por Zé Roberto Padilha
Geraldo foi uma das maiores promessas do futebol brasileiro. Tinha a classe de Ademir da Guia e a plasticidade e a irreverência de Carlos Alberto Pintinho. Tão amigos que muitos passavam os anos imaginando o dia em que jogariam juntos. Que covardia! Melhor era esperar o duelo de cada Fla x Flu.
Geraldo não era um artista para ser treinado em quartéis. Seu improviso não combinava com ordem unida, muito menos havia Sentido! que podasse sua liberdade de expressão e circulação.
Nosso treinador, Carlos Froner, oriundo das casernas, não aceitava que não voltasse para marcar e guardar posição. Assobiando, procurava espaços vazios onde respirava para puxar contra ataques. E o fazia com rara beleza.
Aí o Flamengo foi jogar em Sergipe e Geraldo não foi relacionado. Na Gávea, ficamos os dois, eu por contusão, ele por insubordinação, dando voltas na pistas. Voltas que mal sabia serem de despedida.
Dr. Celio há muito precisava dessa brecha para retirar suas amígdalas, e essa parte triste da sua história não vamos rememorar.
É uma crônica de saudades de um grande amigo e um jogador acima da média.
Moral da História: nunca obrigue um talento a correr atrás de alguém. Zé Roberto, Merica e Tadeu são escalados para isso.
E deixe a arte livre para dar ao seu time o toque de qualidade que perdemos quando Geraldos são perdidos.
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