por Zé Roberto Padilha
Em 90 minutos, vinte homens bem preparados saem correndo por um extenso gramado atrás de uma personagem feminina. A bola.
E dois que faltando um minuto vão em desespero, em um corner na área adversária, para tentar um cabeceio.
Mas são poucos os que conseguem o sublime prazer de colocá-la no fundo das redes.
Cada vez mais leves, macias e sedutoras, é ela quem escolhe seus parceiros. Em 2023, foi um argentino. Se desentenderam, ele entrou pelo Cano, e ela foi procurar o Pedro.
A bola é mesmo assim. Sempre tratou bem quem lhe chamou de você, e retribuiu concedendo-lhes assistências. Mas para ir junto para o fundo da meta, deitar nas suas malhas, sempre preferiu os brutos que também amam. E permanecem no ar à sua espera. Como Dadá Maravilha.
Bem, essa foto é de um raro momento em que ela deu bola pra mim. Desacostumado, saí correndo em estado de completa euforia. O gol, acreditem, não é apenas o grande momento do futebol.
O gol, no país que mais cultua futebol, é um instante de absoluto prazer.
0 comentários