por André Luiz Pereira Nunes
A guerra na Ucrânia pode ter custado muito caro a Vladmir Putin. Além das sanções econômicas aplicadas por Estados Unidos e União Europeia, a Rússia ainda sofrerá severas punições na esfera esportiva.
A entidade que rege o futebol no mundo anunciou a exclusão do país eslavo dos play offs da Copa do Mundo após pressões da Polônia e República Tcheca, adversários na repescagem. Ambos salientaram que boicotariam sistematicamente as partidas contra os russos em sinal de protesto pela invasão ao país vizinho.
– A FIFA e a UEFA decidiram em conjunto que todas as representações russas, sejam nacionais ou clubísticas, serão suspensas das competições da FIFA e da UEFA até nova ordem, lê-se no comunicado conjunto emitido pelas duas supracitadas associações.
A UEFA também comunicou o encerramento de uma parceria com a gigante russa de energia Gazprom. Trata-se de uma das principais patrocinadoras das competições europeias desde 2012. Acredita-se que esteja pagando cerca de 40 milhões de euros por ano em um contrato que deveria durar até 2024. A rescisão, porém, foi imediata.
Enquanto o escrete masculino disputaria o qualificatório, em março, para a Copa do Mundo do Catar, a equipe feminina havia se classificado para o Europeu, na Inglaterra, que será realizado em julho. Sua chave era composta por Holanda, Suécia e Suíça.
O anúncio, obviamente, também afeta os clubes russos envolvidos em competições europeias. O Spartak Moscou estava programado para enfrentar o RB Leipzig, da Alemanha, pelas oitavas de final da Liga Europa.
Inicialmente a FIFA havia se posicionado contra qualquer medida radical ao sugerir que atuassem sob a intitulação de União de Futebol da Rússia. Além disso, teriam que jogar em território neutro, com portões fechados e sem o direito de exibir a bandeira e hino nacionais.
Todavia, essas medidas foram tidas como “totalmente inaceitáveis” pelo presidente da Associação Polonesa de Futebol, Cezary Kulesza, o qual ainda acrescentou que a Polônia jamais entraria em campo, “não importando qual fosse a denominação utilizada pela seleção russa”.
A FIFA, então, resolveu mudar a sua decisão, finalmente optando pela exclusão.
– O futebol está totalmente solidário com todas as pessoas afetadas na Ucrânia. Ambos os presidentes, Gianni Infantino e Aleksander Ceferin, esperam que a situação na Ucrânia melhore significativa e rapidamente para que o futebol possa novamente ser um vetor de unidade e paz entre as pessoas, acrescentou o comunicado.
O time alemão Schalke 04 também anunciou o encerramento do contrato de patrocínio de camisas com a Gazprom. Vale ressaltar que o presidente da Federação Russa de Futebol, Alexander Dyukov, é chefe da Gazprom Neft, o ramo petrolífero da empresa, e membro do comitê executivo da UEFA.
Por parte da Rússia, ainda antes do comunicado da FIFA, a federação do país informou não ver qualquer fundamento para cancelar o jogo com a Polônia pelas Eliminatórias.
Pelo visto, a sanha imperialista e belicista de Putin pode ter sido um verdadeiro tiro pela culatra. Além da invasão não estar sendo um passeio, pois encontra forte resistência, as sanções econômicas e esportivas serão inúmeras, resultando em enorme prejuízo.