:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::
Assim que Roger Machado foi demitido do Bahia li uma nota informando que a direção do clube pensava em contratar um estrangeiro. Não vejo qualquer problema nisso, afinal dos cinco primeiros clubes colocados no Brasileirão três são dirigidos por gringos, Inter, Atlético-MG e Flamengo. Fernando Diniz, do São Paulo, rema contra a maré e Ramon é uma novidade no mercado. Não tem jeito, hoje, praticamente todo clube tem um estrangeiro para chamar de seu.
O Inter, líder do campeonato, vai bem com o treinador argentino Eduardo Coudet, que comanda um time nada excepcional, que ainda tem no elenco os argentinos D´Alessandro, Musto, Victor Cuesta, Saravia e Sarrafiore, o uruguaio Abel Hernández e o peruano Paolo Guerrero. Meus primeiros clubes, ainda amador, foram o União Madalena, de Santa Marta, e o Junior Barranquilla, ambos da Colômbia e treinados por meu pai Marinho Rodrigues. Sempre fomos respeitados fora do Brasil e apóio totalmente essa mistura.
O segundo colocado, São Paulo, tem dois estrangeiros entre os titulares, o equatoriano Arboleda, e o espanhol Juanfran, de quem não sou muito fã. O Galo, do argentino Jorge Sampaoli, terceiro colocado, já tinha Lucas Hernandéz, Ramon Martinez, Di Santo e Cazares, que não vem sendo aproveitado, e trouxe o venezuelano Savarino e o colombiano Dylan Borrero. Otero foi para o Corinthians. Em quarto, vem o Vasco liderado pelos argentinos Benitez e Cano.
Em seguida, o Flamengo do treinador Dome e do Uruguaio Arrascaeta. Não termina por aí. Pelo que apurei são cerca de 60 estrangeiros no Brasileirão. Kalou, o atacante marfinense, fez gol pelo meu Botafogo, que tem como atração o japonês Honda. Sem esquecer do goleiro paraguaio Gatito, que deu uma banda no VAR. Mas só para lembrar que não é festa, Santos e o próprio Atlético mineiro demitiram recentemente seus técnicos estrangeiros e vários jogadores de fora vieram e já voltaram, alguns por deficiência técnica. Mas futebol é assim mesmo. Gostei de saber que alguns jogadores do Botafogo estão aprendendo inglês para se comunicarem com Honda e Kalou.
Quando fui jogar no Olympique de Marseille dispensei o tradutor e fiz questão de aprender a língua. O intercâmbio serve para isso e não apenas para jogar bola. Mas também é necessário reconhecer que jogadores, como Kalou e Honda, não teriam mais mercado em outros continentes e se aproveitam da péssima fase do futebol brasileiro para darem uma prolongada na carreira.
De qualquer forma, um viva aos nossos hermanos, afinal os argentinos vivem uma fase muito boa nesse momento, no Brasileirão, e me fazem lembrar o saudoso artilheiro Narciso Horacio Doval, companheiro de campo e noitadas. Salve a Argentina!
Confesso que estou de saco cheio dos analistas de computadores, que conseguem me irritar semanalmente com os chavões “jogador de lado”, “jogador posicional”, “orelha da bola”, “consistência de jogo” e por aí vai… Até quando??
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