por Repórter Elso
A missão da CBF hoje é reaproximar o torcedor da sua principal paixão, que é a seleção brasileira. A distância esfria qualquer relação. O sentimento vai se diluindo e vi muita gente sequer se envolvendo com a Copa do Mundo do Catar.
Nos amistosos pelo país a galera entupia os aeroportos. Hoje os craques fogem pela pista. O calor humano era intenso na Granja Comary. Porém, os treinos passaram a ser fechados e a preparação agora é na Itália. Sim, na Europa. E não em Teresópolis.
E o embarque para os Mundiais? Festa marcante, multidão invadindo o Galeão e passando forte energia e responsabilidade para todos os jogadores.
A gigantesca comissão técnica e os atletas convocados agora ficam ilhados, e nem a submissa imprensa consegue mais se aproximar.
Em Fortaleza vi o hotel cercado por apaixonados nordestinos em busca de autógrafos. Felipão aparece e um garoto de, sei lá, sete ou oito anos grita chorando:
“Olha ali”, ele apontou com o dedo, “é o dono da seleção!”
Há anos os amistosos vêm sendo disputados no exterior e contra adversários fracos. Deram as costas para os que tanto admiravam a camisa mais famosa e pesada do mundo da bola.
Discute-se agora o substituto do Tite. Guardiola, Jorge Jesus, Ancelotti, Abel Ferreira, Fernando Diniz? A cada dia um nome e uma cavada. Até Mano Menezes, da escola gaúcha, do futebol força e fechado, foi lembrado. Difícil escolher um brasileiro sem que ele seja contestado. Guardiola parece sonho, mas Jorge Jesus, Abel Ferreira e até Carlo Ancelotti são viáveis.
Fundamental na escolha é a filosofia de jogo, além do comprometimento com a renovação. O escolhido precisa ter DNA ofensivo e se reportar a um diretor com autoridade e experiência, que evite que ele tenha poderes absolutos.
Temos que correr riscos, como a Croácia fez dentro de suas limitações. Chega de sofrer para vencer Suíça e Sérvia, perder para Camarões, massacrar os empolgados coreanos e sair novamente nas quartas de final.
Chegou a hora de entregar a nossa seleção para alguém que seja realmente capaz de trazer de volta o caneco.
Texto Perfeito e Verdadeiro. Hoje, a maioria dos torcedores, antes apaixonados pela seleção nacional, têm imensa dificuldade em escalá-la. Tite, por favor, vai e nunca mais volte de
Cuba.