por Luis Filipe Chateaubriand
Muitos não imaginam isso, mas não sou brasileiro. Embora more no Brasil há 45 anos, dos meus 48 de vida, nasci na cidade do Porto, em Portugal.
Assim, as raízes portuguesas fazem parte de meu ser. Isso me levou, por exemplo, a ser torcedor do Vasco da Gama, o clube da maioria dos portugueses do Rio de Janeiro.
Fã, amante e apreciador das coisas de Portugal que sou, em 2004 me direcionei para assistir à final da Copa Europeia de Seleções. Na casa do meu pai, nos preparamos para ver Portugal x Grécia, a final, realizada em Lisboa, pela TV.
A jornada não foi feliz: Portugal perdeu. Fomos vices, derrotados jogando em casa. Gosto amargo na boca, para mim e para meu querido pai.
Se passaram 12 anos e, em 2016, Portugal chega novamente à final da Copa Europeia de Seleções, em uma final em Paris contra a França.
Jogamos na casa dos anfitriões, o time deles era melhor, perdemos Cristiano Ronaldo ainda no início do jogo. Ainda assim, contra tudo e contra todos, vencemos de 1 x 0.
Ao momento que Helder faz o gol que viria a ser o do título, grito e choro como uma criança! Ao apito de fim de jogo, danço de alegria!
E penso em meu pai, falecido em 2015, ano anterior, e falo a ele mentalmente: “Meu velho, essa é para você!”.
É curioso, pois há muito tempo não tenho esses arroubos com glórias ou decepções futebolísticas – seja quando o Vasco da Gama está em ação, seja em relação à própria Seleção Brasileira. Mas, quando Portugal vence e se sagra campeão, é como voltasse a ser criança. Por que será?
Sem dúvida, homenagem ao meu velho, por quem choro de saudades enquanto escrevo estas linhas. Ao povo português, do qual tenho honra de fazer parte. E a Portugal, nação valente e imortal!
Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há 40 anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email: luisfilipechateaubriand@gmail.com.
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