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PONTE PARA O CÉU

7 / julho / 2024

por Wesley Machado

– Nunca critiquei.

Entre expressões que se popularizaram no futebol, esta recente também pegou.

É utilizada em forma de ironia para se desculpar com um jogador que havia criticado.

– Queimei a língua, antigamente se falava.

E foi o que aconteceu na quarta-feira passada no jogo do Botafogo contra o Cuiabá fora de casa.

O lateral direito reserva, uruguaio Mateo Ponte, de apenas 21 anos, é um jogador inconstante. Erra e acerta, na maioria das vezes erra mais que acerta.

Mas nesta partida não.

Ponte acertou muito mais que errou.

No primeiro gol do Botafogo, marcado por outro jovem, Kauê, também de 21 anos, Ponte recupera a bola no lance que resultou no tento de abertura do placar.

Ainda na primeiro tempo, o zagueiro Halter cometeu um pênalti infantil, que o paraguaio Pitta, de 24 anos, converteu.

Halter falharia outra vez diante de um endiabrado Pitta, que incorpora o demônio contra o Botafogo.

Mas o goleiro John salvaria o Botafogo.

A jogada foi invalidada por impedimento.

O botafoguense está destinado a sofrer.

O sofrimento é algo religioso.

E o Botafogo é minha religião.

Eis que quase aos 30 minutos da etapa final, Ponte recebeu uma bola pelo lado direito de ataque.

Ele domina e dá o passe para Júnior Santos, que dribla e chuta no canto.

O goleiro Walter dá o rebote e a bola sobra para Ponte chutar forte para dentro da meta.

Foi mais um gol da vitória de Ponte, assim como na segunda rodada, em mais um dia sofrido para os botafoguenses que terminou com uma alegria.

Ironias da vida e do futebol que nos prega peças como esta do jogador crucificado que se torna redentor.

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