por Fabio Lacerda
A decisão entre Atlético-MG e Botafogo, em Buenos Aires, amanhã, vai transformar o Monumental de Nuñez numa casa brasileira de dois clubes direcionados e, aparentemente, bem encaminhados, nas veredas das Sociedade Anônima do Futebol. Uma decisão cheia de nuances na capital argentina. Na Argentina, atual campeã da Copa do Mundo.
Só de imaginar que ambos os planteis, além de carregarem seus nomes aos Anais dos respectivos clubes, que além das cores, coincide com estrelas em seus brasões, podem representar também grandes craques que não tiveram a oportunidade de ter o frio na barriga, a tensão pré-jogo de uma decisão continental da competição mais importante. E por que não ter instabilidade emocional durante o jogo? Esta história de que, a bola ao rolar, todo nervosismo sai do corpo em toques de mágica, é uma das grandes conversas fiadas do futebol. Como se eles estivessem na plenitude da terapia praticada desde o início da carreira. Conta outra, jogador!
Quantos craques de Atletico-MG e Botafogo não tiveram a chance de ‘desfrutar’ uma decisão continental de Libertadores da América? Não vou sequer ousar em citações. Sei que esquecer de alguém nesta contagem que parece não chegar ao fim, é a certeza de cometer um ‘crime de atentado aos Deuses do Futebol’. Prefiro, abster-me da lista. E sugiro nossos craques leitores mencionarem nos comentários. Na década de 1960 havia a Libertadores, logo, fiquem à vontade na cancha do Museu da Pelada para relembrar craques memoráveis em nossas mentes.
O time que tem o mais valente dos animais vai em busca do bicampeonato 11 depois do título repleto de emoções sobre o Olímpia do Paraguai numa partida que deve ter deixado muitos cardiologistas dos torcedores das Alterosas otimistas diante das emoções naquele Mineirão abarrotado na maior renda de uma final do certame na América do Sul. Se não bateram as botas naquele jogo, é porque o coração aguenta a mais forte das emoções! Nóóóó senhora, uai!
Jogo totalmente atípico, repleto de emoções e um gol de Leonardo Silva, carioca que havia se consagrado no Cruzeiro, entrando para a eternidade no coração atleticano ao fazer um gol com a ajuda do ‘Sobrenatural de Almeida’ levando a decisão para aquela marca arredondada, de frente para o gol, que faz os grandes craques bambearem as pernas. O mesmo local que o Atlético-MG perdeu uma final de Brasileiro em 1977.
E o Botafogo vai animado para a cidade que tem o maior número de times profissionais no mundo. A vitória veio, assim como a retomada da liderança no Brasileiro diante do Palmeiras que vislumbrava um tricampeonato consecutivo inédito – permanece vivo, ativo e arisco como um granizé para salvar a temporada nacional.
Convincente. Maduro. Disciplinado. Avassalador contra, o quase imbatível Palmeiras, no Allianz Parque. Qualquer outro resultado deixaria o fogo brando, e não venha com a conversa fiada que vira a chave e o foco é isso, aquilo! O tal psicológico no futebol é algo muito relevante.
O ‘Porco Selvagem’ foi assado. E saboreado. Agora, o Botafogo liga o fogão para esquentar a água esperando pelo Galo. E para os torcedores considerados adultos experientes, a chance do título inédito, a consolidação de uma gestão feita por um profissional nascido no berço do Marketing Esportivo que operou um ‘milagre’ na vida dos alvinegros cariocas, e aquela vingança guardada desde 1971 referente à decisão do primeiro título do Brasileiro conquistado no Maracanã pelo alvinegro… das Minas Gerais. Vale ressaltar que foi um triangular tendo o São Paulo que ficou com o vice campeonato.
Passados 22 anos, o Botafogo eliminou o Atlético-MG na semifinal da Copa Conmebol para sagrar-se campeão numa disputa com os nervos à flor da pele contra o Peñarol.após empate nos 180 minutos
. Na disputa de pênaltis, no Maracanã, brilhou o solitário jogador que não participava da corrente no meio-de-campo quando os jogadores vivem a expectativa pela alegria do título ou pela frustração da derrota.
Portanto, o maior confronto entre eles acontece no sábado, 17h de Brasília. E saber que aqueles craques, que envergaram as camisas preta e branca no passado, estarão com os olhos vidrados na televisão ou no próprio Monumental de Nuñez, reverenciando os jogadores atuais. É bom deixar claro que, independentemente, quem levar o título, nenhum dos jogadores vão se sobrepor diante daqueles que vocês citarão após a postagem. Uma decisão preto no branco para dar cor alvinegra ao continente.
0 comentários