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VOZES DA BOLA: ENTREVISTA EDINHO

20 / setembro / 2020


Os pés de Edino Nazareth Filho, o Edinho, hoje com 65 anos; a bola e as areias das praias da Zona Sul do Rio viveram um ‘triângulo amoroso’ que começou na infância, aos 11 anos, quando os pais dele se mudaram da Zona Oeste do Rio para a Praia do Leme, um dos cartões postais da cidade.

Foi ali que o trio amoroso conviveu quase que diariamente, até 1969, quando Edinho (levado pelos pés dele) com 13 anos, ‘traiu’ a areia da praia num encontro com o gramado das Laranjeiras, onde junto com a bola, foi fazer um teste para a base do Fluminense.

Foi um novo ‘trio amoroso’ que se formou, uma paixão que os três viveram até 1989, quando os pés de Edinho e a bola tiveram uma recaída pela antiga paixão, e num ‘divórcio amigável’, abandonaram a grama dos campos, e voltaram para os braços da grande paixão da adolescência, a areia, onde o craque se tornou um dos grandes ídolos do futebol de praia do Brasil, nos anos 90.

“Era domingo, estava sem fazer nada em companhia de dois amigos, quando li no jornal sobre uma experiência no Fluminense. Nem meião eu tinha, o meu negócio era jogar descalço na praia. Consegui uma chuteira e fui. Cheguei lá e tinha mais de 200 garotos, com idade entre 13 e 15 anos. Apresentei-me como meio de campo. Fui escolhido de cara e me colocaram no treino dos efetivos do time na quarta-feira. Logo virei titular”, relembra o hoje coordenador de futebol do Tombense, de Minas, em entrevista para a série ‘Vozes da Bola’, do Museu da Pelada com a serenidade de quem fez 65 anos há três meses.

Com a camisa tricolor, a titularidade atravessou os anos e se estendeu aos profissionais em 1973, quando fez sua estreia, mas foi dois anos depois, num sábado de Carnaval, no dia 8 de fevereiro de 1975, que ao ritmo da bateria da Mangueira, a torcida do Fluminense invadiu o Maracanã para assistir a estreia de Rivellino, justamente contra seu ex-clube, o Corinthians, com um passeio de 4 a 1, com direito a hat-trick (3 gols) do camisa 10 tricolor.

Nascia ali, um jovem zagueiro que se tornaria símbolo e peça importante na engrenagem funcional daquele time, que um ano depois, seria batizado de ‘Máquina Tricolor’.

‘Máquina’ que de cara faturaria o bicampeonato carioca em 75 e 76, conquistaria ainda torneios amistosos fora do país e ficaria marcada por vencer o Bayern de Munique, base da seleção alemã campeã do mundo em 74, por 1 a 0 no Maracanã, com gol contra de Gerd Muller.

Fã de Gérson, o ‘Canhotinha de Ouro’, a quem confessa ter se inspirado no fino trato à bola e treinado exaustivamente para bater de esquerda quando necessário fosse, Edinho foi aos poucos consolidando seu futebol.

De atacante na areia, passou a treinar no meio campo da  bases tricolor, e depois, ainda no juvenil recuou para a zaga, onde se tornou um dos maiores da sua posição. Com um estilo clássico, parecia que ‘jogava de terno’, mas sempre mostrou garra e raça pelos estádios do Brasil e do mundo afora.

Maior que seu gol na decisão do campeonato carioca de 1980, contra o Vasco, foi o reconhecimento conquistado e a admiração de tricolores ilustres, como o dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980); o jornalista Pedro Bial; o humorista Jô Soares e o músico Chico Buarque, fãs confessos do craque.

Das três Copas do Mundo que disputou, em uma delas, na de 86 no México, nas oitavas de final, marcou um golaço na goleada de 4 a 0 contra a Polônia, e teve uma atuação à ‘la Ruud Krol’, líbero holandês, em quem se espelhava.

“Me inspirei nele e gostava muito de vê-lo jogar. Era só um pouco mais velho, mas muito bom. Assim como um bom vinho italiano”, diria.

E como um ‘bom vinho nacional’, aos 32 anos, conquistou o título da Copa União de 87, pelo arquirrival Flamengo, já que fora desprezado pelo clube de coração que até hoje continua amando.

Venceu ainda a primeira edição da Copa do Brasil, disputada em 1989, por um outro tricolor, o Grêmio. Em 1990, após uma passagem de seis meses por um time amador, do Canadá, trocou os campos novamente pela areia, para defender a Seleção Brasileira de Beach Soccer.

O Museu da Pelada tem o prazer de entrevistar Edinho, um dos maiores ídolos tricolores de todos os tempos para a série ‘Vozes da Bola’.

Por Marcos Vinicius Cabral

Como foi sua chegada à base do Fluminense em 1969, com 13 anos?

Foi igual a de muitos garotos da minha idade. Aos 13 anos fui fazer uma peneira no clube e no primeiro treino passei. Daí, comecei a fazer parte do dente de leite, depois disso, cheguei até o profissional.


Cinco anos depois, aos 18, já estreava no time principal, fazendo parte do time que ganhou a alcunha de ‘Máquina Tricolor’ nos anos de 1970. Como era jogar entre tantas feras?

Uma experiência incrível. Foi muito bacana jogar num time de muitos craques, de muita experiência, e é claro, muitos jogadores campeões do mundo em 1970. No Fluminense tínhamos o (goleiro) Félix e o (lateral -esquerdo) Marco Antônio, e depois chegaram Paulo Cezar Caju, Carlos Alberto Torres, Rivellino, ou seja, um jogador jovem como eu era e tendo essa experiência na carreira em jogar com esses jogadores importantes no cenário do futebol, foi recompensador.

Com a camisa tricolor você foi campeão estadual em 1975, 1976 e 1980. Qual desses foi o mais difícil?

Ganhar título é sempre muito importante, mas não é fácil não, é muito difícil. Acho que título sempre tem uma importância na nossa carreira, na vida. Posso afirmar que todos os títulos foram importantes, mas o (Campeonato Estadual) de 1980, talvez tenha sido o mais significativo em função de ter sido o autor do gol do título. Se tiver que escolher um, é esse aí.

Medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de 1975, no México, improvisado como lateral-esquerdo na Copa de 1978, na Argentina, reserva na de 1982, na Espanha, e capitão e autor de um golaço nas oitavas de final contra a Polônia, na de 1986, no México. O que faltou ao Edinho com a camisa da seleção brasileira?

Ganhamos a medalha de ouro no Pan-Americano em 1975 e 4° lugar nas Olimpíadas de Montreal, no Canadá, em 1976. Em seguida fui convocado para disputar as eliminatórias em 1978, jogando na minha posição, pelo Osvaldo Brandão. Mas, depois mudou o treinador (Cláudio Coutinho), e na convocação para a Copa do Mundo ele me chamou como lateral-esquerdo, o que acabou sendo uma novidade para mim, pois havia feito poucos jogos improvisado nessa posição. Mesmo tendo jogado bem, não era a minha posição e ele me convocou como titular da lateral-esquerda, na Argentina. É claro que foi muito difícil, ainda mais jogando uma Copa do Mundo, em uma posição que não é a sua, tendo outros jogadores da posição. Portanto, foi extremamente difícil, muitas críticas, as pessoas tentavam criticar o treinador e nominalmente me criticavam, mas eu entendi perfeitamente o quão difícil foi aquele processo. Em 1982, fui convocado como zagueiro, fui reserva do Luizinho, do Atlético Mineiro, e em 1986 fui capitão da equipe no México. Então confesso que foi muito bacana ter participado de três Copas do Mundo e vivido essas situações, em que eu poderia ter saído queimado em 78, aí fui convocado outra vez em 82, mesmo na reserva, e em 86, virei capitão da equipe, o que mostra o respeito ao profissional que fui. É lógico, também, que não dá para se ganhar sempre uma Copa do Mundo. O que faltou? Acho que esse título da Copa do Mundo, pois não é toda hora que a gente pode ganhar, mas foi recompensador jogar três Copas do Mundo, o que não é qualquer jogador, ainda mais em um país como o Brasil, onde muitos jogadores a toda hora despontam.

Em 359 partidas pelo Fluminense, você assinalou 34 gols. Tem algum que tenha sido marcante para você?

Fiz 359 partidas pelo Fluminense, fora os amistosos, e fiquei de fora de muitos jogos jogando pelas seleções, principalmente na principal, quando a gente concentrava muito tempo antes e ficava muitos dias afastados do nosso clube. Tanto que a CBD (Confederação Brasileira de Desportos), pagava o salário do jogador convocado. Sempre fui um jogador que fiz muitos gols, mesmo sendo zagueiro, pois me aprimorei nas batidas de faltas, no cabeceio, nas cobranças de pênalti e chutes de longa distância. Mas, posso selecionar como marcantes, o de 80, na decisão do campeonato carioca, quando ganhamos por 1 a 0, gol de falta; pelo Fluminense teve um contra o América, marcante também, e contra o Flamengo, de cabeça, ou seja, gols interessantes. Mas sem sombra de dúvidas, o de 80 foi o mais importante.

O Maracanã completou 70 anos recentemente. Quais são as suas lembranças como jogador no estádio?

Todo grande jogador prestou uma bela homenagem ao Maracanã, fazendo belíssimos jogos no estádio que fez 70 anos recentemente. Eu fico honrado em ter sido escolhido entre os 50 maiores que jogaram nesse Templo do Futebol. Isso não é para qualquer um não.

Em 1982 você se transferiu para a Udinese, da Itália, atuando ao lado de Zico, que chegou um ano depois. Por que aceitou jogar em um time considerado médio no futebol italiano?

Aceitei jogar na Udinese-ITA mais em função da situação em que me encontrava no Fluminense, né? O clube vivia um momento financeiro delicado e eu achava que o meu futebol poderia se dar melhor na Europa. Foi a primeira oportunidade que apareceu, ou melhor, na verdade, a segunda, pois a primeira foi o Olympique de Marseille-FRA, mas o Fluminense não quis me vender na época. A gente, o jogador, ficava preso sob a Lei do Passe, e éramos presos aos clubes. Com isso a possibilidade de ser vendido, ainda mais sendo um jogador ídolo como eu era no Fluminense, era pequena. Com isso, tive que montar uma estratégia e incluí no contrato uma cláusula em que eu pudesse me transferir para um clube por uma certa quantia no final do vínculo. Assim foi feito e acabei indo jogar em Udine, na Itália.


Quem foi seu melhor treinador?

O meu melhor treinador foi aquele que me ensinou muitas coisas, como fez o falecido Pinheiro, quando cheguei às Laranjeiras, nas categorias de base do Fluminense. Depois, sinceramente (pausa para pensar), encontrei muitos treinadores, mas treinador realmente, que a gente pode encher a boca e dizer que era treinador de verdade, aprendi muito pouco com eles. O Pinheiro foi exceção, o que me formou, aprendi muito com ele. Outro também foi o Enzo Ferrari, técnico da Udinese-ITA, e que o Zico também gosta muito, e que foi o nosso primeiro treinador na Itália. Esses dois, posso dizer que foram os meus melhores treinadores e com quem gostei muito de ter trabalhado.

Retornando da Itália para o Brasil, por que escolheu o Flamengo?

A ideia sempre foi voltar para o Fluminense, mas só que o Fábio Egypto, presidente do clube à época, não me aceitou de volta. Sabendo disso, o Flamengo me fez uma proposta, eu aceitei, e joguei no clube. Foi uma experiência muito legal. Fomos campeões da Copa União em 1987, num grupo muito coeso, ambiente maravilhoso e só craques no elenco. Tive a oportunidade de entrar em uma equipe altamente qualificada.

Tão qualificada que você formou uma zaga de respeito com Leandro. Como era jogar com ele?

O Leandro não era zagueiro de ofício, era lateral, mas era um craque de bola. O Leandro era um jogador que onde fosse escalado, ele jogava, e jogava bem. Jogar com ele na zaga foi muito legal e acredito que para ele também tenha sido uma experiência boa em ter jogado comigo, porque ele pode também se olhar bastante e ter esse entendimento como era jogar como zagueiro central comigo ao seu lado.

Ainda sobre 87 e seu período no Flamengo, você sempre foi considerado um jogador que marcava duro, mas sem ser desleal. O que realmente aconteceu entre você e Geovani naquele Flamengo e Vasco pela Copa União, em 1987?

Foi o seguinte: eu voltara há pouco da Itália e o futebol brasileiro vivia um pouco confuso, conturbado, muita desorganização. Até para o campeonato brasileiro foi difícil e a Copa União foi feita pelos clubes na marra… Então, não havia muita disciplina, e isso me marcou bastante, porque, a falta de punição, impunidade e tudo mais. Com o Geovani, foi um lance normal dentro de campo, onde eu caí, existia uma rivalidade muito grande entre Flamengo e Vasco, e eu caído no chão, ele me deu um soco no rosto, onde tive afundamento de malar. Passei por uma cirurgia e fiquei um mês parado, sem jogar futebol. Mas não tem nenhum tipo de problema entre nós, não!

O título da Copa União até hoje gera polêmica. Edinho é, assim como o Flamengo, campeão brasileiro de 1987?

Isso já foi decidido nos tribunais e se já foi decidido não é polêmica, se cria polêmica em torno de uma decisão. Independente de qualquer decisão judicial, todos nós, jogadores do Flamengo e que jogamos aquela competição, nos consideramos campeões. Nosso título foi conquistado com muita determinação, jogando contra grandes equipes da época e nada nos tira isso, ou seja, ganhamos dentro de campo e não fora dele. Espero ter respondido essa pergunta.

Quem foi sua grande inspiração dentro das quatro linhas?

Como jogador eu gostava muito do Gerson, o ‘Canhotinha de Ouro’, principalmente naquela fase no Botafogo. Lembro que eu gostava de imitá-lo e aprendi a chutar de canhota em função dele, porque nessa de tentar ser igual a ele, aprimorei muito em bater de perna esquerda. O Gerson foi um jogador em quem me inspirei bastante, não o seu jogo em si, até porque minha posição era outra, mas como jogador mesmo.

No Grêmio, onde foi capitão e ergueu a taça do título da primeira edição da Copa do Brasil de 1989, você jogou pouco tempo. O que houve?

Depois de passagens por Flamengo e Fluminense, cheguei no Grêmio, onde fomos campeões Gaúcho, sendo eu o capitão da equipe. Levantei a primeira taça da Copa do Brasil em 1989, e isso foi muito importante, pois o meu nome está marcado na história do clube, em uma competição que se tornou muito disputada, além do grande valor no calendário de competições do futebol nacional. Mas na verdade, no Grêmio eu joguei muito pouco, até porque a ideia inicial era ficar um ano apenas, aí eles queriam renovar meu contrato, não aceitei e retornei ao Rio de Janeiro.

Pela sua representatividade no futebol, principalmente no Fluminense, por que  pendurou as chuteiras em 1990, em um time amador de Toronto, no Canadá?

Porque surgiu a oportunidade – muito bacana por sinal -, depois que encerrei a carreira. O Toronto é um time amador, semiprofissional, e foi uma experiência inesquecível. Ali, fui jogador e um pouco treinador, onde ajudava o técnico da equipe em todos os sentidos. Foi bacana fazer essa transição de jogador para treinador, e em 91, eu já voltei para o Fluminense como treinador da equipe principal. Mas foi uma experiência muito legal mesmo, onde fiz um contrato de três anos e fiquei seis meses na equipe.

O que o futebol representou para o Edinho?

O futebol foi a minha vida, ou melhor, continua sendo a minha vida. Representou não, representa isso ainda, o futebol é meu dia a dia, onde desde meus 13 anos de idade, quando entrei no Fluminense, respirava 24 horas futebol. Hoje, na função de coordenador técnico, a minha vida continua firme em torno do futebol.


Você não renovou com a SporTV e está voltando a se envolver novamente com futebol. Depois de algum tempo, por que retomar a carreira de coordenador?

Eu fiquei durante sete anos como comentarista do SporTV, onde as coisas não funcionaram como eu achei que poderiam funcionar, e fiquei desmotivado na hora da renovação. Mas bem antes disso ocorrer, eu já começava a projetar a minha volta para uma função dentro de um clube. Te confesso que é o que sei fazer e o que gosto de fazer. Me preparei, fiz o aperfeiçoamento teórico-prático no Curso Licença A da CBF, promovido entre os dias 4 a 21 de maio do ano passado, em Águas de Lindóia, no CT Oscar Inn, e me coloquei no mercado de novo. Vim para o Tombense-MG não como técnico, mas para ser coordenador, o que eu acho, particularmente falando, uma situação interessante. A propósito, já desempenhei essa função no Athlético-PR e no Vitória-BA. Então, acho que está tudo dentro da minha expectativa, do que eu sei fazer, o que eu posso fazer, e estou aqui tentando colaborar ao máximo com meu conhecimento e experiência que tenho no futebol, para viver esse novo momento na minha carreira.

Como tem enfrentado esses dias de isolamento social devido ao coronavírus?

Estou morando aqui em Carangola, uma cidade na zona da mata, no interior de Minas Gerais. Aqui teve confinamento e toda aquela preocupação com o coronavírus. Mas na cidade, pessoas não ficaram trancadas e nem os comércios aqui, talvez, tenham ficado uma semana fechado no máximo. As coisas funcionam, mas com as devidas precauções e importância que têm que ter com esse vírus. Já fizemos testes, além de pouquíssimos casos registrados aqui na cidade e todos assintomáticos.

Recentemente, no aniversário de 118 anos do Fluminense, numa eleição com 100 jornalistas esportivos, que Fred foi apontado como o 2º maior ídolo do clube, só atrás de Castilho. Você ficou em 12° lugar. Te surpreendeu o resultado?

Esse resultado aí, nessa eleição de 100 jornalistas, não me surpreendeu mesmo. Por quê? Porque são gerações diferentes e o meu tempo passou e muitos deles que votaram, não me viram jogar, tem a cabeça mais fresca com as coisas da atualidade. Mas as pessoas da época, os mais antigos, certamente, se tivessem que votar, votariam em mim. No Fluminense, ídolo mesmo, jogador feito em casa, criado e chegado lá com 13 anos de idade, ter jogado em um dos maiores times de todos os tempos do clube, que foi a ‘Máquina Tricolor’, ser cria das Laranjeiras, isso aí é muito difícil de ser alcançado. Então, sei da minha representatividade nas Laranjeiras, representei muito bem as cores dentro de campo, me orgulhava de representar os torcedores, ou seja, é natural, até muito bacana terem me escolhido como 12° com 100 jornalistas votantes. Bacana mesmo, as pessoas lembrarem de mim, mas tenho a consciência de que o que vale mesmo, é a memória e a história. No Brasil e em alguns clubes também, o Fluminense não seria diferente, poucos reconhecem seus antigos ídolos. Então, achei legal.

Ainda sente saudades da época de jogador?

Na verdade, depois que parei de jogar futebol profissional, nunca senti saudades de nada. Nunca pensei em voltar no tempo, tipo “poxa, se eu estivesse aqui jogando!”, não, isso é passado e as coisas passaram. Estou vivendo um outro momento e sei o quanto foi bacana a minha época de jogador. No mais, ao encerrar a carreira, acabou, acabou mesmo… e não sinto saudades de absolutamente nada. Hoje, nem gostar de jogar futebol eu gosto, nem pelada eu bato mais. Então quer dizer, dentro de campo, o futebol não me faz falta.

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