por Zé Roberto Padilha
Até quando vamos transferir nossas frustrações, no caso esportivas e tricolores, para um profissional correto que depende da inspiração alheia para alcançar seus resultados?
Roger não é o Guardiola. Foi muito melhor jogador do que ele, apenas não teve um clube que investisse nele anos a fio. Que lhe desse o tempo do Guardiola para colocar suas ideias em prática. Para um dia ser…Guardiola.
De repente, Roger perde Caio Paulista, que voava de um lado, e o Gabriel, que voava do outro.
E aí vira o sabido do Roger Flores, sem chuteiras para lembrar o que passou, com microfones para omitir o que sentiu, e joga no ventilador da Globo, que ecoa como uma sentença para todo o país: o Fluminense não teve o mesmo padrão tático das partidas anteriores.
Como?
A procura de culpados já existe mesmo quando utilizamos a razão, imaginem a busca insana por eles quando a emoção domina nossos julgamentos?
Tirem o fornecedor da melhor cevada da Brahma. O lúpulo da melhor qualidade que é o trunfo da Original da Antártica. Será que o mestre cervejeiro, ao não manter seus sabores, seria demitido da Ambev? Pichariam seus muros?
Apenas deixariam de comprar. E eu não vou deixar de torcer pelo Fluminense, hoje, contra o Barcelona, para desempregar o profissional menos culpado dessa história.
Aquele que não bate o pênalti, erra pouco os passes e costuma sair de fininho, pela porta dos fundos, pagando o preço de um mau desempenho que nenhuma gestão vai mais precisar assumir.
Já tive treinadores de todas as cores, de várias idades, rudes como o Duque, dóceis como Parreira, já tive até a sabedoria do Mestre Didi.
Mas nenhum deles foi mais treinador que o Roger.
A diferença é que o primeiro tinha o Manfrini, o segundo Romário e o terceiro Rivelino. E o Roger tem…Brahma na jogada!
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