por Zé Roberto Padilha
Trabalhava na Prefeitura de Três Rios, em 1987, um ano após encerrar minha carreira, quando o Rubens Galaxe me indicou para ser técnico dos Infantis do Flu. Ele dirigia o Juvenis.
Primeira pergunta que fiz em Xerém, porque não poderia arriscar ficar sem emprego :
– O treinador infantil cai também?
Me falaram que sim. “Tanto que você está aqui assumindo o lugar do que caiu!”, responderam.
– Mas foi por resultado?
Não, erro de avaliação. O treinador também tem que observar jogadores indicados ao clube. E ele foi convidado a ir até Vitória-ES, observar dois garotos da Desportiva. Eram irmãos.
– E aí, o que aconteceu?
Bem, tinha o meia, o Rodrigo, que está com a gente, e ele não observou qualidades no ponta esquerda. Não indicou a sua contratação. Acontece que o Flamengo ficou com ele. E, que azar do treinador, no último Fla x Flu ele fez o gol da vitória. E aí…
– Que azar! Qual o nome do ponta?
– Sávio.
Ainda bem que ganhamos o título infantil e não perdi o emprego. Acontece.
De repente o Sávio não estava inspirado naquele fatídico dia em que o futebol tricolor perdeu um dos mais completos ponta esquerda que vi jogar.
Ou meu antecessor era maluco.
0 comentários