por Zé Roberto Padilha
Esqueça o futebol. E pense na sua profissão. Seja ela qual for.
Você chegando em uma empresa fora da sua cidade, contratado e saudado com todas as suas referências e, com 21 dias de trabalho, morando ainda num hotel porque nem deu tempo de arrumar um apartamento, com as crianças ainda não matriculadas e a esposa perdidinha com a mudança, você é sumariamente demitido.
Nenhum de nós gostaria de estar, hoje, na pele de um profissional respeitado como Fabio Carille. Como alguém deixa de ser a solução e passa a ser o problema em apenas três semanas?
Será que os dirigentes do Athletico-PR não sabiam que não foi ele que montou seu time? Que não teve tempo para treinar porque estreou em plena Copa Sul-Americana e com Brasileirão e Copa do Brasil em andamento?
Eles, dirigentes, sabiam disso. Nao queriam um técnico. Queriam um mágico.
Por isso são frios, calculistas e covardes. Incompetentes, usam a desunião de uma classe, a de treinadores de futebol, que aceitam um companheiro de profissão ser humilhado desse jeito, para justificar seus atos absurdos e desleais.
Em três semanas, um cidadão do bem, que estudou para exercer sua profissão, sem parentes importantes para viver de indicação, deixa seu novo clube cabisbaixo pela porta dos fundos, levando consigo um caminhão de culpas que ninguém mais por lá vai precisar assumir.
Por que não, a obrigatoriedade de todo treinador permanecer, no mínimo, por seis meses no cargo em que for convidado?
Por que temos que conviver com tais injustiças apenas porque não foi com o trabalho da gente?
Torço pelo Fluminense e, temporariamente, contra o Athletico-PR. Merece cair. Não apenas de divisão, mas pro quintos do inferno.
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