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FUTEBOL BRASILEIRO: ASILO DE ÍDOLOS

5 / abril / 2022

por Elso Venâncio


O chileno Arturo Vidal, da Inter de Milão, quer jogar no Brasil – de preferência no Flamengo, que tem orçamento de um bilhão/ano. Nosso futebol erra ao contratar quem não têm mais espaço no exterior. Ninguém volta por vontade própria. Deu certo na Europa? Fica! O cara só é descartado quando já deu o que tinha que dar.

Aliás, teve um que contrariou a regra. Romário era o número 1 do mundo em 1995 e foi repatriado. Mas só veio porque avisou que não jogaria mais no Barcelona. Kleber Leite, presidente do Flamengo na época, falou grosso, avisando que depositaria o dinheiro na conta do clube catalão. Quatro milhões e meio de dólares, mais 25 por cento de impostos. Era muita grana… Hoje, o questionável Andreas Pereira vale três vezes mais. No tempo do Baixinho, os jornalistas estrangeiros invadiram a Gávea para decifrar o motivo da volta do melhor jogador do planeta à sua terra natal.

O jornalista Marcos Eduardo Neves, o “biógrafo dos biógrafos”, afirma que Romário voltou para ser o “Rei do Brasil”. Uma espécie de Chatô, tal qual o livro escrito por Fernando Morais.

Já o velho Arturo Vidal… bom, visão ele tem. Quer ser mais um a mamar nas tetas do futebol brasileiro.

Com Investidores e Liga chegando, a tendência é que os clubes se fortaleçam. O nosso problema é a dependência, que faz vender a preço de banana as novas joias que surgem. Empresários têm olheiros espalhados em toda parte. Viramos reféns.

“Craque o Flamengo faz em casa”. O slogan, com uma foto gigantesca do “Maestro” Junior cercado pelos jovens Júnior Baiano, Paulo Nunes, Djalminha, Marcelinho, Rogério e Marquinhos, foto essa que ficava no departamento de futebol rubro-negro, já é coisa do passado. A exceção da Era Zico e da equipe montada por Jorge Jesus em 2019, o clube mais popular do país não formava grandes esquadrões. Mas sempre havia um time raçudo, empurrado ainda mais da arquibancada, pela força da sua massa colossal.

Os Estados Unidos mudaram a filosofia dos anos 70 e 80. Contratava craques em fim de carreira. Como o nosso futebol gosta de fazer hoje. Neymar e Messi andam se oferecendo. Mas os dirigentes da terra do “Tio Sam” deixam claro que só se interessam por jovens com potencial. Não duvidem se, desta vez, os americanos, em médio prazo, passarem para um novo patamar no “Planeta Bola”.

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