada pelo Vasco, na Série A da Primeira Divisão da Liga Metropolitana, foi contra o Andaraí, no campo do Botafogo, havendo empate em 1 a 1. Em 1923, a Guarda Civil era uma corporação de elite, a qual prestava serviços até ao Palácio do Catete. E na ponta-direita do Andaraí atuava um guarda civil conhecido como Tupi. O Vasco, no entanto, nada reclamou com relação ao resultado da partida.

Contudo, na reunião para aprovação das partidas, um dos membros do Conselho Divisional da Série B apontou Tupi como praça de pré. Em face da denúncia, foi aberto um inquérito na Liga Metropolitana que atestou a verdade. Tupi foi afastado pela entidade e o Vasco ganhou o outro ponto do empate.

No mesmo ano o Vasco sagrou-se campeão com 24 pontos e o Flamengo vice com 18, cabendo o último lugar ao Botafogo, que marcou apenas 4 pontos, e foi obrigado a jogar uma repescagem contra o Vila Isabel, vencedor da Série B. Saiu-se, entretanto, vencedor o Botafogo pela contagem de 3 a 1.

O time campeão do Vasco era composto por jogadores de origem muito modesta como Nélson da Conceição, oriundo do Engenho de Dentro, Albanito Nascimento (Leitão), procedente do Bangu, Domingos Passinio (Mingote), vindo do Pereira Passos, da Saúde, Claudionor Corrêa (Bolão), centroavante do Bangu, que no Vasco jogou de centro-médio, Artur, oriundo do Helênico, Nicolino, meia que veio do Andaraí, Pascoal Cinelli, ponta-esquerda do Rio de Janeiro FC, que no Vasco jogou na ponta-direita, Torterolli, vindo do Engenho de Dentro, e Arlindo Pacheco, o Lindinho, irmão de Sílvio Pacheco, jogador do Vila Isabel e do America, na ponta-esquerda e das Seleções Carioca e Brasileira. Arlindo, durante um jogo com a Seleção Paulista, no campo do Independência, chocou-se violentamente, na cabeça, com o meia Ítalo, saindo ambos desacordados do gramado. Ele deixou de jogar durante anos até que, em 1923, foi convidado por Antônio Campos para ingressar no Vasco, no qual atuou como centroavante, se tornando um dos maiores goleadores do time.


A partir da queda de produção dos chamados grandes clubes e a evolução dos pequenos, as agremiações aristocráticas pretenderam classificar de profissionais os jogadores dos chamados clubes modestos. Os considerados grandes foram derrotados na Assembléia Geral da Liga Metropolitana graças à habilidade política do representante do SC Mackenzie, Barbosa Júnior, funcionário da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil, que provou estarem os chamados grandes fazendo uma campanha racista, pois os jogadores ameaçados de afastamento eram quase todos negros, assim como Tupi. A sindicância sobre a situação social dos jogadores dos pequenos clubes coube a Samuel de Oliveira, do Botafogo.

O fato é que o mal-estar gerou uma cisão no futebol carioca. Ficaram na Série A da Liga Metropolitana os seguintes clubes: Vasco, Andaraí, Ríver, Vila Isabel, Mackenzie, Carioca, Mangueira e Palmeiras de São Cristóvão. Os dissidentes, que formaram a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), foram Flamengo, Fluminense, São Cristóvão, Botafogo, Bangu, America, Helênico e Sport Club Brasil.

Foi daí que surgiu a fama do Vasco da Gama em relação à luta contra o racismo. Na realidade, a luta era em favor dos clubes modestos poderem inscrever jogadores que trabalhassem em outros ramos de atividade para poder complementar o orçamento familiar.

VASCO E AMÉRICA: A HISTÓRIA DO CLÁSSICO DA PAZ

por André Luiz Pereira Nunes


Em 1937, o futebol carioca se encontrava inteiramente dividido. De um lado, havia a Liga Carioca de Football (LCF), chamada “Facção das Especializadas” por reunir as agremiações de elite. Eram membros Flamengo, Fluminense, America, Bangu, Bonsucesso e Portuguesa. De outro, a Federação Metropolitana de Desportos (FMD) que agrupava Botafogo, Vasco, São Cristóvão, Madureira, Olaria e Andaraí.

A separação era absoluta e cada entidade vivia para o seu lado sem que houvesse qualquer possibilidade de reunificação. Eis, que de surpresa, no princípio do mês de julho, começaram a surgir rumores de que se trabalhava um movimento pacificador no futebol do Rio.


Vasco e America foram os grandes artífices da concórdia e da reunificação. Seus presidentes Pedro Novais e Pedro Magalhães Corrêa, de livre e espontânea vontade, se reuniram e traçaram planos para resolver a árdua questão. E, no dia 29 de julho, numa memorável sessão levada a efeito no antigo salão nobre da Associação dos Empregados do Comércio, nasceria a Liga de Football do Rio de Janeiro (LFRJ), reunindo em uma só divisão os doze clubes que pertenciam a uma e a outra das entidades que até então se achavam separadas. Pioneiros na pacificação, Vasco e America resolveram, portanto, promover um marco a essa colaboração: a disputa de um troféu em melhor de três. O primeiro jogo ocorreu na noite de 31 de julho, no estádio de São Januário. Foi uma noite de gala. Preliminarmente se exibiram dois times vascaínos de rúgbi, além de motociclistas da Polícia Especial, que fizeram um desfile magnífico com a apresentação de números de arrojo, equilíbrio e beleza. Depois, os times do Vasco e do America entraram juntos em campo com bandeiras entrelaçadas. O primeiro jogo da paz encerrou-se com a vitória do Vasco por 3 a 2 e foi dirigido pelo juiz argentino Sanchez Dias. Nelson e Carola marcaram para o America e Raul e Lindo (2) assinalaram para o Gigante da Colina.

Infelizmente, em 1937, dois acontecimentos desagradáveis se sucederam. Andaraí, Portuguesa e Olaria foram degolados após o certame. O Andaraí, acometido por essa primeira e grave apunhalada, não mais retornaria à primeira divisão, apesar dos enormes esforços de seus dirigentes. A Portuguesa, somente em 1953, conseguiu retomar seu lugar na elite do futebol carioca, mais por conta dos padrinhos na Federação Metropolitana de Futebol (FMF), em especial Lulu Murgel, Zé Alves Morais e Maninho, do que por méritos esportivos. A Lusa, na ocasião, havia abandonado o futebol e vinha se dedicando somente ao ciclismo e ao recreativismo. O Oriente, de Santa Cruz, então bicampeão do Departamento Autônomo (DA), pleiteava a vaga e foi preterido, a exemplo do Andaraí, o qual era também outro postulante e se baseava na tradição para conseguir o seu intento.


O último evento desagradável se deu com o São Cristóvão. O Clube Cadete disputava e liderava, sem poder ser mais alcançado, o campeonato da Federação Metropolitana de Desportos (FMD), o qual acabou interrompido no momento da reunificação das ligas. Antes de ser extinta, a FMD proclamou o São Cristóvão campeão, mas esse título até os dias de hoje ainda não foi reconhecido oficialmente como o de campeão carioca de 1937. Estou, particularmente, trabalhando em conjunto com o clube de Figueira de Melo na tentativa de produzir um dossiê totalmente documentado para ser entregue ao Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), vinculado à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ), para que essa injustiça seja finalmente sanada.