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VÍCIO DO VAR

26 / dezembro / 2023

por Elso Venâncio

O árbitro polonês Szymon Marciniak demonstrou, nos dois jogos do Fluminense pelo Mundial de Clubes, por que apitou a final da Copa do Mundo e da Champions League.

Na semifinal, contra o Al Ahly, do Egito, e também diante do Manchester City, sempre evitou o VAR. Até no polêmico lance do pênalti marcado de Percy Tau em Marcelo, fez valer sua interpretação. Deixou a bola correr, não usando a velha tática dos juízes de segurar o jogo.

Nos arbitrais da Fferj – a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro -, quando um clube necessitava do empate numa decisão, presenciei dirigentes indicando determinados árbitros que paravam a todo momento a partida. Com eles, os lances não tinham sequência.

Os campeonatos realizados no Brasil provam o quanto a arbitragem daqui é insegura. O VAR é consultado com tanta frequência que se tornou vício. Os jogadores, em faltas banais, sinalizam para os juízes, pedindo consulta ao equipamento eletrônico.

Acho patético ver o responsável pelo jogo parado em campo, conversando com a cabine do VAR e olhando para o telão do estádio sem saber o que fazer, enquanto atletas o cercam com a mão protegendo a boca, falando o que querem mas impedindo a leitura labial.

Dr. Rodrigo Santiago é um dos maiores ortopedistas do país. Seu pai, o médico Arnaldo Santiago, afirmava:

“Ele é melhor do que eu”.

Arnaldo combatia a Federação Carioca, instituição na qual os aliados Eduardo Viana e Eurico Miranda davam as cartas.

Recentemente, seu filho Rodrigo me disse que estava indo de carro com o pai para um Fluminense x Vasco quando Eurico ligou e, com voz mansa, avisou:

“Arnaldo, tudo bem? Hoje você perde feio! Quer apostar?”

Rodrigo complementa:

“O Fluminense foi goleado, com direito a arbitragem confusa e ‘infelicidades’ do nosso goleiro”.

Como presidente do Fluminense, Dr. Arnaldo Santiago Lopes viu, da Tribuna de Honra do Maracanã, o gol de barriga de Renato Gaúcho, na histórica vitória por 3 a 2 no Fla-Flu de 1995. De lá, chorou abraçado ao diretor financeiro Juber Pereira:

“Do coração eu não morou mais!”, brincou.

Tempos depois, foi traído por um infarto fulminante, aos 63 anos, quando jogava basquete no Caiçaras, clube social que fica às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Admito a culpa dos cartolas, da CBF e das federações estaduais na guerra contra tantos erros que acontecem em campo. Nomes vetados, ameaças e pressão da imprensa influenciam, sim, durante as frequentes dúvidas que afligem os inseguros árbitros que apitam o nosso futebol.

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1 Comentário

  1. Francisco da Graca Nilson

    Concordo plenamente, hoje a insegurança dos árbitros é tamanha que eles nem usam mais os seus auxiliares os bandeirinhas, primeiro o VAR, que decide na maioria das vezes. Aproveito para desejar ao grande profissional e amigo um feliz ano de 2024 com amor e paz. Abração.

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