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andré luiz pereira nunes

RETROSPECTIVA DO FUTEBOL EM 2021

por André Luiz Pereira Nunes


Chegamos a mais um final de ano com a melhor sensação possível de estarmos vivos apesar de todas as dificuldades envolvendo a pandemia da Covid 19, governo negacionista, alta da gasolina, centrão no Congresso, crise hídrica, PEC 32, desemprego e inflação nas alturas.

No que tange ao futebol, o Brasil, mesmo sem apresentar bom padrão de jogo, se classificou facilmente para a Copa do Mundo. O país também predominou na Copa Libertadores, protagonizando uma decisão tupiniquim, na qual o Palmeiras bateu o Flamengo, tal qual Davi a Golias.

O Atlético Mineiro voltou a figurar no rol dos vencedores. Entretanto, Vasco e Cruzeiro parecem viver suas piores fases. Já o Botafogo, por seu turno, fez valer seu poderio, conquistando com méritos o acesso à elite do futebol brasileiro.

A Seleção Brasileira continua a não dar a menor esperança de sucesso para a Copa do Mundo do Qatar. Curiosamente, a Itália, a vencedora da Eurocopa, caiu para a repescagem e pode mais uma vez ficar de fora, pois pegará Portugal e Turquia e só uma se classifica. Pelo menos teremos a Holanda. É sempre bom contarmos com a presença da Laranja Mecânica em um mundial.

O America, pobre America, continua sua triste sina no limbo em formato de espiral que representa a segunda divisão do Rio de Janeiro. Sua gestão amadorista, repleta de erros, precisa ser modernizada com urgência. No futebol moderno não é cabível um time contar com elenco inchado, jogadores velhos e falta de preparo físico. Pelo menos, o Olaria conquistou a terceirona ao bater o time dos refugiados que não tem nenhum refugiado.

O futebol, em 2021, não trouxe muitas surpresas. Não surgiu nenhum novo Neymar, tampouco um Ronaldo Fenômeno. Por ora, teremos que contar com os mesmos pernas de pau de cabelos descoloridos que abundam no futebol brasileiro. E lambam os beiços!

VIDA DE GADO, VIDA DE TREINADOR

por André Luiz Pereira Nunes


A derrota do Flamengo diante do Palmeiras, válida pela decisão da Copa Libertadores da América, que culminou na demissão de Renato Gaúcho, expôs mais uma vez o quão imediatista e obtusa é a visão de torcedores, dirigentes e jornalistas acerca do valor do trabalho de um treinador de futebol.

Renato Gaúcho chegou à Gávea, para o lugar de Rogério Ceni, com status de herói após obter ótimo desempenho à frente do Grêmio na temporada anterior. Curiosamente, seu nome era lembrado, quase de forma unânime e, ainda bastante insistente, para o comando da Seleção Brasileira. De acordo com a opinião pública, o técnico Tite, mesmo liderando o Brasil nas Eliminatórias, não teria conseguido implantar um padrão de jogo satisfatório no escrete nacional. Por isso, Renato seria o nome ideal.

Exageros à parte, é importante frisar que o ambiente do futebol é um dos mais traiçoeiros e ingratos. É perceptível que no decorrer do tempo as queixas da imprensa e torcida se tornaram mais recorrentes. Os esperados títulos não vieram, apesar do alto investimento do clube, representado por uma folha absurdamente inflacionada. Em relação às críticas, há até quem tenha aventado a hipótese, obviamente disparatada, de que o treinador teria favorecido o Grêmio por ocasião do empate contra os rubro-negros pelo Campeonato Brasileiro. O certo, porém, é que Renato não comemorou os gols de seu time contra os gaúchos em sinal de respeito.

Mas o pior mesmo ainda estaria por vir. O ápice da injustiça e da barbaridade ocorreu, finalmente, quando a filha, Carol Portaluppi, foi ameaçada nas redes sociais por quem se diz torcedor do Flamengo. A atitude condiz mais com terroristas ou, na melhor das hipóteses, delinquentes, bandidos da pior espécie.

Renato fez história, principalmente, como jogador do Grêmio, Flamengo, Fluminense e Seleção Brasileira. Foi um ponta-direita ágil, polêmico e extremamente habilidoso. Não lhe faltava talento para romper as marcações e chegar à linha de fundo, além da facilidade em conquistar o coração das mulheres e dos torcedores brasileiros. Por isso, ganhou de forma justa a alcunha de ‘Rei do Rio’.

Mas esse ano as vitórias não vieram. Os resultados ficaram aquém do esperado. No Brasil um segundo lugar é sinônimo de último. Portanto, ninguém mais se recorda de que era o nome certo para o lugar de Tite na Seleção Brasileira. De uma hora para outra Renato Gaúcho caiu em desgraça. Não está mais à altura do Flamengo. De acordo com as suas próprias palavras, ‘No Brasil só é bom quem ganha.’

DOURADOS: O TRADICIONAL TRICOLOR DO QUITUNGO

por André Luiz Pereira Nunes


O Esporte Clube Dourados, fundado em 15 de novembro de 1955, é uma das maiores expressões do futebol amador da cidade do Rio de Janeiro, infelizmente adormecido devido a uma política que mais não atende aos anseios do desporto de base, sempre considerado um manancial de craques.

De indumentária similar a do Fluminense, o clube de Cordovil, localizado na junção das ruas José Lopes e Dourados, chegou a ser treinado pelo notório Jair Francisco, em 1974, ano em que estreou no Departamento Autônomo (D.A.), então vinculado à Federação Carioca de Futebol (F.C.F). Venceu ainda a categoria de juniores e foi vice da de amadores do Torneio Hexagonal Geraldo Araújo, organizado pelo Colégio Futebol Clube e que contou com as participações de Pavunense e Everest, dois históricos rivais da equipe cordovilense, e mais o Carioca, do Jacarezinho, e o Novo Oriente, de Coelho Neto.


Em 1978, o Dourados finalmente se sagrou campeão da categoria juvenil do Departamento de Futebol Amador da Capital (D.F.A.C.), sucessor do Departamento Autônomo (D.A.) após a fusão dos estados do Rio de Janeiro e Guanabara. Na decisão, o Tricolor venceu o tradicional Esporte Clube Cocotá, da Ilha do Governador.

Em 1994, foi novamente vice, mas da categoria principal, ao capitular diante do União Central, na Rua Bariri. Porém, nos juniores, o Dourados conquistou o certame ao golear o Uni Souza por 4 a 1, no mesmo local, ganhando, assim, o seu segundo título nessa categoria. Desde então, não mais integrou competições, embora mantenha uma modesta quadra sem qualquer identificação.

O presidente Francisco Assis de Lima, o Russo, falecido há alguns anos, e sua fiel escudeira Nilda foram a grande força motriz da agremiação enquanto esteve presente nas lides amadoristas. Além do esporte, a quadra abrigou diversos outros eventos como rodas de samba, festas juninas e bailes frequentados por várias gerações.


Infelizmente a falta de interesse da Federação em subvencionar certames do Departamento Amador, além da perda de vários espaços destinados à fábrica do futebol, muito em parte devido à especulação imobiliária, culminaram na paralisação ou extinção de inúmeras associações tradicionais que revelavam inúmeros craques para o futebol brasileiro.

O Dourados, no entanto, ainda resiste ao participar de competições de futsal e futebol de sete e vem sendo conduzido por Nélson Campos de Lima, Tânia Campos de Lima, Francisco Campos de Lima, Eliane Campos de Lima, Antônio Campos de Lima, Sônia Regina de Lima e Moisés Campos de Lima.

PALMEIRAS DE SÃO CRISTÓVÃO: MAIS UM MANTO SAGRADO REVIVIDO

por André Luiz Pereira Nunes


O escritor e professor Kléber Monteiro (foto), autor de “Da Lama à Grama”, acaba de marcar mais um gol de placa. Na tentativa de financiar seu mais novo livro sobre a história do Andaraí Atlético Clube, relançou mais uma preciosidade: a camisa do extinto Palmeiras, de São Cristóvão.

Fundado em dia 23 de março de 1911, acredita-se que sua denominação tenha sido inspirada na Praia das Palmeiras, uma localidade no bairro à frente da secular e, ainda existente, igreja de São Cristóvão.

Atualmente a área já não mais existe e abriga nos dias atuais o Pavilhão de São Cristóvão, local no qual se realiza a famosa Feira dos Nordestinos.

As cores escolhidas foram o azul, cuja tonalidade mais clara é bastante similar à do céu, além do preto. Por conta da combinação, a agremiação passou a ser conhecida como “Cerúleo Negro”.


O Palmeiras promovia verdadeiras contendas com o São Cristóvão A. C, vindo a participar de duas edições da primeira divisão do Campeonato Carioca: 1920 e 1924 pela Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT). Além disso, se sagrou campeão da terceira divisão, em 1915, nos primeiros e nos segundos quadros, obtendo ainda o tricampeonato (1917, 18 e 19) nos segundos quadros da segunda divisão. Junto a Andaraí A.C. e Carioca F. C, permanece como recordista de títulos nessa categoria. Também arrebatou a segunda divisão nos primeiros, segundos e terceiros quadros, em 1919, feito inédito na história do futebol carioca, além da conquista do Torneio Início da primeira divisão em 1921.

Quem desejar obter a bela camisa do Palmeiras, é só contactar o Kléber através do ZAP 21 99791-5589 e contar com mais um belo e raro exemplar em sua coleção.

ROCHA: UM EXEMPLO DE GARRA E DETERMINAÇÃO

por André Luiz Pereira Nunes


Detentor de longas e loiras madeixas, Rocha até hoje é lembrado e reverenciado pelos torcedores de Botafogo e Palmeiras. Podia não ser um craque. Costumava até errar muitos passes, mas era um jogador extremamente eficiente na marcação. Há quem diga que foi o maior marcador que Zico teve nos gramados brasileiros.

Fora revelado pelo Olaria, em 1978, na época em que o clube da Rua Bariri tinha o polêmico Carlos Imperial como vice de futebol. Posteriormente atuaria por Campo Grande, Bahia, Botafogo, Palmeiras, XV de Piracicaba, Juventus e Vila Nova (GO), além da Seleção Brasileira. Rocha chegou a ser convocado por Telê Santana para um amistoso contra a Bulgária, em Porto Alegre, em outubro de 1981. Ele entrou no lugar de Toninho Cerezo, na vitória brasileira por 3 a 0. Ainda desfilou seu talento na Seleção Brasileira de Masters, comandada por Luciano do Valle. Foi justamente nessa época que descobriu a leucemia que posteriormente o mataria.

– Era extremamente disciplinado, lutador. Queria ganhar sempre, revela o técnico Zé Mário, que o dirigiu no Botafogo.

No início de 1981, por intermédio de Carlos Imperial, seu passe foi negociado em definitivo com o Botafogo, que na oportunidade desembolsou 1,5 milhões de cruzeiros para contar com o seu futebol.


O ápice de sua carreira, sem dúvida, foi durante o Campeonato Brasileiro de 1981. Ao lado de Ademir Lobo e Mendonça, o médio-volante de cabeleira loura foi fundamental na ótima campanha do Glorioso no certame.

Na semifinal, o Botafogo acabaria eliminado pelo São Paulo em memorável cotejo disputado no Morumbi, em 26 de abril de 1981. O escrete carioca vencia por 2 a 0, mas acabou superado em uma discutida e polêmica virada do tricolor paulista por 3 a 2.

Negociado por 50 milhões de cruzeiros, foi apresentado aos torcedores do Palmeiras pelo dirigente Nicola Racioppi, em abril de 1982.

Entre 1982 e 1985, Rocha foi um lutador dedicado no alviverde, ainda que seu reconhecido empenho não tenha resultado em conquistas. À exemplo do Botafogo, o Palmeiras vivenciava um incômodo jejum de títulos.


Em 1986, foi transferido para o Juventus. O clube da Rua Javari também apresentou o zagueiro Juninho, o goleiro Barbiroto e o atacante Reinaldo Xavier.

Vestindo o manto sagrado do “Moleque Travesso”, arrebatou o saudoso “Torneio Início” do Campeonato Paulista, uma atraente competição de tiro curto que infelizmente não mais existe.

Ainda jogou pelo XV de Piracicaba (SP) e depois pelo Londrina (PR). Seu último clube, como profissional, foi o Vila Nova, de Goiás, em 1989.

Praiano assumido, participava sempre das peladas de fim de ano na zona sul do Rio de Janeiro. Vascaíno convicto, não teve a oportunidade de defender as cores de seu time, embora tenham acontecido sondagens.

Falecido aos 39 anos, Jorge Luís Rocha de Paula sempre será um exemplo de dedicação, obediência tática e disciplina para os amantes do futebol bem jogado.