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TOSTÃO, O PELÉ BRANCO

26 / dezembro / 2022

por Elso Venâncio, “o Repórter Elso”

Rei Pelé sempre o considerou um gênio. Para Gerson, Tostão foi o grande nome do tricampeonato mundial que o Brasil conquistou na Copa de 1970. Seus maiores fãs estão na Europa, especialmente na Grã-Bretanha, onde o meia cruzeirense recebeu o apelido de ‘Pelé Branco’.

Tostão foi o primeiro jogador fora do eixo Rio-São Paulo a ser convocado para a seleção. Tinha 19 anos em maio de 1966, quando Vicente Feola o relacionou declarando que o garoto ia longe no futebol.

Ele realizou o sonho de seu pai, que era conhecer Pelé. Em Caxambu, o pai do craque chorou ao receber um abraço e o autógrafo do Rei, que já era tetracampeão do mundo. Duas vezes com o Brasil, outras duas com seu Santos.

A Copa da Inglaterra deu experiência a Tostão, Gerson, Brito, Jairzinho, atletas que seriam campeões quatro anos depois, numa conquista absolutamente indiscutível. Diferente da Argentina no Catar, que foi derrotada na estreia e venceu nos pênaltis uma França desfalcada de meio time.

A final antecipada, no Mundial de 1970, foi diante dos prepotentes ingleses. Eles chegaram ao México de navio, levando sua própria alimentação e até mesmo a água que beberiam.

Na entrada de campo, com as seleções lado a lado, Pelé tratou de dar uma sonora bronca nos companheiros:

– Parem de olhar para esses branquelos de merda. Eles não jogam nada!

O adversário era forte. A base havia sido campeã em 1966: Gordon Bancks, Bobby Moore, Bobby Charlton, todos sob comando do mesmo técnico, Alf Ramsey. Vimos os últimos momentos do futebol-arte, como na jogada do gol marcado por Jairzinho. Mérito para Tostão, que tabelou com Paulo Cézar Caju, passou por três adversários e, mesmo desequilibrado, cruzou de direita para Pelé precisar apenas rolar com açúcar para o Furacão explodir as redes.

Tostão, já era um atleta consagrado. Desde a Copa do Brasil de 1966, competição que, na época, representava o Campeonato Brasileiro. O Santos de Pelé e Cia. foi ao Mineirão e, ao fim do primeiro tempo, o Cruzeiro já os vencia por 5 a 0. Fim de jogo, 6 a 2.

Na partida de volta, Santos 2 a 0 no tempo inicial no Pacaembu. No segundo tempo, o Cruzeiro virou para 3 a 2, derrotando mais uma vez o maior esquadrão do mundo para chegar ao até então inédito título.

Sem dúvidas, foi o maior time da história celeste: Raul, Pedro Paulo, Willian, Procópio e Neco; Piazza e Dirceu Lopes; Natal, Evaldo, Tostão e Hilton Oliveira.

Alguns empolgados jornalistas, para nossa surpresa, declararam terem torcido pela Argentina por causa de Lionel Messi. Mais que isso: disseram que, com o título, ele teria superado Pelé e Maradona.

Pergunto: será que eles viram Pelé? Não, não viram. Muito menos Tostão!

2 Comentários

  1. Mario Neto

    Sim,Tostão nunca teve o reconhecimento do seu maravilhoso futebol. Foi realmente um gênio.

    Responder
  2. Tadeu cunha

    CONCORDO O DR EDUARDO,FOI UM DOS MAIS BRILHANTE JOGADOR DE UMA SELEÇÃO DE OURO,QUIÇÁ A MELHOR DE TDS AS COPAS.

    Responder

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