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PAOLO ROSSI, FORJADO PARA VENCER

5 / janeiro / 2021

por Serginho 5Bocas


Paolo Rossi foi no mínimo diferente, digamos que um jogador abençoado ou então me diga se você já viu um jogador ser convocado para uma Copa do Mundo vindo de grandes atuações na segunda divisão de seu País? Ele foi. Bearzort apostou nele durante toda a sua carreira e sempre o levou para a Copa do Mundo, contrariando a tudo e a todos. 

Começou a carreira cedo e muito cedo, perdeu os seus meniscos, a proteção dos joelhos. O atraso da medicina daquela época fez com que os médicos não lhe curassem totalmente e pior: vaticinassem que a sua carreira não passaria dos 28 anos. Ele se arrastou pelos gramados até os 31, mas em alto nível foi bem próximo ao que os doutores do bisturi previram, infelizmente.

Um cara que jogou poucos jogos e que fez poucos gols, que ficou afastado do futebol por 2 anos por problemas com a máfia da loteria italiana e que por conta de lesões nos joelhos encerrou sua carreira precocemente, fez o que fez. Temos que respeitar, certo?

Paolo não teve durante a carreira muitos títulos, nem muitas artilharias que pudessem justificar o seu tamanho, mas teve a suprema glória de ser artilheiro, campeão e melhor jogador de uma Copa do Mundo em 1982. Aliás, em Copas do Mundo foram 9 gols, é muita coisa. Devo destacar que seu jogo não era gracioso, como os brasileiros gostam de ver (ou gostavam), mas era poderoso, e apesar de poucos recursos, econômico, era preciso e decisivo no maior palco da terra.

Paolo ainda teve, a glória eterna de vencer um time mítico, como uma ave fênix que ressurge das cinzas, time que ele mesmo chamava de “marcianos”, por jogarem de memória e que segundo ele, poderiam jogar de olhos vendados. Mas nada disso o intimidou e ele fez a sua parte, com louvor.

Há os que se impressionem com as bolas de ouro que a FIFA distribui de forma infame e política e os que reconhecem o valor de cada tipo de jogador com o seu próprio jogo. Quando lembro do bambino, não tenho lembranças dele como um grande craque, feito os que que eu vi naquela época e em todas as épocas, lembro de um cara talhado e forjado para vencer as mais duras batalhas, um cara de um toque só, do oportunismo, da colocação, mas sem medo e com uma confiança estratosférica e nesse campo meu amigo, ninguém segura, ou alguém será capaz de me mostrar um DVD dos melhores lances da carreira dele, que ultrapassem dez minutos de exibição?

A Copa do Mundo é madrasta não é a mamãe, ela é um jogo bruto, um mata-mata brutal, não dá tempo de respirar, não é garantia de glória para os melhores, mas para os mais fortes ou talvez adaptáveis, numa visão análoga ao que diria Darwin. A dona Copa reservou um lugar de honra em seu camarote para Paolo Rossi e ele não se fez de rogado e lá, onde muitos sucumbiram, ele carimbou seu nome na eternidade, se tornando ao lado de Vieri e de Roberto Baggio, um dos três maiores artilheiros italianos em Copas do Mundo de todos os tempos.

A Itália possui quatro títulos mundiais, mas nenhum deles se compara ao vencido e liderado pelas atuações marcantes do “Pablito” em 1982. Paolo Rossi, para os italianos é visto como um herói, um David que derrubou um Golias, são marcas indeléveis de um título para lá de improvável, do jeito que os italianos mais gostam de saborear, com muita transpiração e pouca inspiração.

Rossi ficará para sempre numa galeria onde já habitam gente do porte de Klose, Gerd Muller, Fontaine, Kocsis, Klinsmann, Lineker, entre outros grandes artilheiros que não perdiam tempo jogando bola, precisavam fazer gols.

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