por Zé Roberto Padilha
Jogara toda a Taça GB 74. Carlos Alberto Parreira no comando, Gerson no seu último ano, Cleber e Pintinho voando nos seus primórdios.
Na última partida antes da final, contra a Lusa, meu tornozelo direito encontrou um buraco. O Maracanã naquele tempo tinha buracos. E ali fraturei o maléolo. Muito grave.
Fora da final, o Fluminense perdeu o título para o América, eu minha maior promoção. No vestiário da derrota, Parreira explicava: “Faltou o Zé Roberto!!”
Quase meio século depois, veio a conta. Como em toda profissão. Tomado pela artrose, desembarquei no Rio em busca de um especialista. Se a medicina esportiva não conhecia os parafusos que o fixaria corretamente, agora precisa dar um jeito de amenizar as consequências.
Como evitar que a gente caminhe com dificuldades. Segundo Henfil, no Pasquim, a gente só percebe que está mancando quando as crianças começam a nos atirar pedras.
Eu lembro do Coca-Cola, saco nas costas, barba na altura do peito, andando a esmo pelas ruas de Três Rios e toda a molecada, eu no bolo, correndo atrás.
Como disse, as contas e as pedras, os buracos no campo e o desrespeito com os mais sofridos, chegam um dia para qualquer um.
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