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REI DAS CAMISAS 1

28 / julho / 2017

por André Mendonça


Raphael Reis exibe camisa de Raul

Ter a camisa usada por um de seus maiores ídolos é um privilégio para poucos. Se tratando do uniforme oficial utilizado no jogo mais importante da história do clube, então, é para quase ninguém. É por isso que Raphael Reis, exímio colecionador de camisas de goleiro do Flamengo, não esconde o orgulho para dizer que o item preferido do seu acervo é a blusa que Raul Plassman vestiu na decisão do Mundial Interclubes contra o Liverpool, em Tóquio, quando o rubro-negro sagrou-se campeão mundial.

Viciado em peladas, Raphael se destacava no meio dos amigos fazendo grandes defesas. O desempenho acima da média o levou para a base do Botafogo, mas uma fratura no pé acabou dando fim ao sonho de se tornar profissional. Além da paixão pela posição, o menino adorava o fato dos uniformes dos goleiros serem diferentes dos demais jogadores.

– Tudo começou assistindo à Copa de 1994, quando eu tinha sete anos e fiquei encantado com a camisa do Taffarel.

No ano seguinte, uma Umbro espalhafatosa usada por Paulo César despertava de vez a paixão de Raphael por camisas de arqueiros e dava início a uma bela coleção. A blusa de Paulo César, vale destacar, também é uma das preferidas do colecionador.

Com mais de 160 itens, sendo o primeiro deles uma camisa verde da Adidas usada por Cantarele nos jogos finais do Campeonato Brasileiro de 83, o colecionador revelou que não mede esforços para garantir as preciosidades. Embora não tenha revelado o número exato, o flamenguista revelou que o valor mais alto pago por um uniforme chegou a cinco dígitos.

– Todas as camisas são originais, de jogo. Consigo com ex-jogadores, colecionadores, vendedores e brechós. Meus amigos também me ajudam bastante: tiram foto, me enviam e perguntam se é réplica ou verdadeira. Tenho camisas de 1941, 1953, 1960 e de 1972 até os dias atuais.


Como um bom colecionador tem sempre uma história inusitada envolvendo procura de camisas, o flamenguista não demorou a lembrar do dia em que colocou o amigo Paulinho Pessanha em uma tremenda furada. Tudo começou quando dois amigos de Raphael foram assistir a um jogo em Campos, viram uma camisa rara de goleiro e enviaram uma foto. Encantado, o colecionador pediu para que pegassem o número do desconhecido que vestia aquela blusa e ali iniciava uma saga:

– Eles me passaram o número dele, eu liguei e consegui fechar o negócio. O Paulinho se dispôs a ir pegar a camisa com o cara, afinal, além de ter visto o homem com a camisa, ele morava na cidade. Dito e feito, foi Paulinho para o endereço que o rapaz havia me passado. Era um bar esquisito, um pouco afastado.

Assustado com o ambiente hostil, Paulinho ligou para Raphael para se assegurar de que não estava equivocado.

– Ele encontrou o dono, pegou a camisa e foi embora. Já com a camisa em mãos, Paulinho me ligou apavorado para dizer que estava com ela e que o tal bar também é ponto de venda de drogas da comunidade. Falou que estava tudo bem com ele, e que estava saindo o mais rápido possível de lá! Mesmo percebendo que ali era uma “boca de fumo”, foi lá e me ajudou! Sou muito grato a esse meu amigão!

Além das 164 camisas, o acervo do colecionador reúne algumas luvas, sendo duas da década de 70 e várias atuais com autógrafos de goleiros que passaram pelo Flamengo. A ideia de Raphael é fazer um mini museu dos goleiros do Flamengo com todos esses itens.

No fim da resenha, ao ser perguntado sobre a má fase dos goleiros rubro-negros ultimamente, o colecionador demonstrou esperança com a chegada de Diego Alves:

– A expectativa é a melhor possível! É um grande nome, a altura do Flamengo. Também poderá passar sua experiência ao Thiago e ao César – finalizou.

 

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