Entrevista publicada originalmente na coluna do Ancelmo Gois, do Jornal O Globo
O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, participa, sábado, do XVII Seminário de Gestão de Esporte da FGV, com o apoio do IDP, e que faz parte do Programa FGV/FIFA/CIES em Gestão de Esporte, coordenado pelo advogado Pedro Trengrouse. Na abertura deixará claro: “O mercado de capitais está preparado para receber clubes de futebol”. João Pedro Nascimento bate um papo exclusivo com a turma da coluna.
Dezenas de clubes pelo mundo são listados em bolsa. Ainda nenhum no Brasil. Qual é o potencial de clubes de futebol no mercado de capitais no país?
“Os clubes de futebol durante muitos anos foram organizados como associações e entidades clubisticas. Com a Lei das SAFs, tornou-se possível que a indústria do futebol possa a se revestir da “empresarialidade” necessária para acessar o Mercado de Capitais, seja por meio da abertura do seu capital ou por qualquer das outras alternativas disponíveis para captação de recursos, como por exemplo: captações em regimes de crowdfunding; securitização; emissão de produtos estruturados (como por exemplo CRIs de estádios e/ou de Centros de Treinamento); Fundos de Investimento; DebenturesFUT. E mais: o Brasil tem um enorme potencial para receber a indústria do futebol no Mercado de Capitais, desde as equipes de maior investimento, que podem – por exemplo – se utilizar de IPOs e emissões publicas de valores mobiliários, às equipes de menor investimento, que podem – por exemplo – se utilizar do crowdfunding”.
Cada vez mais pessoas físicas investem no mercado de capitais do Brasil. O número de CPFs na bolsa já passa de cinco milhões. É muita gente mas numa população que supera 200 milhões de pessoas ainda existe bastante potencial de crescimento. Clubes com ações na bolsa ajudariam a popularizar ainda mais o mercado de capitais no Brasil?
“Existe uma oportunidade de ganhos recíprocos e o mercado de capitais também passa a ter um número ainda maior de participantes. Imagina, por exemplo, se a 10% da torcida do Flamengo ou do Corinthians resolverem investir em nestes times de futebol? Seriam quantos milhões de novos CPFs ingressando no mercado de capitais?”
0 comentários