por Serginho5Bocas
As aventuras de Piu – A janta
1983, naquela época a maré era braba, economizava-se o almoço para vingar a janta. Poucos tinham telefone em casa, TV a cores e um som tipo 3 em 1, o Brasil devia horrores ao FMI, mas vamos falar de pelada que é mais bacana…
Piu havia disputado o 2° turno do Carioca de Futsal na categoria infanto-juvenil e lembra muito bem da melhor partida que o Ríver Futebol Clube havia feito na temporada. Havia sido o jogo contra o Grajaú Tênis Clube, em que o Ríver tomou o primeiro gol, virou a partida para 3×1 e tomou a virada de 4×3.
Um jogo espetacular em que seu time mesmo com o excelente pivô Paulo Roberto Roriz, que depois foi jogar na Espanha e naturalizou-se espanhol, tendo vencido um Mundial (2000) em cima do Brasil, não conseguiu evitar a derrota para o ótimo time do Grajaú. Os vencedores contavam com o talento de Junior Bocão e Max, que por sinal comandou a virada, pois o moleque era fera.
No ano seguinte, Piu ficou sem espaço no Ríver e foi buscar vaga justamente no time juvenil do Grajaú Tênis e para sua surpresa passou no teste e reencontrou Max, que ainda jogava no infanto, mas fazia banco do juvenil e quase sempre entrava em vários jogos em razão de sua altíssima qualidade técnica.
Piu teve a honra de jogar com Max algumas poucas partidas amistosas e ainda é viva na memória a vitória sobre o Sirio Libanês, quando saiu junto do novo colega de clube, após grande atuação da dupla, prevendo um futuro promissor na temporada seguinte.
Ocorre que Piu não jogava tanto quanto Max e ainda por cima era extremamente temperamental, daí não poderia mesmo seguir carreira no futsal, trocou engolir alguns sapos pelas aulas da Escola Técnica Federal e depois por um emprego numa estatal. Antes de desistir de tudo isso, no entanto, lembra que no inicio do ano seguinte, em 1985, encontrou Max jogando pela forte Bradesco Seguros (o bicho papão da época) e ele humildemente veio na arquibancada dar moral a Piu e trocaram ideias, mas sem antes de responder a Piu como era jogar num clube tão bom.
Max não titubeou e a primeira coisa que veio à cabeça ele falou:
– Piu, lá não é lanche não, é JANTA Mané!
E os dois caíram na gargalhada, um ficando na arquibancada todo prosa de ser reconhecido por um craque da “bolinha” tão de perto e o outro indo para a quadra, onde era sua casa, seu habitat natural, pois o cara jogava muita bola.
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