por Paulo-Roberto Andel
Morreu Sir Robert Charlton.
Foi o maior jogador da Copa do Mundo em 1966, aquela que se intromete em nosso período maior de glórias, que vai de 1958 a 1970.
E foi justamente em 1958 que, meses antes do Brasil encantar o mundo, Bobby Charlton sobreviveu ao maior desafio de toda a sua vida: o desastre aéreo que vitimou oito jogadores do Manchester United. Bobby tinha 20 anos de idade e, refeito da tragédia, ainda escreveria muitas histórias do futebol.
Não bastasse sua trajetória monumental no English Team, Bobby foi um nome lendário do Manchester United na década de 1960, jogando 758 partidas, marcando 249 gols e ganhando nada menos do que dez títulos com a não menos lendária camisa vermelha. Os números são incontestáveis: Bobby foi um monstro.
A única Copa vencida pela Inglaterra sempre gerou especulações, desde o fato de ter sediado a competição até a polêmica envolvendo a final do Mundial de 1966, com o terceiro gol inglês marcado pelo artilheiro Geoff Hurst. Melhor dizendo, um gol onde a bola não entrou mas que, uma vez validado, derrubou de vez os alemães e consagrou o título inglês diante de quase 100.000 torcedores em Wembley.
Se a conquista inglesa foi controversa e deixou dúvidas é fato, mas, se naquela competição houve uma certeza, ela responde: entre tantos craques e craques, a Inglaterra teve o melhor de todos naquela disputa. Naquele tempo, até nós, brasileiros, supremos no esporte, podíamos sonhar com Bobby Charlton ser brasileiro – num país de Garrincha, Pelé, Didi, Gérson e tantos outros gênios.
Por mais que fosse inevitável porque o tempo é implacável, esse é o tamanho da perda do Sir.
Esse foi craque mesmo. Ambidestro, inteligente, dinâmico, habilidoso, dedicado, era maestro e motor do seu time. Tranquilo e discreto, liderava pelo exemplo. Um dos grandes de seu tempo.