Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

andré luiz pereira nunes

AS SAUDOSAS MANHÃS DE DOMINGO NO CAMPEONATO ITALIANO

por André Luiz Pereira Nunes


por André Luiz Pereira Nunes

Durante a década de 80, o Campeonato Italiano era a mais valiosa competição do futebol mundial. Para se ter uma ideia, em 1989, três times do País da Bota venceram os torneios mais importantes do Velho Continente. O Milan ganhou a Copa da Europa (hoje Champions League), a Juventus bateu a Fiorentina na final da Copa da UEFA (hoje Liga Europa), enquanto a Sampdoria arrematou a extinta Recopa, que era disputada entre os vencedores das Copas da UEFA e Europa.

Não só era o mais glamuroso certame, como ainda atraía os melhores e mais valorizados jogadores do planeta e, obviamente, o maior número de telespectadores e admiradores do mundo inteiro. Por conta disso, foi o primeiro campeonato internacional a despertar o interesse do público brasileiro.

A Globo, em 1984, uma única vez, transmitiu os jogos da competição depois de tentativas anteriores da Bandeirantes.. Era a temporada em que Falcão já desfilava seu refinado talento pelo principal time da capital, ganhando inclusive o título de “Rei de Roma”. Na época seus principais rivais eram o francês Michel Platini (Juventus), Zico (Udinese), Maradona (Napoli), Sócrates (Fiorentina) e Rummenigge (Inter de Milão). O campeão foi o valente Verona, do dinamarquês Elkjaer-Larssen, que dois anos depois seria um dos destaques da Dinamarca, apelidada Dinamáquina, na Copa do México. Curiosamente, Elkjaer também se notabilizou pela coluna de uma revista erótica em seu país. 

Nos anos seguintes, a TV Bandeirantes assumiu com força as veiculações esportivas através da extensa faixa dominical conhecida como “Show do Esporte”. Na época, grandes nomes como Luciano do Valle, Jota Júnior, Sílvio Luiz, Juarez Soares, Ely Coimbra, Januário de Oliveira, Alexandre Santos e Marco Antônio Matos davam o tom nas jornadas históricas do “Canal do Esporte”.

Egresso da Globo, após a Copa de 82, Luciano do Valle tentava viabilizar uma grade de esportes na televisão aberta. Após tentar sem sucesso o seu empreendimento na Record, encontraria as portas abertas na Bandeirantes para realizar o seu intento. No que tange ao Campeonato Italiano, ficaram famosas as transmissões conduzidas pela irreverência de Sílvio Luiz, o qual era brilhantemente acompanhado pelos comentários de Silvio Lancelotti, notável chef de cozinha, que detinha muito conhecimento acerca dos times e atletas italianos. Já, Giovanni Bruno, um dos mais simpáticos e aclamados donos de restaurante de São Paulo, eventualmente também comparecia ao estúdio e, com seu belo e típico sotaque, conferia ainda mais qualidade ao espetáculo.

Com o advento da TV por assinatura, as partidas passaram a ser transmitidas em até 4 canais. Incrivelmente, em apenas um final de semana existia a chance de se assistir a até 5 jogos ao vivo da Série A e até da Série B. Porém, mesmo  dispondo do conforto do streaming, canais fechados e das redes sociais, as transmissões matinais de Luciano do Valle e Sílvio Luiz jamais serão esquecidas. Eram memoráveis os clássicos como o Napoli, de Careca, Alemão e Maradona defrontando o magnífico trio holandês do Milan, composto por Gullit, Van Basten e Rijkaard.

SÃO CRISTÓVÃO COMEMORA 45 ANOS DA TAÇA ABELARD FRANÇA

por André Luiz Pereira Nunes


O São Cristóvão, tradicional clube do bairro imperial do Rio de Janeiro, embora esteja relegado à quarta divisão, em nível regional, também tem as suas glórias e todas foram devidamente documentadas e imortalizadas graças ao empenho de um torcedor que foi um dos maiores historiadores do futebol fluminense. Falecido no ano passado devido a um infarte fulminante, o tijucano Raymundo Quadros, pessoa a quem tive o prazer de desfrutar da amizade durante cerca de três décadas, teve o cuidado de criar e manter um rico acervo de seu time do coração, sobre o qual ainda lançou dois livros que tenho a honra de ter devidamente autografados em minha estante.

Além do título carioca de 1926 e do Torneio Municipal de 1943, a agremiação cadete comemora nesse ano 45 anos da conquista da Taça Abelard França, vencida no Maracanã. O certame foi um dos inúmeros organizados naquele tempo, o qual se assemelhava muito a atual Copa Rio, disputada por equipes de menor investimento. Participaram sete clubes divididos em duas chaves. No grupo A: São Cristóvão, Olaria e Bonsucesso. No grupo B: Campo Grande, Portuguesa, Madureira e Bangu. O homenageado Abelard França era um dirigente da Federação Carioca e ex-administrador do Maracanã que falecera em agosto de 1973.

Na primeira fase, os cadetes se classificaram em primeiro ao vencer o Olaria por 2 a 1 e empatar em 1 a 1 com o Bonsucesso. O Campo Grande foi o ganhador da outra chave. O cotejo final foi então realizado, em 16 de fevereiro de 1975, no Maracanã, diante de um público estimado de 75 mil pessoas. Todo esse apelo, embora pareça exagerado, se justificava, haja vista que se tratava de uma preliminar de Seleção Carioca x Seleção Paulista. Após um 0 a 0 muito disputado, a decisão, enfim, foi para os pênaltis com vitória do São Cristóvão sobre o Galo da Zona Oeste por 4 a 3. A equipe de Figueira de Melo não só levou um belo troféu, como ainda teve direito ao prêmio de 10.000 cruzeiros pagos pela loteria esportiva. Bons tempos em que as taças eram de metal maciço e ainda havia um bônus em dinheiro destinado aos times campeões.

Destacava-se entre os atletas vencedores, o carismático Sena, um habilidoso meia-direita da década de 70 e começo dos anos 80. Em 1981, fôra o principal artífice do Palmeiras na conquista da Taça de Prata do Campeonato Brasileiro. Na final contra o Guarani marcou os dois gols da vitória por 2 a 0. Ainda desfilou seu talento por America, Atlético de Madrid, Rayo Vallecano, Vitória, Bahia, Palmeiras, Santa Cruz, Uberlândia, Americano, Goytacaz, Leônico, Flamengo (PI), Taguatinga e Guarapari. Atualmente vive em São João da Barra, cidade na qual chegou a treinar a modesta e extinta equipe local que atuou durante um curto período na segunda e na terceira divisão do Campeonato Estadual.

Outro campeão foi Jorge Madeira, morto aos 72 anos, em 2018, cuja vida foi toda dedicada ao São Cristóvão. Jogou como lateral-esquerdo e volante, entre 1970 e 1976. Após sua aposentadoria, prosseguiu no próprio clube como preparador-físico, técnico e supervisor. Comandou à beira do campo os atletas em várias temporadas, a partir dos anos 80 e, mesmo após a sua retirada oficial ainda ajudaria o clube em diversas ocasiões, entre 2009 e 2012, seu último ano na função de treinador. Em 2015, recebeu o título de sócio emérito, graças aos inúmeros e inestimáveis serviços prestados à agremiação.

Vale frisar que a Taça Abelard França seria restaurada, em 2013, durante a administração do então presidente José Augusto Quintas Nascimento, pois se encontrava bastante deteriorada pela ação do tempo.

A festa pela conquista do torneio, em pleno Maracanã, só não foi completa porque no vestiário o atacante Sinvaldo urrava de dor devido a uma perna fraturada. Ele jogaria posteriormente no Vitória da Bahia.

GERALDO: O TRÁGICO CESSAR DE UM ASSOVIO

por André Luiz Pereira Nunes


A geração que forneceu ao Flamengo os maiores títulos da história começou a florescer durante a década de 70. Foi justamente nesse período que o super elenco que veio a conquistar o mundo começou a ser erigido, obviamente em torno de Zico, um dos maiores craques de todos os tempos do futebol brasileiro. Naquele tempo todos depositavam as fichas no mineiro Geraldo Cleofas Dias Alves, nascido em Barão de Cocais, no interior do estado. Diziam que seria o parceiro ideal do Galinho de Quintino, de quem inclusive tinha apenas um ano a menos. O entrosamento era tal que muitos acreditavam que seria mais uma grande dupla, a exemplo de Coutinho e Pelé.

A breve, mas inesquecível carreira teve início nas divisões de base do Flamengo no fim dos anos sessenta. O craque morava nas dependências do clube, no “Morro da Viúva”. Em um belo dia, o olho clínico de Zagallo apontou para Geraldo durante um dos treinos da equipe juvenil. Percebendo que estava diante de uma promessa, o treinador não titubeou e ordenou que o garoto “assoviador” fosse logo integrado ao elenco principal. Se sagraria campeão da Taça Guanabara de 1973 e campeão estadual de 1974.

Quis infelizmente o destino que a vida, a carreira e o futuro de Geraldo acabassem prematura e repentinamente de forma trágica numa cadeira de dentista. O habilidoso e promissor camisa 8 faleceu de chinelos, calça jeans e sem camisa, aos 22 anos, em agosto de 76, após sofrer uma reação à anestesia, o chamado choque anafilático, por conta de uma simples cirurgia de extração de amígdalas recomendada pelo departamento médico do Flamengo.

A consternação abalou todo o Brasil. Semanas após o incidente foi organizada uma partida beneficente, no Maracanã, com a presença de Pelé com o fim de arrecadar fundos para a família daquele que era nome considerado certo para o Mundial da Argentina.


Convocado por Oswaldo Brandão, estreara na Seleção Brasileira na Copa América de 1975, tendo disputado 7 jogos com a camisa canarinho. Pelo Flamengo atuou em 168 jogos (94 vitórias, 40 empates, 34 derrotas), marcando 13 gols, de acordo com o almanaque de Clóvis Martins e Roberto Assaf.

Para Zico, a precoce partida do amigo e parceiro de meio-campo foi a primeira grande perda de sua vida. De acordo com a sua avaliação, o companheiro de time só pecava em um aspecto. Não gostava de finalizar. 

– Ele (Geraldo) não gostava muito de chutar para o gol. Sempre preferiu fazer as jogadas e tocar para alguém. Teve um dia que ele fez uma fileira de adversários e saiu na cara do gol. O jogo era contra o Olaria. A partida estava empatada, já nos minutos finais. Então, eu tomei a bola dele e fiz o gol! – relatou durante entrevista à série “Encontros para Sempre”, do canal pago SporTV. 

Porém foi ressaltado que possuía um talento acima da média. Uma espécie de requinte tão em falta no futebol brasileiro.

– O Geraldo jogava com a cabeça sempre em pé. Não olhava para a bola. Aliás, parecia até que tinha nojo dela. Era engraçado. Tinha muita habilidade – declara o Galinho.

Carlos Alberto Pintinho, um dos integrantes da inesquecível Máquina Tricolor, até hoje chora a sua perda. Ele ressalta que o principal motivo de ter saído do Brasil para atuar na Espanha foi o de não aceitar a morte do companheiro.

– O relacionamento que nós tínhamos era muito forte. Então, com a perda dele, eu quis ir embora – disse o ex-jogador, antes de interromper uma entrevista emocionado.

Segundo familiares e amigos, Geraldo era tranquilo e agradável com todos. Além da habilidade em campo, tinha um hábito bastante peculiar. Vivia assoviando o tempo todo, inclusive nos jogos, daí a óbvia alcunha de assoviador.


Tudo parecia normal na manhã do dia 26 de agosto de 1976. Geraldo guiou o próprio carro até a clínica Rio Cor, em Ipanema, acompanhado do amigo Serginho, então massagista do Flamengo. O meia adiou o quanto pode o procedimento. Parecia pressentir algo de ruim. A decisão ocorrera por insistência da direção rubro-negra. Naquela época era fato costumeiro a extração das amígdalas para evitar infecções persistentes. Júnior, entre outros atletas do elenco, já haviam se submetido com sucesso à operação. O meia foi internado às 7h da quinta-feira. É relatado que ainda fez questão que o médico do clube, o ortopedista Célio Cotecchia, estivesse presente, mas a cirurgia seria realizada pelo otorrinolaringologista Wilson Junqueira, já falecido. Foi ele quem aplicou a anestesia local

Menos de meia hora após a extração, o jogador começou a se sentir mal e teve uma parada cardíaca. Apesar de algumas tentativas infrutíferas de reanimação, a sua morte foi decretada por volta das 10 horas. O jovem craque veio a falecer em decorrência do choque anafilático causado pela anestesia. Serginho, o massagista que o acompanhava, nunca se recuperou do episódio. É relatado em um vídeo que tentou o suicídio após a morte do amigo.

Chegou a ser aventada a suspeita de erro médico. O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) até abriu uma sindicância interna para investigar o caso. Mas os médicos Wilson Junqueira e Célio Cotecchia foram absolvidos.

Chorou o país a perda de um de seus maiores talentos. Geraldo, o assoviador. Geraldo, o mineirinho de Barão de Cocais. O parceiro perfeito do Galinho de Quintino

VITÓRIA DE GUIMARÃES: O FANTÁSTICO ESQUADRÃO DE MARINHO PERES

por André Luiz Pereira Nunes


Romper a hegemonia de Porto e Benfica é tarefa quase impossível no futebol português. Porém, na temporada 1986-87, o Vitória de Guimarães esteve muito perto de quebrar essa tradição. O treinador Marinho Peres, coadjuvado pelo auxiliar Paulo Autuori, foi o responsável pela formação de um dos melhores plantéis já montados na história dessa agremiação. 

Logo em seu primeiro ano em Portugal, o técnico implantou um esquema de jogo inspirado nas ideias de Rinus Michels de quem foi jogador no Barcelona. Para quem não sabe, Michels foi o comandante do inesquecível Carrossel Holandês, a seleção holandesa que encantou o mundo com um modelo de jogo revolucionário e inovador na Copa de 1974, na Alemanha. Não por acaso, Marinho Peres, então zagueiro do Santos, esteve como titular na Seleção Brasileira durante todos os jogos daquele mundial, atuando até de forma bem viril quando o Brasil capitulou diante dos holandeses. 

No mesmo ano foi contratado pelo Barcelona e participou da implantação do mesmo modelo de “futebol total” apresentado na equipe catalã. Apenas em 1976, regressaria ao Brasil, passando a jogar pelo Internacional. Em 1978, vestiu a camisa do Palmeiras e veio a encerrar a sua prestigiosa carreira no America, o qual passou logo a dirigir. Atualmente vive em Sorocaba e tem passado por graves problemas de saúde.

À sua disposição havia um elenco recheado de jogadores de grande classe, principalmente de  brasileiros. Naquele tempo uma grande profusão de atletas tupiniquins abundava no futebol lusitano. No caso do Guimarães, o grande destaque era Paulinho Cascavel, atacante reserva campeão brasileiro, em 1984, pelo Fluminense que tivera uma breve passagem pelo Porto. 


Os outros representantes eram o lateral-direito Heitor, ex-Flamengo,Vasco e campeão mundial de juniores pela Seleção Brasileira, em 1983, o meia Ademir Alcântara, ex-Internacional, o zagueiro Nenê, ex-Atlético Paranaense, o atacante Nivaldo, ex-São Bento, e o ponta-esquerda Roldão, artilheiro no futebol paranaense que também atuara no Guarani. Os zairenses N’Dinga, meia, e o atacante N’Zama completavam o esquadrão que praticou um futebol de grande consistência, o qual chegou a se intrometer na luta pelo título máximo do Campeonato Português e que ainda brilharia na Copa da UEFA, após alcançar no ano anterior o quarto lugar no Campeonato Nacional.

Naquela que foi a sua melhor campanha em nível europeu, o Vitória eliminou Sparta de Praga, Atlético de Madrid e o holandês Groningen. Somente os alemães do Borussia M’gladbach, orientados por Jupp Heynckes, conseguiram travar, nas quartas de final, a turma portuguesa. No Campeonato Português, os alvinegros terminaram a competição em terceiro lugar, a 7 pontos do campeão Benfica, e com mais três que o Sporting. A primeira derrota apenas aconteceu na oitava rodada frente aos benfiquistas. João Alves, na altura treinador do Boavista, chegou mesmo a afirmar que o Vitória de Guimarães era candidato ao título. Vale frisar que a equipe ainda contou com a artilharia máxima de Paulinho Cascavel com 22 gols. A única vez na qual o time vimaranense terminou em terceiro fora na temporada 1968/69. Além disso, quatro jogadores foram cedidos à seleção portuguesa, sendo eles Jesus, Costeado, Adão e Nascimento.

Guardo vívidas lembranças dessa época por um motivo bastante particular. Meu saudoso tio, vítima de um infarto há quase três anos, Ronaldo Nunes, era um advogado, empresário e procurador de grande prestígio e competência junto a jogadores e profissionais brasileiros em Portugal. Infelizmente não nos víamos com frequência, mas quando nos encontrávamos, ficava sabendo de seus êxitos em terras lusitanas. Na ocasião era o representante do Guimarães e dos atletas brasileiros supramencionados, além de Marinho Peres, Renê Weber, Jorge Baidek, Caio Júnior, Jorge Andrade, Fernando Pires e Paulo Autuori, cujo filho é casado com uma prima minha. Ainda foi o descobridor e procurador de Alex, o habilidoso meia que fez imenso sucesso na Seleção Brasileira e no futebol internacional.

O GOLEIRO DE INCRÍVEIS MARCAS

por André Luiz Pereira Nunes


O goleiro Carlos Germano, o qual aniversaria hoje, tinha tanta identificação com o Vasco que certa feita proferiu uma declaração que ficou marcada.

– Em todos os outros clubes em que atuei, com exceção do Penafiel, enfrentei o Vasco. Mas vestir rubro-negro nem pensar! – afirmou em referência à contundente antipatia pelo rival Flamengo. 

Com passagem longa e marcante pelo Gigante da Colina na década de 90, o arqueiro, nascido na cidade capixaba de Domingos Martins, em 14 de agosto de 1970, foi mais uma grata revelação de São Januário, fazendo valer a tradição de grandes guarda-metas formados pelo clube. É responsável pela incrível marca de 632 jogos, entre 1990 e 1999, sendo o segundo jogador que mais atuou pelo time, perdendo apenas para o ídolo Roberto Dinamite. Na Colina, o goleiro ainda atingiu o feito histórico de 933 minutos sem tomar gols, entre os dias 24 de novembro de 1991 e 27 de setembro de 1992.

Suas excelentes atuações o levaram à Seleção Brasileira pela qual atuou por 8 jogos. O ápice de sua prestigiosa carreira ocorreu em 1998, quando fez parte do elenco titular que perdeu a final do Mundial Interclubes, no Japão, frente ao Real Madrid. No mesmo ano participara da Copa do Mundo como reserva imediato de Taffarel naquela equipe derrotada na fatídica decisão diante dos anfitriões franceses. Vale ressaltar que no ano anterior havia esbanjado técnica, elasticidade e segurança durante a disputa do Campeonato Brasileiro. Na decisão contra o Palmeiras fechou o gol com defesas magistrais, garantindo o título para São Januário. 

Pelo Vasco ganhou muitos títulos, entre os quais, o Campeonato Estadual em 1992, 1993, 1994 e 1998, o Brasileiro de 1997, a Libertadores de 1998 e o Torneio Rio-São Paulo de 1999. Pela Seleção Brasileira conquistou o Campeonato Sul Americano Sub-20, em 1988, e a Copa América de 1997. 

Deixou o Vasco, em 1999, brigado com a diretoria, após não entrar em acordo no processo de renovação de contrato. Depois da longa estada em São Januário, transitou, já sem o mesmo brilho, por Santos, Portuguesa, Internacional, Botafogo, Paysandu, America-RJ e Madureira, encerrando a carreira, em 2005, no Penafiel, de Portugal. Em 2008, iniciou a trajetória de preparador de goleiros, trabalhando no Vasco durante seis anos.

Em 2001, ainda participou do grupo que disputou a Copa das Confederações dirigido por Émerson Leão. Contudo, quando Luiz Felipe Scolari assumiu o comando técnico da Seleção, Germano ficou de lado e infelizmente acabou vendo o pentacampeonato pela televisão.