por Marcos Eduardo Neves
A perda do tricampeonato da Libertadores para o Palmeiras faz duplamente história na Gávea.
Em primeiro lugar, a dúvida se essa geração superaria a de Zico perde força. Mas nada impede que no ano que vem, tal qual o Ronaldo derrotado de 98 que virou mártir na Copa seguinte, essa turma volte à nova final e obtenha dois titulos em quatro anos, um feito incrível.
Se essa dúvida se posterga, uma certeza se concretiza. Renato Gaúcho se torna o primeiro treinador do Flamengo a perder uma final de Libertadores.
Não se luta contra fatos. Seu time levou um gol muito rápido, martelou e empatou, mas foi traído por um acidente de percurso, uma falha individual, uma bola infeliz, que, é bom que se diga, já ganhamos de Márcio Theodoro e de Gonçalves no passado, mas hoje entregamos.
Renato que acertou em começar com a força máxima, foi obrigado a substituir Filipe Luís, mas escolheu inserir Kennedy em campo.
Contra o Liverpool, entrou Lincoln.
Contra o Palmeiras, Kennedy.
Obama nas alturas, o técnico desmontava a criatividade, diminuía a qualidade técnica do time.
Michael entrar era óbvio. Mateuzinho, Vitinho e Pedro, ótimas pedidas. Ao perder o lateral, optou por Renê, mais experiente que Ramon, ok. Mas… Kennedy?
Até por uma questão de misticismo, nessa trama Diego era o quinto elemento a entrar. Ele que lançou Gabigol em 2019. O super-herói rubro-negro, inclusive, já tinha feito o dele, empatando, mas faltava ainda o da virada, muito menos impossível do que há dois anos.
Sem Arrascaeta, Everton Ribeiro ou Diego, esse lançamento para frente não veio. Nem o título para o Flamengo.
Parabéns, Abel Ferreira. Jogo perfeito, de acordo com suas limitações e possibilidades. Campeão merecido. Faca nos dentes desde o apito inicial.
Que seja forte o belo jogador Andreas Pereira. Não merecia. Mas nada como um dia após o outro. Tita perdeu um pênalti decisivo em 77 e no ano seguinte deu início a uma saga inesquecível de glórias.
A Renato, fica a loteria de conseguir ver o imponderável tomar o título brasileiro que ele mesmo ajudou a aproximar das mãos do Atlético. Não conseguindo, até sua presença no tradicional Jogo das Estrelas, o jogo do Zico, pode embaraçar a relação entre ele e a torcida. Eu me preservaria. Salvo eneacampeão.
Renato se abster da festa a seu ídolo será inédito. Assim como o fato de um treinador ter nas mãos a chance de ganhar três títulos importantes em um mês, e hoje correr o sério risco de não conquistar sequer um deles.
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