por André Luiz Pereira Nunes
O futebol brasileiro ficou mais pobre no dia de hoje. Faleceu, aos 64 anos, o ex-volante do Fluminense Luiz Carlos Dufrayer. O Fluminense utilizou o seu perfil no Twitter para lamentar o seu desenlace. Ele se notabilizou por ter sido o capitão da equipe que conquistou a Copa São Paulo de Juniores em 1977. Fez parte pelo Tricolor das Laranjeiras de um memorável elenco que permaneceu invicto por mais de 80 partidas.
– Foram dois anos sem perder. Ganhamos cinco diferentes títulos seguidos. O último foi a Taça de Nice, em maio de 1977! – relembrou na ocasião.
Justamente, nessa época, Paulo Cézar Caju atuava pelo Olympique de Marselha. Sabendo que o time juvenil do Fluminense iria disputar esse torneio, pegou o carro e o dirigiu até a cidade. Foi quando viu o futebol de Dufrayer.
– Conhecia algumas pessoas ligadas ao Fluminense. Entre elas, o técnico Pinheiro que era o treinador dessa garotada. Era um grande time. Alguns despontaram no elenco profissional e fizeram sucesso no futebol brasileiro! – ressalta o ídolo da Seleção Brasileira, Botafogo, Grêmio e outros grandes clubes.
O MUSEU DA PELADA, no mês passado, fez uma linda homenagem ao ex-atleta que lutava há alguns anos contra um implacável câncer nos ossos. Na ocasião, Sergio Pugliese, acompanhado por Paulo Cézar Caju, Manoel de Mello Júnior, Beto Quatis e Márcio Aurélio promoveram uma ótima resenha, na Praça Seca, que deixou o ídolo das categorias de base das Laranjeiras bastante emocionado.
Nascido em 3 de fevereiro de 1957, no Rio de Janeiro, Dufrayer iniciou sua trajetória, aos 13 anos, no Fluminense. Capitão da equipe nas categorias de base, venceu muitos títulos, entre os quais, a Copa São Paulo de juniores, em 1977, em decisão contra a Ponte Preta.
Ao subir para o time profissional, não encontrou o espaço devido, visto que a concorrência na época era extremamente acirrada. O Fluminense era apelidado de Máquina Tricolor por dispor de inúmeros craques de qualidade incontestável.
Transferiu-se, portanto, para o Serrano de Petrópolis, em 1978, pelo qual atuou com Renê Simões e Ademar Braga, todos em início de carreira. No ano seguinte, jogou na Associação Desportiva Niterói, o antigo Manufatora, tendo participado inclusive do cotejo em que o Flamengo goleou a sua equipe por 7 a 1. Nessa partida, Zico marcou um memorável gol, um dos que Pelé não conseguiu fazer na Copa do Mundo de 70, o do corta-luz. Após uma curta passagem pelo Botafogo da Bahia, Dufrayer encerrou precocemente sua carreira no Yuracam, de Itajubá, por causa de uma cardiopatia.
Apesar de não ter alcançado o mesmo reconhecimento na esfera profissional, Dufrayer permaneceu vivo na memória dos torcedores e dirigentes das Laranjeiras. Para muitos era uma espécie de talismã, um símbolo da força e da tradição da vitoriosa categoria de base do Fluminense.
Sobre a homenagem prestada pelo MUSEU DA PELADA, ele deixou a seguinte mensagem:
“Passei uma boa parte da manhã de hoje chorando de emoção. Se bobear, ainda choro mais. Ficou tudo muito lindo, me amarrei, é claro! Tenho recebido muitos cumprimentos, tá repercutindo muito, graças a Deus. Agradeço de coração a generosidade e consideração. Hoje tô num dia com muitas dores e mal-estar, mas pra semana vou ligar pra agradecer também ao Pugliese. Aliás, falei com ele ontem, mas vou ligar com mais calma novamente.
Fui honrado e eternizado e sou grato a vocês por isso.
Deus abençoe a todos!”.
Saudades desse tempo, quando o Flu podia se dar ao luxo de não ter vaga pra um craque e líder como o saudoso Dufrayer. O vi jogar algumas poucas vezes no Maraca, tinha classe e inteligência.
Um grande amigo do Jorge Nunes estão no céu batendo aquela pelada e que pelada, com uma resenha para lá de especial .