por Zé Roberto Padilha
O Torneio de Paris, em 1975, foi disputado pelos donos da casa, Porto ou Sporting de Lisboa, não me lembro, Atlético de Madrid e Fluminense. Como o PSG ainda não era tão forte, contrataram o maior jogador em atividade. E lhe deram a camisa 10 para dar glamour ao time e ao torneio: Cruyff.
Um ano antes, na Copa da Alemanha, marcou um dos gols com que a Holanda eliminou o Brasil por 2×0.
Quando o Fluminense o enfrentou, eu e Carlos Alberto Pintinho aproveitamos o intervalo e fomos pedir um autógrafo ao Cruyff do outro lado do campo.
Na volta, tomamos uma dura de uma velha raposa mordida, que estava naquele fatídico 2×0, Paulo Cézar Cajú. Nosso ídolo não nos poupou criticas :
– Com Felix, Marco Antonio e Rivelino aqui, tricampeões do mundo, pra que pegar autógrafo de quem não ganhou nada?
E completou:
– São dois cabaçudos mesmo!
Semana passada contei essa história para o meu neto. E mostrei a flâmula que ganhamos. E só agora, 48 anos depois, notei que foi nela que Cruyff nos concedeu a assinatura.
Bem, senhores colecionadores, cartas e propostas para a direção. Não é todo dia que o Cruyff vestiu a camisa que, hoje, pertence a Messi. Estou precisando pagar o IPTU e a assinatura de O Globo.
Acreditem, nem sabia que na galeria de um “cabaçudo” tinha uma preciosidade dessas. E você, Pintinho, guardou a sua?
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