por Elso Venâncio
“Moleque, tu é fod*!”
O multicampeão Marcelo repete esse ‘mantra’ sempre que se encontra com o atacante Jonh Kennedy.
“Vai voar, vai longe, hein!” – completa o craque, maior fã do goleador de apenas 21 anos.
Verdade seja dita, Xerém continua revelando talentos: Marcelo, Gerson, Pedro, só para lembrarmos alguns.
O craque Jonh Kennedy retardou a sua afirmação profissional, devido a alguns atos de indisciplina. Há dois anos, chegou atrasado na concentração, na véspera de um jogo importante. Na hora, mandaram-no voltar a treinar com os chamados ‘Moleques de Xerém’.
O herói da conquista da Libertadores já e ídolo. Ou o maior ídolo do clube hoje, mesmo contando com Cano, Arias e Marcelo, entre outros. O mineiro de Itaúna, após o histórico gol que marcou frente ao Boca Juniores, misturou-se com os torcedores numa cena marcante, mas que lhe valeu a expulsão.
Fernando Diniz, há pouco mais de um ano, liberou o jovem para a Ferroviária, de Araraquara. No interior de São Paulo, ele se tornou um dos destaques do Campeonato Paulista. O próprio treinador, que não é bobo, pediu de imediato a reintegração do jogador.
O Fluminense acerta ao levar a sério a saúde mental, melhorando a força interna do grupo. O psicólogo no esporte é fundamental, sobretudo nas categorias de base. Além de Fernando Diniz e do diretor de futebol Paulo Angioni, que são formados em Psicologia, Emily Gonçalves comanda uma equipe de cinco profissionais e três estagiários. Estes se revezam entre Xerém, o Centro de Treinamento Carlos Castilho e as Laranjeiras. É o melhor a ser feito. Afinal, quando a cabeça não está bem surgem até lesões…
Além dos gols, Kennedy sabe passar a bola para a conclusão dos companheiros. A diretoria prorrogou seu contrato até dezembro de 2026. A multa rescisória é de 50 milhões de euros. João Saldanha, ‘O comentarista que o Brasil consagrou’, dizia:
“Clube grande tem que ter um ídolo. Ou mais de um!”
Waldo, Flávio Minuano, Washington, Fred e Gérman Cano são artilheiros para sempre, a exemplo de Jonh Kennedy, que tem um longo caminho a trilhar. O desafio dos dirigentes é mantê-lo o máximo de tempo possível no elenco, diante das propostas que hão de surgir.
Nas comemorações, o artilheiro imita um urso, o que reflete, segundo ele, a fome que tem de gols. Nas categorias amadoras ele ficou conhecido como ‘Carrasco do Flamengo’. E joga com a 9. Washington do casal 20, usava o mesmo número. Assis, o primeiro ‘Carrasco’, era o 10, vinha de trás, mas sempre fazendo gols decisivos. Nos quatorze Fla-Flus que disputou, marcou trezes gols contra o rival. John Kennedy, ouso dizer, é hoje a grande promessa do futebol nacional e brevemente estará na seleção.
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