por Luis Filipe Chateaubriand
A temporada de futebol no Brasil em 1988 se iniciava com um atrativo Flamengo x Vasco da Gama, jogo válido pela primeira rodada da Taça Guanabara daquele ano.
O Flamengo jogou melhor no primeiro tempo.
Valendo-se da má forma física do lateral direito vascaíno Paulo Roberto, Renato Gaúcho sempre investia pelo lado esquerdo do ataque rubro-negro.
E foi em um lance destes, aos 32 minutos do primeiro tempo, que Renato Gaúcho passou por Paulo Roberto, cruzou da esquerda e Bebeto, de cabeça, fez o gol.
Flamengo 1 x 0 Vasco da Gama.
No segundo tempo, quando o lateral direito Paulo Roberto foi substituído pelo lateral direito Cocada, o Vasco da Gama melhorou, e passou a dominar o jogo.
Mas eis que, ao momento dos refletores do Maracanã se acenderem, pois o fim de tarde o impunha, estes não acenderam.
Foi preciso que o jogo fosse paralisado.
Como previsto no regulamento, se esperaria 30 minutos para que a luz fosse ligada, e o jogo recomeçasse.
Antes que os 30 minutos de tolerância tivessem passado, a luz se acendeu.
Então, seria o momento de recomeçar o jogo.
Qual o quê!
Capitaneados pelo vice-presidente de futebol Eurico Miranda – o encrenqueiro de sempre –, os jogadores vascaínos não voltaram para o jogo.
A continuidade do jogo não aconteceu, e o seu desfecho foi para os tribunais.
A estratégia de Eurico Miranda era clara: esperava que, nos tribunais, o jogo fosse anulado, e jogado novamente, começando com o placar de 0 x 0, e não com o 1 x 0 que o Flamengo ostentava quando o jogo foi interrompido.
Ou seja, o vice-presidente de futebol do Vasco da Gama queria “dar uma de esperto”.
Infelizmente para ele, e para a torcida vascaína, nos tribunais a vitória de 1 x 0 do Flamengo foi confirmada.
Em última instância, foi essa vitória do rubro-negro que lhe garantiu o título da Taça Guanabara.
E o todo sabichão Eurico Miranda pode comprovar o adágio popular: “a esperteza, quando é demais, engole o esperto”.Eurico Miranda, sempre protagonizando vergonhas!
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