por Marcelo Rodrigues
Amigos, tudo bem?
Saudades de escrever nesse espaço maravilhoso e de tantas matérias e gênios do nosso esporte.
Mas pensei em falar sobre nosso Futsal, arranhado por desmandos na Confederação, com muitas federações falidas, com alguns times da Liga Nacional passando muitas dificuldades e com uma vergonhosa desclassificação nas oitavas de final do Mundial 2016 na Colômbia.
Começo com a cronologia do erro:
Trinta anos do mesmo presidente na Confederação, várias contas não aprovadas em assembléias e processos trabalhistas, cíveis e criminais levaram a Confederação ao caos.
A nossa preparação começou equivocada. Indo um pouquinho mais pra trás,
em 2005, a Confederação com muito dinheiro, trouxe PC de Oliveira ao comando técnico. Ele se cercou e estruturou a Seleção. Voltamos a vencer. Aí foi mandado embora. Assumiu seu auxiliar, Pipoca. Foi campeão mundial em 2012. Foi mandado embora.
Aí chamaram o Ney Pereira e disseram a ele que ele deveria renovar. Ele, claro, pensou em renovar mas não abriu mão dos veteranos pra fazer a transição. Aí o novo diretor de Seleções deu o ultimato: só jogadores novos. Ele teria que não convocar Falcão e cia.
Os 30 principais jogadores brasileiros no mundo negaram-se a participar da Seleção. Ficamos quase um ano sem jogar.
Mandaram o Ney embora e trouxeram o Serginho, que na crise, também saiu.
O presidente caiu porque as contas não foram aprovadas, fizeram novas eleições e entrou o presidente Madeira, da Federação Mineira.
Ele anunciou a volta do PC mas não acertou contrato. Voltou o Serginho.
Isso há um ano e meio e até hoje ninguém da Comissão Técnica recebeu salário.
Treinamos 15 dias para o mundial e deu no que deu. Fomos eliminados pelo Irã nas oitavas.
Apesar de todo esse panorama negativo, é bom frisar que a evolução do jogo no mundo vem acontecendo.
O Irã faz intercâmbio com a Rússia e eles jogam quatro vezes por ano.
Treinaram oito meses com os 11 principais jogadores atuando no Irã. Outros dois, Tayebi e Hassanzadeh, jogavam na Rússia e voltaram ao Irã pra se juntar ao grupo.
A Argentina vem fazendo triagens com jovens em todos os municípios do país. Um trabalho fenomenal e vai crescer ainda mais no cenário mundial. Já conseguiu o título por um trabalho excepcional desenvolvido há dois anos. Eles aprenderam a jogar Futsal.
A Rússia é espetacular e deixou escapar o título mais fácil da história.
Então nós temos que planejar, estruturar, organizar e desenvolver projetos de dois, quatro e oito anos para as próximas gerações terem a possibilidade de seguir e retomar a honra do Futsal Brasileiro.
Até o dia 14/10 nós teremos a definição do novo treinador. E que com ele venha um projeto sério, macro, de União entre os vários grupos que querem o poder na modalidade, com trabalho sério e busca da excelência para um futuro de vitórias.
Se acharmos novamente que basta juntar os “caras” duas semanas antes como era antigamente, vamos levar nosso 7×1. Aliás já levamos. O 4×4 contra o Irã foi o 7×1 do Futsal.
Agora é seriedade e planejamento.
Boa Sorte e Futsal na Veia.
0 comentários