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Raul Plassmann

16 / outubro / 2016

muralha amarela

texto e entrevista: Sergio Pugliese | edição de vídeo: Daniel Planel 

 

Orgulho é pouco para comunicar a parceria entre o Museu da Pelada e o Canal 100, maior acervo cinematográfico do futebol brasileiro!!!! O mais bacana é que o Canal 100 está voltando à cena para, com o Museu da Pelada, contar histórias dos ídolos que durante anos foram registrados por suas lentes!!! Nossa primeira ação foi em Belo Horizonte, num evento promovido pela AGC (Associação de Grandes Cruzeirenses), que reuniu os campeões da Taça Brasil de 66, entre eles Dirceu Lopes, Evaldo e Natal, para comemorar os 50 anos dessa conquista. Nossa ideia é organizar encontros históricos e transformá-los em vídeos e documentários. Hoje, felizes da vida, postamos o primeiro fruto desse “casamento”, uma divertida entrevista com Raul, outro ídolo da torcida cruzeirense e que comandou a mesa redonda com os astros de 66.

Nascido em Antonina, município do Paraná, Raul fez suas primeiras defesas no Atlético Paranaense e, em 1964, se profissionalizou pelo maior rival do rubro-negro, o Coritiba. Sem espaço por lá, o goleiro, aos 20 anos, se transferiu para o São Paulo no ano seguinte. Na equipe paulista foram apenas nove jogos, até ser contratado pelo Cruzeiro, onde sua carreira decolou. 


Apesar da pouca idade, a muralha não demorou a cair nas graças da torcida celeste. Com muita segurança e elasticidade, Raul jogou treze anos seguidos no clube, conquistando nove estaduais, um Campeonato Brasileiro e uma Libertadores.

O curioso é que na sua estreia pelo Cruzeiro, em 1965, contra o Atlético-MG, Raul entrou em campo com uma camisa amarela, de manga comprida, algo inédito no futebol brasileiro e, por isso, virou motivo de piada para os torcedores.

– Muitos não sabem, mas eu era o quinto goleiro daquele time! Todos os jogadores passaram mal e eu tive que ser escalado às pressas! A camisa do goleiro titular não cabia em mim e eu peguei o moletom amarelo emprestado do Neco! Era a única solução!

Com personalidade forte, o goleiro não se abateu e fez uma boa estreia contra o Atlético. A partir daí, aquele uniforme passou a ser uma espécie de talismã da sorte e o goleiro não abandonou mais o moletom amarelo!


O episódio foi lembrado recentemente por conta da punição aplicada pela FIFA sobre a CBF, devido aos xingamentos da torcida brasileira ao goleiro Ospina, da Colômbia, durante um jogo pelas Eliminatórias.

– Eu vou me dar bem pra caramba! Só que no meu caso é retroativo, 50 anos! Até que enfim vou comprar a minha Ferrari! – brincou!

Depois do Cruzeiro, Raul desembarcou no Rio de Janeiro em 78 para jogar no Flamengo. No rubro-negro, defendeu o timaço de Zico, Andrade, Júnior e Leandro até 1983, quando decidiu pendurar as chuteiras!
 

 

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