por Zé Roberto Padilha
Pelé e Coutinho começaram tudo. Um craque na criação, um artilheiro ao seu lado para a definição. Os clubes adotaram o modelo, a safra era promissora e as duplas foram escrevendo seu nome na história e nos ajudando a alcançar a hegemonia mundial.
Zico e Nunes; Washington e Assis; Roberto Dinamite e Ramon; Eduzinho e Luizinho; Edmundo e Romário. Luisão e Djalminha; Roberto e Jairzinho; Silas e Muller até nossa dupla de três que nos conduziu ao Hexa: Ronaldinho, Ronaldo e Rivaldo.
Terça-feira, contra o Uruguai, o Brasil entrou com seu último camisa 10, Neymar, ao lado de um dos representantes da pior safra de homens gol que o país já viu atuar: Gabriel Jesus, Firmino, Richarlison…
A explicação? Compraram nossas promessas muito cedo. E no lugar de crescerem jogando num país tropical, abençoado por Deus e que valoriza tanto os artilheiros que criou “Os Gols do Fantástico”, “Gol, o grande momento do futebol!”, foram jogar em lugares frios, de retrancas italianas, ferrolhos suíços onde foram perdendo a sintonia com as redes.
Sabe o filho do Don Juan sendo despachado para uma temporada num Mosteiro? Pois é…
Quando são convocados, exaustivamente treinados no Tic Tac, na volta pra compor a marcação, são capazes de não dar um só chute a gol durante os noventa minutos. E acharem normal.
Anormais eram mesmo Pelé e Coutinho. Quem viu, viu… quem não viu se contenta com a beleza e plasticidade de ver seu time, e agora a seleção, sair tabelando em cima da linha do seu próprio gol.
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