por Zé Roberto Padilha
Sabe quando você vê um profissional acima do seu contexto? Sobrando na turma?
Foi assim quando jogava no Marília AC, durante o Campeonato Paulista, 1980, quando conheci o professor Bebeto de Oliveira.
Tinha fraturado o perônio e estava entregue ao DM. E quando pensei que ia me liberar para vir a Três Rios, Bebeto programou uma série de exercícios na pista de atletismo uma hora antes do treino da equipe profissional.
Pegou duas muletas, forrou sua base com ataduras, para não machucar os braços, e nos orientava a dar três voltas na pistas. Dando seguidos galeios.
Com uma semana, encostei no recorde paralímpico. E quando tirei o gesso, nem precisou recuperar a atrofia. A perna contundida ficara mais forte que a boa.
Ficava pensando: o que um homem tão bom, inteligente e guerreiro como esse está fazendo escondido aqui?
Mais tarde, soube que foi para o São Paulo. Depois, alcançou a Seleção Brasileira. E eu recebia cada notícia dessa com aquele orgulho tipo “eu já sabia!”.
Agora, soube que foi convocado pro céu. É o destino natural de uma estrela cujo brilho percebi logo que o conheci.
Descanse em paz meu professor mais do que querido.
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