por Luis Filipe Chateaubriand
O título deste texto era o nome de um “Caso Verdade”, programa que a Rede Globo de Televisão apresentava no início dos anos 1980 – toda semana, um tema diferente era abordado nos cinco dias comerciais, ao fim da tarde.
“Adílio, o Craque Esperança”, contava a história de um jovem favelado, negro, pobre, mas que tinha um alto senso de responsabilidade, muita persistência e que jogava bola de forma divina.
O menino / moço Adílio, oriundo da Cruzada São Sebastião, era vizinho de seu clube de coração, o Flamengo.
Hum… isso podia dar samba.
E deu!
Frequentando o clube desde cedo, trilhou todo o caminho das Categorias de Base, até chegar nos Profissionais.
E chegou “chegando”, pois logo conquistou a camisa oito dos titulares.
Tinha uma técnica de “encher os olhos”, capaz de driblar um adversário no espaço de um lenço aberto.
Os passes eram precisos, por baixo ou por cima – quem esquecerá o passe que deu para Júnior fazer o gol da vitória sobre a Alemanha Ocidental em 1981, no Maracanã?
Tinha uma especial predileção pelas tabelas, especialmente com Zico, que terminavam no fundo do gol dos rivais muitas vezes.
Ganhou até música em sua homenagem:
“Que neguinho é esse, que está com a bola nos pés, é o neguinho Adílio, que faz com ela o que quiser”.
Esta é a história de uma carreira brilhante, de um craque, de alguém que nasceu para jogar bola.
Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!