por Zé Roberto Padilha
Poucas imagens refletem tanto um reinado.
O Rei, suas vestes, seu brasão e um trono postado dentro do seu vestiário. E sua expressão serena a revelar: missão cumprida!
Por lá, anos seguidos, vestiu sua armadura e munido de bolas, não de bombas, saiu a derrotar reinos adversários. Não inimigos.
Perdeu os meniscos em entradas criminosas, sacrificou seus tornozelos nos gramados esburacados que tinha. Sem jamais deixar a luta.
Quando chegou menino, sua nação não tinha um Rei. Tinha o Dida, o Evaristo, Carlinhos, Silva e Nelsinho, respeitados comandantes, mas faltava quem acertasse uma bola parada de fora da área nas redes cobreloas.
Faltava quem liderarasse seus Adílios, orientasse seus Andrades, para vencer a Copa Libertadores da América. E, em Tóquio, conquistar, finalmente, o mundo.
Faltava ao Reino da Gávea alguém com um arsenal de magias que encantasse seguidas gerações que não o tenha visto jogar.
Um rosto, um nome, que fosse desfraldado nas bandeiras, brindado nos copos, nos chaveiros que carregassem todas as chaves como símbolo maior daquele reinado.
A nação não tinha seu ser de luz para coroar.
Faltava um Rei àquela nação.
Depois de Zico, não faltou mais.
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