por Zé Roberto Padilha
Não se faz uma grande equipe sem um maestro. E o Botafogo, que vem encantando todo mundo, depois do Didi e do Gerson, encontrou no Eduardo o seu novo maestro. Afonsinho, Nei Conceição e Mendonça reencarnados.
Com rara habilidade e visão de jogo, Eduardo cadencia as jogadas em meio a correria que transita ao lado. Como Ademir da Guia, no Palmeiras dos anos 60/70, a bola precisa passar pelos seus pés para receber o selo ISO de qualidade.
Em meio ao badalado Tiquinho, ao bom goleiro que colocou Gatito no banco, uma zaga que erra pouco e um novo Jairzinho aberto na direita, assistimos despontar no meio campo um novo maestro.
Com um domínio absoluto da sua ferramenta, a bola, Eduardo dificilmente erra um passe. O que dá ao meio campo o equilíbrio necessário para que todos se realinhem e não ocorra um buraco entre as alas.
Um craque como há muito não víamos circular por aquela zona de criação.
Há pouco, passando pela portaria de um prédio, o porteiro me gritou: “Mais umas três rodadas e esse time do Botafogo cai.”
Pensei logo na manga espada. A mais cobiçada. Que quando está madura, no auge do seu sabor e sob o olhar atento da vizinhança, despenca. A diferença é que eles, jogadores do Botafogo, mesmo maduros. estão firmes, focados e fortalecidos até o talo.
Vão ter que subir na tabela se quiserem alcançá-los.
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