por Marcelo Mendez
Era um vento frio e cortante, de uma manhã sem sol, com um céu cinza que era em mim tão somente triste…
O domingo de manhã que passou era muito diferente de todos os outros domingos de sol, dos tantos quantos domingos que acordei para a várzea com um sorriso no rosto, por pura contemplação de estar mesmo ali, a retratar as coisas do futebol de terrão.
Não que em momento algum me faltasse a alegria de falar de futebol de várzea. A ausência era a outra que a reserva de alegria que tenho não podia resolver…
Era a primeira pauta na várzea sem o Jornal ABCD Maior.
O corajoso Jornal do ABC, o bravo jornal, que abrigou em suas colunas, sete anos de cobertura do futebol de várzea da região, encerrou suas atividades. Assim, do nada… Acabou.
Não haverá mais meus parceiros motoristas, não terá mais o Josias dos Amores, Ceir, o Psicodélico, nem o sereno Jefferson a me levar pelos arrabaldes ludopédicos do ABC. Os amigos companheiros fotógrafos, Rodrigo Pinto, Andris Bovo, Amanda Perobelli, Fabiano Ibidi, Andreia Iseki… Tampouco.
Agora tal e qual o bluesman, seguirei sozinho pelas pautas, na certeza de que mais hora, menos hora, eu e meus amigos nos encontraremos nas encruzilhadas das vidas nossas. Mas tenho que seguir…
Fui então até o Campo do Nacional no meu Parque Novo Oratório para começar a história da várzea aqui com o Museu da Pelada.
O placar em 0x0 no jogo Colorado x Vila Sá é o primeiro da série das coisas todas que agora seguirão.
Aos amigos que chegam para me ler aqui, informo que agora, o Museu da Pelada será a casa da várzea do ABCD. Uma delas. Vamos aqui semana a semana contar a história desses obstinados que assim como esse que vos escreve, encontrou uma forma de seguir o sonho.
Todas as terças, a crônica aqui ficará. Seguem, portanto, os jogos, o sonho e a vida.
Bem vindo a todos e vamos seguir.
A bola marrom não pode parar. E não vai parar…
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