por Eduardo Lamas Ne
Em meio à festa após a execução do trecho inicial da ópera “Carmen” por causa do olé de Garrincha no argentino Vairo, adivinha quem aparece? Ele mesmo, Mané Garrincha.
Garrincha: – Ô, seu João, que lembrança boa. Muito obrigado.
João Sem Medo vai abraçar o Mané, levando Ceguinho Torcedor consigo. Sobrenatural de Almeida e Idiota da Objetividade também cumprimentam o grande ídolo. Zé Ary faz reverências ao Anjo Torto e todos o seguem na homenagem.
Garrincha (emocionado): – Obrigado, gente.
Garçom: – Vamos ouvir a continuação da história, que é maravilhosa.
João Sem Medo: – O Estádio Universitário quase veio abaixo com aquele espetáculo tão integrado entre o futebol e a música. O Vairo não foi até o fim do jogo, claro. O técnico do River, meu amigo Minella, o substituiu. O Vairo saiu de campo bem perto do nosso banco e estava sorrindo: “No hay nada que hacer. Imposible”. E ainda gozou com o reserva que ia entrar: “Buena suerte, muchacho. Pero antes, te aconsejo que escribas algo a tu mamá”.
Músico: – Hoje, ele falaria pro substituto mandar um zap pra mãe!
Todos riem muito.
Garçom: – Bom, minha gente. Depois do gênio das Pernas Tortas, vamos trazer aqui no palco do Além da Imaginação um mestre do choro: Jacob do Bandolim!
Jacob do Bandolim vai com seu instrumento ao palco, cumprimenta antes os 4 amigos, Zé Ary, os músicos, a plateia, que o aplaude efusivamente, e acena pra Mané Garrincha.
Jacob do Bandolim: – Agradeço muito. Bom, não posso tocar outra música agora que não seja “A ginga do Mané”.
Garrincha: – Assim vocês vão me arrebentar de emoção.
Aplausos gerais para Jacob e Mané.
Ao fim da execução com maestria, novamente todos aplaudem muito, tanto Jacob, quanto Garrincha, que foi ao palco. Os dois se abraçam, e a ovação é total da plateia.
Ceguinho Torcedor: – Olé! A música e essa história são excelentes, João. Excelentes!
Garçom: – O México então criou o olé dentro de campo e a “ola”, fora, seu João?
João Sem Medo: – É verdade.
Idiota da Objetividade: – A “ola” surgiu para o mundo na Copa do Mundo de 1986 e é feita por torcedores de muitos países até hoje nos estádios em competições dos mais variados esportes. “Ola”, em espanhol, significa onda.
Ceguinho Torcedor: – É mesmo uma verdadeira onda que gira em torno do estádio… Eu não vejo, mas sinto toda a vibração.
Com a sugestão no ar, um grupo perto do palco começou a “ola”, que ficou rodando pelo Bar Além da Imaginação, com a participação de todos, até do Ceguinho Torcedor, por um bom tempo.
Garçom: – Gente, vamos aproveitar a presença de Garrincha aqui pra mais uma homenagem musical. Ele merece muito, não é?
Todos concordam e aplaudem.
Garçom: – Então vamos chamar ao palco o grande José Messias pra cantar “Garrincha cha”, de Rutinaldo Silva.
Todos aplaudem José Messias
José Messias: – Muito obrigado. É um grande prazer estar aqui em meio a tantas feras do futebol pra cantar essa homenagem ao grande Mané Garrincha. Vamos lá!
Todos dançam e aplaudem, inclusive Garrincha.
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